O desafio das curvas no retângulo
Por Soraya Venegas*
“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível,
criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.”
Oscar Niemeyer
Clique nas imagens ou aqui.
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
O grande desafio do fotógrafo frente à grandiosidade da obra de Niemeyer é mostrar suas curvas no espaço retangular. Cortar, retalhar, compor um universo concebido pelo centenário arquiteto, gênio das formas curvas e das massas brancas, que refletem o sol sem piedade.
Esse ensaio mostra inicialmente nos conjuntos arquitetônicos localizados em Brasília, em Belo Horizonte e em Niterói. Muito ainda há para refletir, além das semelhanças entre o Museu de Arte Contemporânea e o Museu de Brasília ou as curvas da Igreja da Pampulha. Um estudo mais aprofundado sobre as possibilidades retangulares das obras de Niemeyer espalhadas pelo país, assim como sua interação com a luz tropical é trabalho para uma vida, mas com certeza, um estudo muito instigante e prazeroso.
O Caminho Niemeyer, ainda em construção na antiga capital Fluminense, vai interagir com a paisagem da Cidade Maravilhosa, caracterizada também por suas formas curvas de baías e montanhas. Mas, é preciso esperar que a obra esteja concluída, pois a fotografia define-se pelo recorte de um instante no tempo e um retângulo no espaço.
*Soraya Venegas é fotógrafa e coordenadora do curso de Jornalismo da Universidade Estacio de Sá - Campus Niterói/RJ.
|