Jornalismo, múltiplas vozes
Por Marcelo Januário* (Editor)
A décima-terceira edição da Revista PJ:Br - Jornalismo Brasileiro (ISSN 1806-2776) apresenta o tema "Jornalismo, múltiplas vozes". Trata-se de uma alusão aos 30 anos do Relatório MacBride, mas também uma referência à diversidade temática e analítica que tem marcado a publicação.
A presente edição traz algumas mudanças gráficas e de navegação, além de novidades de conteúdo, como a inclusão inédita de dois ensaios fotográficos simultâneos ─ que registram a religiosidade popular em Tocantins e a arquitetura curvilínea de Niemeyer ─ e de um documentário na íntegra sobre a experiência profissional de jornalistas de televisão em Juiz de Fora.
Outro destaque é a entrevista com o professor e pesquisador português Jorge Pedro Sousa, que analisa a mídia impressa de seu país e traça paralelos com o cenário jornalístico brasileiro.
Nos artigos, há estudos sobre o sujeito-receptor no jornalismo empresarial, catarse política na caricatura e na charge, narrativas alternativas a partir da tradição jornalística brasileira, construção e reverberação da notícia e, como citado acima, os 30 anos do relatório MacBride, com foco nas possibilidades da comunicação alternativa trazidas pela Internet.
Em 2010 também são comemorados os "60 Anos da TV Brasileira", tema contemplado nesta edição com um dossiê centrado em telejornalismo, que engloba
estudos sobre os programas "Jornal Nacional", "Bom Dia Brasil", "Profissão: Repórter" e "Expressão Nacional", mas também abordagens teóricas (como as propostas metodológicas para análise de telejornais e a análise das funções comunicativas no telejornalismo) e ensaios sobre ficção (análises sobre as representações sociais em telenovelas e as experiências formais nas adaptações literárias para a TV).
As monografias abrangem essencialmente análise de conteúdo, com textos sobre jornalismo cultural (revistas Continente e Bravo!), cobertura jornalística (jornais Diário do Norte, Folha de Londrina, Diário dos Campos e Jornal da Manhã), agenda setting (jornais Tribuna de Minas e Folha de S.Paulo) e jornalismo político (revista Veja).
Há também descrições de experiências em radiojornalismo
(programa Sinal Verde) e jornalismo científico (Núcleo de Jornalismo Científico da UFMS), além de duas contribuições para a história do jornalismo no Brasil, com textos nas áreas de jornalismo online (Campo Grande News) e imprensa alternativa (jornal Salário Mínimo).
Nos ensaios, além dos trabalhos sobre TV integrados ao dossiê, há estudos sobre a autobiografia no jornalismo digital e política e memória em Fernando Gabeira. Completam a seção duas reportagens inéditas sobre o crime organizado no Rio de Janeiro.
Em resenhas, a edição apresenta uma obra sobre os "maus gêneros" no jornalismo francês, edição relativamente antiga, mas que ainda aguarda por necessária publicação em nosso país. Finalizando a seção, há a análise de um livro lançado em 2009 sobre os novos formatos audiovisuais que, por sua temática, também integra o dossiê sobre a televisão brasileira.
Bem-vindo(a) e boa leitura.
*Marcelo Januário é jornalista e mestre em ciências da comunicação pela ECA/USP.
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