Outubro de 2010
Publicação Acadêmica de Estudos sobre Jornalismo e Comunicação ISSN 1806-2776
 
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DOSSIÊ: 60 ANOS DA TV BRASILEIRA

Apresentação:
Sessenta anos de análise, pesquisa e crítica

Por Valquíria Passos Kneipp e Marcelo Januário (Editores)

A Revista PJ:Br – Jornalismo Brasileiro chega à sua 13ª edição prestando uma homenagem aos 60 anos de implantação da televisão no Brasil.

Pelas mãos de um visionário como Assis Chateubriand Bandeira de Melo (popularmente conhecido como Chatô) o país recebeu, mesmo sem qualquer estrutura técnica e comercial, o veículo de comunicação que, ao longo destas seis décadas que se passaram, mudou a vida de toda a população.


Na imagem, Walter Tasca, o primeiro camera
man
da televisão brasileira [Reprodução].


A presente coletânea inclui proposições de metodologias para análise de telejornais ─ com destaque para a análise de conteúdo ─ e um estudo sobre a construção do enunciado, a partir da ferramenta conceitual da análise semiótica.

Ainda no campo do telejornalismo, há trabalhos sobre a participação popular na TV Câmara, a proposta humanizada de jornalismo do programa "Profissão: Repórter", a utilização de imagens impactantes no "Jornal Nacional" e o emprego das técnicas do jornalismo narrativo em reportagem do telejornal "Bom Dia Brasil".

O dossiê também agrega outras seções da revista com temas pertinentes. Um estudo sobre a identidade da favela na telenovela e uma análise sobre adaptação literária para a TV são ensaios que versam sobre a ficção televisiva. O documentário "Cidades Possíveis", disponibilizado na íntegra, resgata depoimentos de profissionais de televisão sobre o desafio diário de criar notícias.

Há ainda uma resenha que apresenta um importante lançamento sobre os novos formatos e gêneros audiovisuais.

Resumos

A utilização da teoria semiótica para a compreensão da construção do enunciado no telejornal pelos sujeitos envolvidos na mediação (enunciador/narrador e enunciatário/público) é o objetivo do artigo A alternância de papéis nas funções comunicativas dos sujeitos na TV. O autor faz uso da semiótica discursiva, a partir de autores como Fontanille, Greimas, Courtés e Fiorin.

Em Propostas metodológicas para análise de telejornais é apresentada uma discussão sobre a utilização da técnica da análise de conteúdo no telejornalismo. Algumas etapas deste tipo de investigação são equacionadas e adaptadas às necessidades do produto. As etapas são identificadas no processo de trabalho como a pré-análise através da decupagem, as inferências a partir da categorização e, para finalizar, a interpretação de dados.

Com o objetivo de promover o debate sobre temas de abrangência nacional relacionados com a atuação do Poder Legislativo, também é apresentado um estudo de caso sobre a participação popular no programa "Expressão Nacional", da TV Câmara. O estudo é baseado na premissa de que o debate público é uma das principais funções da comunicação pública.

A perspectiva do jornalismo humanizado no "Profissão: Repórter" é um estudo exploratório que tem o objetivo de verificar a proposta, apresentada pelo repórter Caco Barcellos, de se produzir reportagens investigativas na televisão. Esta análise elegeu alguns elementos como as características fundamentais que constituem o jornalismo humanizado e as ações que contribuem para a sua produção.

O texto
“Jornal Nacional”: o impacto da imagem na construção da notícia parte do princípio de que as imagens e mensagens influem na forma de socialização e nas relações de convivências entre diferentes gerações. Através da análise descritiva da notícia, o estudo demonstra como imagem e narrativa formam uma combinação perfeita para a espetacularização da notícia.

Em O Jornalismo Narrativo e a estesia na TV: uma análise da reportagem “O vaqueiro dos pampas”, a relação histórica entre jornalismo e literatura é colocada em foco em um estudo que destaca as principais características do jornalismo narrativo. O texto evidencia como técnicas que têm origem na literatura são empregadas a serviço da linguagem jornalística, fazendo da reportagem, mais que um produto informativo, um legítimo tema de interpretação e de construção do conhecimento.

A proposta do texto Favela e representações de identidade: estereótipos em "Viver a Vida" é analisar a utilização das classes populares como tema de telenovelas, comparando-a com filmes e seriados que também utilizam esta temática e colocando um questionamento aos leitores: será que isso promove o debate público sobre a imagem que os telespectadores fazem da periferia? Ou então, o que pode conter essa construção da identidade midiatizada, na medida em que interesses ideológicos, políticos e comerciais estão em jogo neste papel social da mídia?

O trabalho De olhos e ouvidos atentos: "Capitu" é pop na contramão da cultura de massa destaca uma tentativa de transcendência do conceito de cultura de massa na TV, ao analisar como a minissérie exibida pela Rede Globo em 2008 imprime uma estética pop inovadora ao clássico de Machado de Assis.

O documentário Cidades Possíveis apresenta trajetórias e experiências de profissionais em Juiz de Fora que, ao contarem seus sentimentos e inquietações, ajudam a construir a memória coletiva. O vídeo de quase 1h40min está disponibilizado na íntegra neste dossiê.

Como complemento informativo, a resenha A televisão do século XXI apresenta o livro “La hipertelevisión: géneros y formatos”, da pesquisadora Inmaculada Gordillo Álvarez, da Universidade de Sevilha, desde já uma contribuição fundamental para a compreensão e a reflexão sobre os gêneros e formatos audiovisuais contemporâneos.

Para finalizar a homenagem, veja abaixo fragmentos de um raro vídeo em 16 mm que registra a inauguração da Rede Tupi de Televisão, em 18 de setembro de 1950, marco da implantação da televisão no Brasil [autor desconhecido, 24", sem áudio].

 

 







Revista PJ:Br - Jornalismo Brasileiro | ISSN 1806-2776 | Edição 13 | Outubro | 2010
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