O texto apresenta um relato sobre algumas participações
minhas como atriz, cantora e produtora em espetáculos cênico-musicais
com base nas pesquisas sobre teatro de revista realizadas desde
1999.
Fenômeno por longo tempo menosprezado pela crítica e pela historiografia teatral brasileira, o teatro musical ligeiro que se desenvolveu no Rio de Janeiro na passagem do século XIX para o XX constitui um fértil campo para se estudar processos culturais que se desenvolviam na cidade, com reflexos no país, que ajudam a entender as complicadas relações raciais que ainda hoje assombram o imaginário e o cotidiano dessa sociedade. Através da análise de algumas peças de sucesso nas décadas de 1910 e 1920, procuro demonstrar como intelectuais simpáticos à cultura popular carioca estavam se apropriando de imagens e valores que se vinham forjando na Pequena africa do Rio de Janeiro e as transplantavam para o ambiente seguro do palco, despidas de seus conteúdos étnico-culturais originais.
O teatro brasileiro entre 1964 e 1983 freqüentemente se organizou na forma de espetáculos musicais para responder ao regime militar. Este artigo estuda quatro prefácios a peças publicadas e encenadas naquele período. Esses prefácios, escritos pelos dramaturgos Oduvaldo Vianna Filho, Ferreira Gullar e Dias Gomes e pelo diretor Flávio Rangel, contêm idéias estéticas e políticas que nos podem interessar ainda agora.
O presente artigo objetiva analisar a produção dramatúrgica de Chico Buarque, a fim
de identificar a possível existência de uma linha de trabalho entre as quatro peças por ele escritas.
Partindo do pressuposto de que o projeto de um dramaturgo se expressa na composição do
roteiro teatral e não necessariamente nas encenações que nele se baseiam, tomou-se como fontes
principais os quatro roteiros teatrais escritos por Buarque, cuja análise será cotejada por
elementos a eles externos, sempre que se faça necessário. A partir desta análise, intenta-se
contribuir para o adensamento dos estudos historiográficos do teatro, bem como para uma
abordagem da obra buarqueana a partir de uma ótica ainda pouco explorada por historiadores: a
sua escrita dramatúrgica.
O presente trabalho apresenta um estudo do processo de construção vocal do personagem nos Musicais Biográficos Brasileiros, levando em consideração as mudanças realizadas nas características que conferem qualidade à voz do ator em busca de uma aproximação com a voz do cantor biografado. Para tal, são analisadas as performances de Soraya Ravenle para recriar Dolores Duran no musical Dolores e a de Diogo Vilela para representar Cauby Peixoto no espetáculo Cauby!Cauby! Através de entrevista com os atores sobre o processo de construção vocal de seus personagens e a partir do levantamento dos parâmetros que caracterizam a voz humana, a pesquisa investiga as características da fala espontânea e do canto natural do ator em oposição à sua fala e canto em cena para observar as mudanças realizadas. Tais mudanças serão também comparadas à fala e ao canto do cantor biografado a fim de observar se estas visavam a aproximação com a voz do cantor biografado. Foram utilizados como instrumentos de análise da voz falada a Escala Brandi de Avaliação da Voz Falada de Edmée Brandi e para análise da voz cantada foram observados os parâmetros correlatos na voz cantada tendo por base, sobretudo, os estudos de Françoise Estienne.