Este trabalho discute formas de compreender e relacionar conhecimento e diversão no teatro para crianças, a partir da articulação de três áreas de interesse: educação, didática e diversão. Assim, busca entender quais os elementos mais comuns ao espetáculo didático para crianças, e em que medida essa forma teatral específica constrói conhecimentos e diverte. A partir de referências teóricas fundamentais colhidas nas discussões sobre o 'teatro didático' de Bertolt Brecht, pretende verificar como conhecimento e diversão são operacionalizados no teatro para crianças que produz cena teatral vinculada a projetos institucionais não escolares e que podem apresentar intenções educativas diferenciadas. Para tanto, dois projetos cariocas são analisados, Peças de Museu, do Museu do Thelephone, e História em Cena do Centro Cultural Banco do Brasil, especialmente a partir da análise de peças teatrais, programas de montagens e 'cadernos educativos'.
A educação tradicional apresenta números negativos e o afastamento entre alunos e professor é um dos fatores que contribuem para o fracasso escolar, gerando atraso, gastos financeiros e problemas sociais. Assim, analisar a relação professor-aluno é uma das formas de otimizar os resultados obtidos pela relação ensino-aprendizagem. O modelo tradicional de ensino favorece a bipolaridade professor-estudante, com tendência à criação de barreiras. Isso posto, a teoria do Teatro, bem como o uso das metodologias ativas, os jogos teatrais e as dinâmicas de grupo e seu período de aproximação dos pólos se mostram interessantes para a Educação. A figura do professor-ator surge para transformar o comportamento da platéia, que sai da passividade para a atividade. Para alcançar tal resultado, são utilizadas metodologias construtivas, ativas e inclusivas. Este trabalho analisa a sala de aula como palco e assim estuda, também, as várias formas de metodologias ativas, principalmente as dinâmicas de grupo, procurando apontar, durante todo o tempo, uma correlação entre Teatro e Educação. O enfoque do estudo se localiza na redução do hiato comunicativo entre professor tradicional e aluno com perfil pós-moderno. Dessa forma, sua proposta é avaliar a utilização das metodologias ativas (leia-se dinâmicas de grupo) nos resultados acadêmicos em um universo composto por duas escolas de nível médio, utilizando, para isso, pesquisas de campo e revisão bibliográfica.
Centro de Letras e Artes - Programa de Pos-graduação em Teatro
200 f
O presente estudo investiga a possibilidade de aplicação do Sistema do Teatro do Oprimido na prática pedagógica, objetivando a superação da contradição educador-educando-preconizada por Paulo Freire. Foi elaborado um planejamento para as aulas de Artes Cênicas realizadas em 25 encontros, com educandos de duas turmas de 8ª série do curso de 1° grau em uma escola do município do Rio de Janeiro. O Sistema de Teatro do Oprimido foi utilizado como procedimento pedagógico para o desenvolvimento das atividades. Descrevo o contexto onde se deu a pesquisa: a escola, os alunos, os professores, a organização das aulas e as atividades realizadas durante os encontros. Os resultados do estudo revelam que, embora, educador e educando estejam condicionados a reproduzir em sala de aula as relações sociais autoritárias e hierarquizadas, é viável uma transformação destas relações através do exercício do diálogo. Concluí que a utilização do Sistema de Teatro do Oprimido é adequada para educandos da 8ª série do 1° Grau. Suas técnicas propiciam ao educando o uso da linguagem teatral como um meio de expressão, comunicação e reflexão sobre si mesmo e sobre sua realidade, desenvolvendo nele a consciência crítica. Destaco, ainda, neste estudo, a importância de democratização das relações escolares, tanto a nível pessoal quanto administrativo, para a formação de cidadãos críticos e livres.
Esta dissertação trata da utilização da linguagem da performance no ensino da Arte para um grupo específico de alunos, trabalhadores da Companhia Siderúrgica de Tubarão (Serra-ES) e estudantes de uma unidade escolar localizada na própria empresa, a Unidade Educacional Sesi - CST ou 'Nossa Escola'. Essa unidade de ensino constituiu-se a partir de um projeto em parceria com o sistema Sesi de ensino, inciando suas atividades em 1994 e encerrando-se em 2004. O trabalho analisa as experiências performáticas vividas nas aulas de Arte, em dois projetos distintos: o 'Terra', elaborado em 2003, cujo objeto de estudos foram fotografias di artista Sebastião Salgado encontradas no livro homônimo, mesclando linguagens artísticas como artes visuais, teatro e performance; o 'Performances', realizado em 2004, a partir de releituras em performance e vídeo de variadas obras de artistas plásticos. No relato dessas duas experiências, o que se procura é refletir de que forma se desenvolveu o pensamento artístico e estético do grupo. As experiências são fundamentadas com base no estudo das teorias sobre jogos, teatro-educação e performance, de autores como Richard Schechner (1988, 1996, 2003), Viola Spolin (1987), Johan Huizinga (1996) e Erwing Goffman (2002). O estudo pretende contribuir para as discursões sobre o uso da linguagem performática nas aulas de Artes.