as balizas temporais que enquadram e classificam as obras de um autor estão associadas a processos de demarcação de seu sentido que se revelam muitas vezes móveis e fugidios. Nessas operações, empreende-se um trabalho de apropriação e reapropriação de seu significado por vezes estranho às in-tenções que guiaram os autores dessa ou daquela obra. Dias gomes e sua produção teatral não escaparam, obviamente, a determinadas periodizações e classificações que implicam, no fundo, maneiras de ver e editar que procedem a construções e reconstruções várias, quando não a desconstruções. Neste artigo, pretendo examinar a trajetória do dramaturgo Dias gomes tendo como referências básicas os textos teatrais e os livros lançados pelas editoras civilização Brasileira, nos anos 1970, e Bertrand Brasil, na década de 1980.
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