O presente artigo tem como foco analisar o trabalho das práticas performáticas que ocupam o espaço da rua, desenvolvidas pelo Coletivo Cantareira na comunidade da ilha de Paquetá, especificamente com a produção intitulada Auto de São Roque. A fundamentação do trabalho se pauta em discutir o espaço da rua como território sitiado e as possíveis astúcias e táticas do fazer coletivo, bem como os aspectos e caminhos estéticos da performance, ratificando essa intervenção como o lugar no qual corporeidade e vocalidade estão permanentemente em jogo. Pretende-se analisar também em que medida tais intervenções provocaram outros olhares sobre a própria localidade, recuperando e restaurando memórias e histórias.
A presente pesquisa desenvolve as possibilidade de construção do corpo cênico e expressivo a partir do espetáculo Shi-Zen 7 Guias, apresentado pelo Grupo Lume de Campinas (SP). A importância dada ao treinamento corporal, às múltiplas experimentações e trocas estabelecidas pelo trabalho do grupo, bem como suas relações internas e externas , considerando a relação com os espectadores. A relevância do trabalho do grupo, ao longo de vinte anos de convivência, ainda sob a direção de Luiz Otávio Burnier, falecido em 1995, até os dias de hoje, suas concepções teórico-metodológicas e as principais influências.