Definir o que seja um grupo de teatro alternativo no Brasil é uma tarefa um tanto quanto nebulosa. A expressão, teatro alternativo, que tem suas raízes próximas ao teatro denominado marginal, underground ou udigrudi, no final dos anos 60, para classificar um determinado modelo de fazer teatral, que não se encaixa no rótulo de teatro comercial, suscita variadas interpretações e classificações. Já no final dos anos 50, os grupos eram portadores de uma base ideológica facilmente identificável. Se formos pensar em reuni-los sob uma proposta estética, a diversidade dos projetos torna impossível a junção desses grupos. Foram selecionados 23 grupos no período 75/85 abrangendo diversos processos dramatúrgicos. Quanto ao universo geográfico de atuação dos grupos considerou-se sem material suficiente para o projeto de investigação dramatúrgica. O trabalho não pretende ser um estudo particularizado da dramaturgia, procura, através da seleção dos 23 grupos, traçar um painel dramatúrgico durante o período 75/85.
Na década de 80 do século passado, o trabalho com a máscara para a formação do ator ganha impulso nas escolas de teatro brasileiras. Paralelo a isso, a linguagem da máscara é incorporada por grupos de teatro que dela fazem uso, seja como elemento constitutivo do espetáculo seja como treinamento do ator. Este pesquisa aborda o trabalho com a máscara no Brasil, e analisa os referenciais teórico-práticos dos professores e artistas, ressaltando-se os seus princípios fundamentais. O universo a ser pesquisado restringe-se a escolas de teatro superiores, nas quais são oferecidas disciplinas com conteúdos sobre a máscara nos seus currículos. Foram selecionadas as que detêm um trabalho destacado, tanto pelo seu pioneirismo quanto pela pesquisa e atuação na área. No intuito de enriquecer o recorte proposto, o estudo abrange urna escola técnica e dois grupos teatrais cujos integrantes utilizam a máscara em seus espetáculos e, em paralelo, ministram cursos em seus ateliês. O método de análise toma como base as teorias que são elaboradas a partir da prática.
Este projeto de pesquisa tem como objetivo a análise da dramaturgia do teatro de animação, fundado na hipótese de que a mesma apresenta uma especificidade. O seu determinante é a interposição do objeto entre ator e público, contudo, esta é uma condição necessária, mas não suficiente. Não é somente a mediação do objeto que a determina, mas também o jogo cênico estabelecido no tripé: ator-manipulador, objeto e público. A vida (re)velada pelo objeto constitui o mistério da poética do ser, cujo (des)velador é o ator-manipulador, aquele que manifesta o oculto, que dá a conhecer o mistério; o público é aquele que reconhece a manifestação, tornando-a crível, uma vez que, no jogo teatral, observadas as regras, tudo é possível. A pesquisa privilegia a dramaturgia contemporânea brasileira já encenada e destinada preferencialmente ao público adulto. Para tanto, o Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Canela-RS foi eleito como fonte primordial da pesquisa, por ser o mais representativo do país e por contemplar diversas experiências textuais. Os grupos mais atuantes do teatro de bonecos do Brasil tiveram a oportunidade de se apresentar nesse festival que se revelou um painel da dramaturgia do Teatro de Animação contemporâneo brasileiro. Foram selecionados onze textos, de grupos oriundos de diversos estados do país. Da análise dessa amostragem, conclui-se que a dramaturgia do teatro de animação, embora tenha parentesco com a do teatro de ator, possui algumas leis que lhe são próprias, e que devem ser observadas quando se trabalha com essa linguagem específica