O presente trabalho propõe uma discussão em torno do texto teatral André, do dramaturgo contemporâneo francês Philippe Minyana em que a autora da dissertação, na qualidade de atriz, traduziu o texto e elaborou a proposta de uma escrita cênica intermídia. Apontam-se, nesta perspectiva, aspectos recorrentes na dramaturgia de Minyana como a musicalidade e a visualidade das palavras, a forte presença de monólogos, a noção de memória, catástrofe, sofrimento e morte. A escrita visual configura-se em imagens de vídeo, captadas em tempo real e imagens pré-gravadas, sendo ambas projetadas em dois telões acima das arquibancadas do público, dispostas uma frente à outra. Novas camadas de imagens são produzidas no chão de linóleo branco, como se este fosse uma tela sendo pintada a partir das performances realizadas com diferentes elementos como café, flores, um par de tênis, uma faca, etc. que vão deixando seus vestígios pela cena. Apontam-se algumas relações entre o texto e a imagem no contexto desta escrita cênica e as reverberações desta experiência na atuação e na recepção do espetáculo.