Esta dissertação discute a performance da coreira do Tambor de Criola do Maranhão, reconhecendo as principais características desta dança, sua inserção no sagrado e no divertimento popular, bem como as principais mudanças ocorridas ao longo da sua existência. Analisa os principais movimentos da coreira e sua relação com os elementos que constituem esta manifestação, onde se percebe a restauração de comportamentos onde o corpo alcança devires que leva o performer a um momento espetacular compondo movimentos extracotidianos e que podem servir como apoio ao trabalho de criação artística para o Teatro Educador.
Analisa a memória impressa no corpo como fonte de resistência cultural e política, numa perspectiva multidisciplinar, e discute questões caras à cena contemporânea. Estudamos o corpo como veículo expressivo e comunicador em duas dimensões distintas: em práticas tradicionais de escarificação, por meio das curas realizadas em ritos de iniciação no candomblé, e na Arte Carnal de Orlan.
O presente trabalho analisa a origem histórica da Folia de Reis, identificando não só sua raiz cultural européia, mas também, ameríndia e africana, como fruto do processo de miscigenação ocorrido no Brasil. Partindo desta análise, faz-se um levantamento histórico da formação cultural do Vale do Paraíba e da cidade de Volta Redonda, buscando compreender os fatores que conduziram ao surgimento das Folias de Reis na cidade e da força dessa manifestação da cultura popular na região. A partir da pesquisa de campo realizada junto à Jornada de Reis Estrela Moderna de Volta Redonda, é feita uma descrição e análise dos aspectos estruturais e ritualísticos dessa manifestação da cultura popular brasileira, que anualmente sai às ruas, no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro (no estado do Rio de Janeiro até 20 de janeiro) e através de sua jornada, cumpre a missão de reviver a passagem bíblica que narra a viagem e adoração dos três Reis Magos ao Menino Jesus nascido. Com foco na figura do palhaço, personagem mascarado de aspecto cômico e grotesco, analisa-se os elementos performáticos presentes neste brincante, tratado aqui, como um ser liminar, identificando os aspectos de jogo e ritual presentes em sua performance. Integrando palhaços e foliões num corpo ritual, analisa-se esse corpo como uma unidade simbólica movida pela fé e devoção aos Santos Reis. A partir da crise instaurada no núcleo do grupo, investiga-se seus fatores geradores, tanto internos quanto externos, entendendo a Folia de Reis como uma manifestação que reflete o estado das forças sociais. Neste sentido é desenvolvida uma análise das transformações sociais que afetam direta ou indiretamente o grupo e, neste contexto, o papel exercido pelo poder público e suas políticas culturais, diagnosticando um estado de descaso e ineficiência desses mecanismos, junto a uma tradição em permanente transformação.