A pesquisa pretende estudar o espaço da relação entre o encenador e o cenógrafo para a construção da escrita cênica, bem como investigar o uso ou a ocupação desse espaço na cena pelo ator. Procurou ainda analisar o espaço e a sua interferência na cena, através de seis montagens que conseguiram uma unidade cênica em sua realização - Teatro Ipanema: O Jardim das Cerejeiras (1968); O Arquiteto e o Imperador da Assíria (1970) e Hoje é dia de rock (1971) e Teatro do Quatro: Os Veranistas (1978); Papa Highirte (1979) e Sábado, Domingo e Segunda (1986). Esses exemplos estudados permitiram verificar: o nascimento do conceito e a sua transposição em forma; o processo de criação do projeto de encenação proposto pelo encenador ao cenógrafo e a sua resposta formal à proposta; além da utilização do dispositivo cênico pelos atores na cena. O objetivo foi investigar as variáveis que intervêm na criação do espaço cênico e no seu uso a partir do momento em que uma parceria efetiva se estabelece entre o encenador e a sua equipe de criação. Assim, algumas questões foram fundamentais: o nascimento da idéia, o start criativo, a nova forma para o novo conteúdo, o espaço da criação - processo de trabalho - e o espaço da relação dos elementos criativos do espetáculo. Estas questões surgiram da minha vivência profissional como cenógrafa, uma vez que sempre estive atenta à pesquisa da forma, não só do processo de criação da cenografia, mas também da sua integração no processo mais amplo da criação da encenação pela equipe. Em contrapartida, a pesquisa do processo criativo por meio dos exemplos aqui analisados, levou a uma melhor compreensão do meu processo criativo.