Esse trabalho é o estudo da construção e da elaboração das práticas performativas e estéticas da folia de reis, desenvolvidas pela comunidade e pelo performer no Bairro Zumbi, localizado na periferia de Cachoeiro de Itapermirim no Espirito Santo. O estudo desenvolve sob a perspectiva do conceito antropológico proposto por Barba, da etnocenologia de Jean Marie Pradier e do conceito performativo de Victor Turner e Richard Schechner. A observação do grupo de Folia de Zumbi ocorre no contexto do seu ciclo ritual, partindo da hipótese de que a Folia de Reis, além de ser um folguedo - manifestação tradicional de devoção e fé passada de geração a geração -, é uma prática performatica que reafirma e desenvolve hábitos e costumes de uma comunidade. Objetiva-se, nessa pesquisa identificar/analisar e descrever praticas performativas de folia de reis; investigar a Folia de Reis da comudade de Zumbi na perspectiva crítica da antropologia contemporânea; avaliar os processos de construção dessa manifestação e suas interferências em momentos cotidianos e sociais. A metodologia de pesquisa é interdisciplinar, fundamentada em conceitos e categorias de análise dos estudos da performance e antropologia do teatro, seguindo os procedimentos da revisão teórica e do trabalho etnólogo ou folclorista, com base no registro documental realizado em campo. Dessa forma, mostra-se um conjunto de valores e hábitos compartilhados, tanto sociais e comportamentais como estéticos num bairro popular da periferia da cidade: um espaço comum de organização e expressão e expressão de culturas de resistências, constatadas em seu contexto, inclusive na Folia de Reis de Zumbi.
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