O artigo investiga a encenação e recepção crítica de três comédias de Carlo Goldoni, realizadas por Ruggero Jacobbi no Brasil, entre 1949 e 1955. O objetivo é evidenciar como a leitura de textos da comédia italiana subsidiou experimentações estéticas e debates sobre o teatro e a sociedade brasileira no período.
Na construção historiográfica do teatro brasileiro moderno, as formas da comédia popular
foram “superadas” a partir da implantação de novas formas teatrais, expoentes de uma visão de mundo
mais condizente com as conquistas da modernidade. Este artigo procura demonstrar que esta construção
teórica e discursiva legitima um determinado projeto cultural e civil para o país que remonta ao século
XIX e recebe nova roupagem em meados do século XX