Este estudo descreve, caracteriza e analisa procedimentos cênicos que constituem a encenação do melodrama no palco. O objetivo é analisar os princípios deste drama encenado focalizando-se nos aspectos da interpretação e da encenação, privilegiando cinco momentos. Primeiro foram reconstruídos os espetáculos da pantomima e das feiras francesas, formadores da estrutura do melodrama; em seguida, deteve-se na encenação de dois espetáculos, o parisino Coelina ou l’Enfant du Mystère (1800; Coelina ou Os Filhos do Mistério), de René-Charles Guilbert de Pixérécourt e a livre tradução/encenação londrina do texto de Pixérécourt Tale of Mystery (1802; Um Conto Misterioso), realizada pelo ator-dramaturgo inglês Thomas Holcroft (1745-1809); como terceiro momento recuperam-se os ensaios e a preparação dos atores realizados por Constantin Stanislavski (1863-1938) em 1927 durante a encenação do melodrama soviético Os Dois Orfãos de Adolphe Dennery e Eugène Cormon, e, em seqüência, a reflexão teórica do melodrama realizada pelo formalista Boris Tomashevski (18901967). Esta pesquisa finaliza com o estudo de um premiado espetáculo brasileiro sobre o melodrama Melodrama de Enrique Diaz (1995-2000). Mostra que o melodrama é o mais cênico dos estilos teatrais, escrito para ser efetivo no palco, enraizando-se nos modelos de encenação e produção da arte do ator, que adentram o século XX, inscrevendo-se profundamente na estética do espetáculo contemporâneo.
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