Essa dissertação apresenta um estudo do texto O círculo de giz caucasiano, de Bertolt Brecht (1898–1956). O farol de investigação é iluminado pelo reconhecimento dos elementos e das características do gênero melodramático presentes na tessitura do texto do dramaturgo alemão. Para respaldar minha investigação, recorro a alguns apontamentos já existentes sobre o gênero melodramático, em especial, os estudos de Jean-Marie Thomasseau (2005), Ivete Huppes (2000), somados aos do teatro épico brechtiano. A Idea de Brecht sobre fábula, cópia, relação texto/cena, aponta para outras possibilidades de sentido diferentes da expectativa gerada pela estética melodramática. Esse diálogo entre discursos é respaldado pelo viés do dialogismo e discurso paródico de Mikhail Bakhtin (1999; 1992). Consequentemente, o resultado do trabalho se caracteriza em um constante ir e vir entre “espaços”, “tempos” e “ideias”, no qual o exercício de releituras de formas e discursos, socialmente diversificadas, revela uma das teses do pensamento brechtiano: um mundo em transformação no qual o sujeito não anula suas emoções, mas eleva-as ao horizonte de lucidez. O jogo de aproximação e distanciamento visa, na estética do exagero, a propalação de qualidades artísticas a serem regadas pela objetividade do teatro épico, processo que culmina, na fábula, uma discussão e crítica ao senso de propriedade, não somente em voga nos melodramas do período clássico, mas também na dramaturgia de Brecht.
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