O presente artigo analisa as atividades do setor teatral do Centro Popular de Cultura
da União Nacional dos Estudantes (CPC da UNE), entre 1961-1964, bem como suas concepções
acerca da função da arte durante o período marcado pelas discussões em torno das “Reformas de
Base”. Utilizando de fontes primárias e bibliográficas, este estudo privilegia as teses elaboradas
pela entidade em relação ao papel político do teatro, além das diferentes percepções de
intelectuais e artistas engajados em relação à estética teatral e à mensagem política das obras
artísticas. Entre os resultados desta pesquisa verificou-se que a organização cepecista surgiu do
processo de renovação do teatro brasileiro e das contradições econômicas e políticas dos
governos de Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros, e que a entidade fomentou uma ampla
discussão em torno da cultura nacional e da cultura popular, responsável por campanhas
populares e antiimperialistas, ocorridas antes da instalação do governo militar.
O presente artigo tem o intuito de refletir acerca do papel social da mulher a partir
do teatro na Fortaleza da virada do século XIX para o XX. Nesse período, o teatro estava
conhecendo o seu esplendor na capital cearense com a construção do teatro oficial, o
desenvolvimento da produção dramatúrgica, a criação das companhias dramáticas cearenses e
com o aumento da presença das casas de espetáculos particulares, dos circos e das encenações
das companhias dramáticas renomadas na capital federal, o Rio de Janeiro. Era nesse panorama
que as comédias de costumes foram ganhando o gosto do público, pois representavam cenas do
cotidiano com humor. Destarte, destacamos duas peças que foram encenadas nos palcos
fortalezenses no período em tela: O Dote de Arthur Azevedo e As doutoras de França Junior.
Ambas trazem a temática do casamento e o papel social da mulher com seu discurso dominante e
defensor da moral cristã.