Conversa sobre Cinema e Formação do sujeito

26/10/2018 – Conversa sobre Cinema e Formação do sujeito

O convidado  foi o Prof. Me. Tiago Gomes. Esse encontro fez parte de um ciclo de formação do Canal Futura.

A conversa girou a respeito da construção da narrativa no cinema brasileiro, sobretudo, se falarmos do cinema na favela, como estória ou como produção. E a partir disso, apareceu uma das reflexões mais importantes da aula: como enegrecer ou embranquecer a partir de quatro aspectos, são eles o biótipo, o figurino, o espaço e a companhia. E como todo o imaginário brasileiro é influenciado por novelas, programas de televisão, filmes e noticiários, na linha do tempo da história é influenciado por esses aspectos. Daí, abriu-se discussão sobre a diferença da vulnerabilidade e da invisibilidade, muitas vezes andam juntas, mas é preciso identificá-las com clareza, para então trabalhar a partir dessa realidade posta.

Foi debatido também sobre o projeto território popular e como pode ocorrer essa mudança de imaginário das próprias pessoas que vivem na favela ou em realidades marginais do modelo tradicional de sociedade ocidental, a partir disso, conversa-se sobre uma disputa do campo simbólico, no qual se concorre a mudança de sentido e, com ela, uma mudança de perspectiva. Tiago apresentou algumas perguntas que utilizava no início do seu processo com os jovens para, então, começar a trabalhar o audiovisual. Elas servem  para localização, conscientização e, acredito, uma espécie de terapia (de saber quem sou eu e a importância disso) do sujeito. Anotei para tentar levar como inspiração nos processos educomunicativos, muito importante se pensarmos por exemplo em Paulo Freire e no trabalho  a partir das realidades presentes nas rodas dialógicas. Enfim, as perguntas, são elas:

  • Quem é você?
  • O que você gosta de fazer?
  • O que/a quem interessa você fazer isso?
  • Como utilizo a cidade?

A partir disso, conseguimos entender um pouco da trajetória do convidado e com ela, o que deveria ser apresentado nesse encontro: a realidade do cinema na favela, sendo narrativa ou produção; os projetos criados para isso e as formas que foram trabalhados.

Em relação a isso, as tecnologias que chegam a periferia e permitem todos esses projetos, mas também, a elitização do cinema brasileiro e ainda o apego às narrativas sobre a favela que estão no nosso imaginário: tráfico, guerra, morte, etc. O trabalho dele, então, vem sendo tentar desmistificar e estimular outros pontos narrativos, e não do que a sociedade acaba impondo como lugar no mundo para essas pessoas.

Partindo de todo esse  cenário, Tiago é mais um convidado a falar de políticas públicas como forma de desmistificar esses esquemas dados, e tentar criar uma nova lógica social para, então, diminuir a desigualdade – como por exemplo, permitindo a continuidade dos projetos.

Mais uma vez, é possível ver a educomunicação como área de mediação nessas atividades e nas discussões postas.

Algumas indicações do que foi falado em aula:

 

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