Nº 8 - Julho 2007 Publicação Acadêmica de Estudos sobre Jornalismo e Comunicação ANO V
 
 

Expediente

Vinculada
à Universidade
de São Paulo

 

 

 


 

 

 

 

 

 


DOCUMENTO

Uma aula de Boris Schnaiderman
Por Valéria Guimarães*

Boris Schnaiderman revela nesta aula no curso de Semiótica Russa, como convidado da professora Jerusa Pires Ferreira, seus contatos com intelectuais estrangeiros que revolucionaram os modos de pensar no século XX.

Primeiro professor de russo do Instituto de Línguas Orientais da USP, autodidata em estudos da linguagem, teve posição estratégica como tradutor deste idioma. Foi o responsável pela vinda de Jakobson ao Brasil, em 1968, estabeleceu contatos com Ivanov, Lotman e conheceu Bakhtin, já bastante enfermo, além de se corresponder com membros da Escola de Tartu, tendo um papel central na difusão da revolucionária cultura russa no Brasil.

Na ocasião desta aula, às vésperas de completar 90 anos comemorados no mês de maio de 2007, o professor Boris mostra domínio no tratamento de questões sobre a formação da disseminação da semiótica no Brasil através de textos muitas vezes traduzidos por ele.

Com fino humor, demonstrando extrema erudição, delicadeza de gestos e simpatia sem limites, nos deixa nesta aula o registro de um testemunho dos mais importantes para qualquer um que se interesse não só por semiótica russa, mas pela formação de uma geração de brasileiros que se inspirou nas teorias destes intelectuais.

Nascido em 1917, na Ucrânia, migra no pós-revolução com a família, chegando ao Brasil com oito anos. Aqui se forma engenheiro agrônomo, mas sua carreira se faz nas letras. Foi justamente o interesse por uma das mais brilhantes e controversas mentes que fizeram parte do caldo cultural em que surgiu a Semiótica Russa, o poeta Maiakóvski, que aproximou Boris dos irmãos Campos.

Apresentados por Décio Pignatari, encabeçaram a vanguarda da poesia concreta no Brasil.

Revelações, chistes, política e comentários sobre traduções fazem parte deste relato em forma de aula que apresentaremos a seguir, dividido em capítulos.

A primeira delas - A epopéia brasileira de Roman Jakobson - consiste na narração da vinda de Jakobson ao Brasil, em 1968, e a multidão que se formou para ver o "poeta da lingüística" - como diz Haroldo de Campos - enfrentando uma longa caminhada em "passeata" até o Teatro da Aliança Francesa, em Sâo Paulo, em plena Ditadura Militar. Clique aqui para assistir.

*Valéria Guimarães é pós-doutoranda em Comunicação no Centro de Oralidade e Semiótica (COS-FAPESP), da PUC/SP. E-mail valeria@mundonovo.jor.br.

Voltar.

 
 
 
 

 









































®Revista PJ:Br - Jornalismo Brasileiro [ISSN 1806-2776]