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30/12/2003
"Oficina de História" achou
lista de obras queimadas
Por Folha de S.Paulo
A
descoberta do prontuário 131.867 está ligada a
um projeto que começou há sete anos e já
rendeu mais de duas dezenas de publicações, exposições
e seminários. O Proin Arquivo/Universidade, projeto integrado
do Arquivo do Estado e da USP, coordenado pela historiadora
Maria Luiza Tucci Carneiro - em parceria com o professor da
Escola de Comunicações e Artes da USP Boris Kossoy
- começou nanico e hoje é levado a cabo por equipe
de 32 pesquisadores.
O
empreendimento, bancado pela Fapesp e pela USP, envolve o trabalho
direto com documentos do antigo Departamento de Ordem Política
e Social, depositados no Arquivo do Estado desde meados dos
anos 90.
Tucci
Carneiro montou o que chama de "Oficina de História",
atividade que envolve aulas teóricas usando papeladas
históricas, no próprio prédio do Arquivo.
Os
pesquisadores, que fazem desde trabalhos de iniciação
científica até teses de pós-doutorado,
têm ainda dois tipos de atividade. Ajudam nos bancos de
dados e imagens que estão sendo montados com os 160 mil
prontuários, e que deverão ser disponibilizados
em parte na internet em 2004, e tocam, cada um, alguma pesquisa
pessoal (pode ser sobre temas tão diversos como folhetos
operários anarquistas ou imigração armênia
para o Brasil) .
Os
trabalhos de cada pesquisador vêm sendo publicados em
séries como a Coleção Inventário
Deops (Imprensa Oficial/Arquivo do Estado). A "fornada"
mais recente de inventários é composta pelos livros
"O Despertar do Campo: Lutas Camponesas no Interior do
Estado de São Paulo", de Emiliana Andréo
da Silva, "Combates pela Liberdade: o Movimento Anarquista
sob a Vigilância do Deops/SP (1924-1945)", de Lucia
Silva Parra, e "Na Boca do Sertão: o Perigo Político
no Interior do Estado de São Paulo (1930-1945)",
de Beatriz de Miranda Brusantin.
Outra
faceta visível da pesquisa estará disponível
ao público a partir do dia 6 de janeiro. A Estação
Ciência (tel. 0/xx/11/3673-2798), em São Paulo,
exibirá até o dia 20 de abril a mostra "Livros
Proibidos, Idéias Malditas", curada por Tucci Carneiro.
A
exposição é feita de algumas dezenas de
painéis com fotos, textos e documentos sobre livros apreendidos
pelo Deops.
Outra
linha de pesquisas, a de jornais confiscados pela polícia
política, será o tema do próximo trabalho
de Tucci Carneiro. O livro "A Imprensa Confiscada pelo
Deops - 1924-1954" deve ser lançado no início
de 2004, pela Imprensa Oficial de São Paulo, inaugurando
a coleção "Labirintos da Memória",
que terá ainda trabalhos sobre panfletos e charges.
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