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15/01/2004
Pesquisadores
de jornalismo
fundam sociedade de pesquisa
Por
SINDJORMS
A
assembléia de fundação da SBPJor contou
com a presença de mais de uma centena de participantes,
que aprovaram o estatuto da entidade, elegendo também
sua primeira diretoria para o biênio 2004-2005. A equipe
dirigente está constituída por: Elias Machado
(UFBA), presidente; Luiz Gonzaga Motta(UNB), vice-presidente;
Eduardo Meditsch (UFSC), diretor científico; Victor Gentilli
(UFES), diretor administrativo; e Dione Moura (UNB), diretora
editorial.
A
Sociedade Brasileiro de Pesquisadores em Jornalismo - SBPJpr
- vem sendo cogitada, no último decênio, pelos
cientistas que privilegiam o Jornalismo nas universidades brasileiras,
todos eles aglutinados em grupos de trabalho ou núcleos
temáticos das sociedades científicas do campo
da comunicação (COMPÓS ou INTERCOM) ou
das associações vinculados a áreas conexas
(semiótica, lingüística, literatura ou ciências
sociais).
A
decisão de fundar uma entidade específica foi
motivada pela necessidade corporativa de resgatar a identidade
profissional do Jornalismo, bem como pela consciência
coletiva de que essa disciplina das ciências da comunicação
arregimentou suficiente massa crítica, constituída
por mais de uma centena de mestres, doutores e livre-docentes
que se dedicam ao estudo de objetos nitidamente jornalísticos.
Esse
contingente acadêmico foi mobilizado por um grupo de pesquisadores
vinculados a distintas universidades brasileiras, presentes
aos recentes encontros anuais da COMPÓS (Recife) e INTERCOM
(Belo Horizonte). A convocatória para a reunião
de Brasília (18-19 de novembro de 2003) mereceu ampla
acolhida, logrando a inscrição de 84 trabalhos,
distribuídos em 12 mesas redondas, organizadas em torno
da temática "A institucionalização
da pesquisa em jornalismo no Brasil". Todos os trabalhos
selecionados foram reunidos em publicação digital
(CDRom), editada pela Faculdade de Comunicação
da Universidade de Brasília, instituição
que comemora, neste ano de 1973, os 40 anos de fundação
do seu Curso de Jornalismo, por iniciativa do jornalista Pompeu
de Souza.
O
ato de criação da SBPJor foi prestigiado pelo
Presidente da Fundação CAPES, órgão
do Ministério da Educação responsável
pelo acompanhamento e avaliação do sistema nacional
de pós-graduação, Marcel Bursztyn, bem
como por representantes das principais sociedades científicas
brasileiras, entre elas a SBPC - Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência e a INTERCOM - Sociedade Brasileira
de Estudos Interdisciplinares da Comunicação.
A
sede da SBPJor será a cidade de Brasília, ficando
deliberado que o próximo encontro dos pesquisadores da
área se realizará no campus da Universidade Federal
da Bahia, em novembro de 2004.
Durante
a Assembléia de instalação da Sociedade
Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo - SBPJor -, realizada
no campus da Universidade de Brasília, na manhã
do dia 29 de novembro de 2003, o Professor José Marques
de Melo, titular da Cátedra Unesco/Umesp de Comunicação,
foi homenageado pela equipe inspiradora da nova entidade, que
o escolheu para figurar como Pesquisador Número 1 no
seu livro de associados.
A
homenagem foi proposta pelo Prof. Dr. Eduardo Meditsch (UFSC),
diretor científico da SBPJor, que justificou aos presentes
o seu pioneirismo acadêmico. Ele explicou que o pesquisador
Marques de Melo legitimara academicamente o Jornalismo como
nova área de conhecimento, ao defender, há trinta
anos, na Universidade de São Paulo, a primeira tese de
Doutorado do Brasil. A proposta foi acolhida por unanimidade,
tendo o homenageado recebido uma ovação dos participantes,
ao assinar, em primeiro lugar, a lista dos fundadores da SBPJor,
muitos deles seus antigos alunos ou discípulos acadêmicos
durante programas de bacharelado, mestrado e doutorado.
Carreira
acadêmica
A
carreira acadêmica de José Marques de Melo foi
iniciada, há 40 anos, na cidade do Recife, durante sua
fase estudantil na Universidade Católica de Pernambuco.
Ele foi responsável pelo primeiro projeto de Iniciação
Científica no campo do Jornalismo, desenvolvido sob a
orientação do Professor Luiz Beltrão, fundador
do Curso de Jornalismo daquela universidade. Com o título
"A crônica policial na imprensa do Recife",
esse trabalho foi publicado no volume 1, número 2, da
revista "Comunicações & Problemas"
(1965).
Diplomado
em Jornalismo pela UNICAP (1964), ele recebe bolsa de estudos
para realizar estudos de pós-graduação
na Universidade Central do Equador, onde estava sediado o Centro
Internacional de Jornalismo para a América Latina, mantido
em convênio com a UNESCO. Sua dissertação
intitulada "Um dia na imprensa brasileira" foi divulgada,
em versão resumida, pela revista "Cadernos de Jornalismo"
(n. 8), publicada pelo Jornal do Brasil (1967) e reproduzida
em inglês, francês, espanhol e russo pela revista
"The Democratic Journalist", vol. XVI, n. 11 (1968),
editada em Praga pela OIJ - Organização Internacional
dos Jornalistas.
Ao
ingressar, em 1967, no quadro de docentes fundadores da Escola
de Comunicações Culturais da Universidade de São
Paulo (hoje ECA-USP), ele se inscreveu no Programa de Doutorado
da instituição, vindo a defender, em 1973, sua
tese "Fatores sócio-culturais que retardaram a implantação
da imprensa no Brasil", publicada em livro pela Editora
Vozes, no ano seguinte, sob o título "Sociologia
da Imprensa Brasileira". Uma nova edição
desse livro foi publicada em 2003 pela Editora da PUC do Rio
Grande do Sul, sob o título "História Social
da Imprensa", restaurando a versão original da tese
de doutorado defendida há trinta anos.
Logo
após a conquista do doutorado na USP, o Professor Marques
de Melo foi agraciado com bolsa de pós-doutorado da FAPESP
- Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo, permanecendo na University of Wisconsin
durante o ano letivo 1973-1974, onde escreve a monografia intitulada
"Tendências no ensino de pós-graduação
em Jornalismo nos Estados Unidos da América". Afastado
das atividades acadêmicas, por ato arbitrário do
governo militar, em 1974, ele somente retorna à USP,
em 1979, beneficiado pela lei da anistia política. Reinicia,
então, sua carreira acadêmica, dedicando-se à
elaboração da tese de livre-docência, que
foi defendida em 1983, sob o título "Gêneros
Opinativos no Jornalismo Brasileiro".
Esse
estudo foi publicado sob a forma de livro pela Editora Vozes,
em 1985, tendo sido reeditado em 2003 pela Editora Mantiqueira
sob o título "Jornalismo Opinativo". Em 1985,
ele fez concurso para a função de Professor-Adjunto,
chegando ao topo da carreira acadêmica em 1987, quando
se torna o primeiro docente do Curso de Jornalismo da ECA-USP
a conquistar o cargo de Professor-Titular.
No
ano seguinte, o Professor Marques de Melo foi agraciado com
bolsa de estudos avançados do CNPq - Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -
para realizar o projeto de análise comparativa entre
o papel da imprensa na transição democrática
espanhola, publicado sob a forma de livro pela Editora Summus,
com o título "Espanha: sociedade e comunicação
de massa" (1989). Nesse mesmo ano, foi concitado por seus
colegas e alunos a se candidatar a Diretor da Escola de Comunicações
e Artes da Universidade de São Paulo, tendo sido escolhido,
em eleição direta, com expressiva votação
da comunidade, merecendo também a confiança do
Reitor José Goldenberg, que o nomeou imediatamente. Exerceu
o cargo durante o triênio 1989-1993, optando por aposentar-se
, logo após o seu mandato administrativo.
Em
2001 foi agraciado pela Congregação da ECA-USP
com o diploma de Professor Emérito, permanecendo até
os dias de hoje como colaborador voluntário da instituição,
onde orienta pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Dirige atualmente o projeto temático "Pensamento
Jornalístico Brasileiro".
Fonte:
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do MS
www.sindjorms.com.br/noticias.php?act=listar&cod=413
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