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Monografias


O pioneirismo de Vitorino Prata Castelo Branco

Por Elisabeth Kobayashi

Introdução

Falar em Vitorino Prata Castelo Branco não é tarefa fácil. Em primeiro lugar pela dificuldade em se encontrar seu livro Curso de Jornalismo, editado em 1945. Segundo o professor Osnir Dias, da Universidade de Mogi da Cruzes (UMC) são apenas três exemplares no Brasil: um no acervo da Biblioteca Mário de Andrade, localizada em São Paulo, outro na biblioteca da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e o último na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

Para nossa surpresa, o aluno da disciplina Pensamento Jornalístico Brasileiro, Ênio comprou um exemplar num sebo de São Paulo. Uma relíquia vendida a R$ 30,00, prova de que são raros aqueles que conhecem e reconhecem o valor dessa obra.

Outra incógnita a ser desvendada é a biografia do autor. Depois da polêmica levantada pelo curso de jornalismo "distribuído" em várias edições e da perseguição sofrida por seu autor, este voltou-se para o Direito, abandonando o Jornalismo definitivamente.

O grande legado de Castelo Branco foi sistematizar o ensino de jornalismo de uma forma, na qual todas as pessoas podiam ter acesso a essa profissão. Acusado de leviano, oportunista, ele teve o mérito de difundir também o ensino à distância, numa época sem computadores ou Internet, por exemplo.
O objetivo desse trabalho é resgatar sua obra Curso de Jornalismo e resgatar a importância desse profissional no estabelecimento do ensino de jornalismo no país. Outra contribuição que pretende-se é proporcionar aos estudantes, profissionais e professores de Jornalismo conhecer essa figura, que muitos não têm idéia de quem seja.

Objetivos gerais e específicos

Este trabalho tem como objetivo geral retomar parte da discussão a respeito do Primeiro Curso Livre de Jornalismo. Na época, utilizando as palavras do próprio Castelo Branco, o curso foi atacado, apupado e apedrejado, mas não foi vencido.1

De fato, já são quase cinqüenta anos de sua publicação como livro e mais se contarmos a época em que o curso era proferido em conferências pelo Estado.

O objetivo específico é abordar todos os capítulos do livro Curso Livre de Jornalismo. Como já foi dito na introdução, restam apenas três exemplares nas bibliotecas do país. É de extrema importância retomar o pensamento de Castelo Branco devido à sua precocidade em valorizar o ensino à distância e em sistematizar o ensino de Jornalismo.

Muito do que se aborda no livro cabe, perfeitamente, às lições jornalísticas ensinadas (ou não) na atualidade. Evidentemente, há uma defasagem no livro no que se refere às tecnologias utilizadas na produção da época. Entretanto, o pensamento do autor no que se refere à ética profissional e à importância do jornalismo como mediador social são atualíssimas.

Explicação sobre os cursos por correspondência

Na época em que o Curso Livre de Jornalismo foi editado para ser vendido em doze fascículos, Castelo Branco era o diretor da Associação Educacional de São Paulo, além de autor e editor do curso.

Antes do curso de jornalismo "por correspondência" já havia lições voltadas para áreas totalmente distintas como contabilidade mercantil e bancária, preparação de oficiais de farmácia, taquígrafos, etc.

Os cursos eram parte integrante da revista mensal intitulada "Cursos". A publicação se autodenominava uma revista de ensino prático. Nela não eram veiculados anúncios de qualquer espécie. Castelo Branco acreditava que estes não se enquadravam no propósito da revista, que era a educação à distância.

Cabe frisar, que antes do lançamento do curso de jornalismo, a revista já circulava por todo o país sem causar qualquer tipo de espanto. A revista estava, legalmente, registrada como tal e, além dos assinantes, podia inserir anúncios, publicar matéria remunerada e gozar, enfim, de todas as regalias e prerrogativas dessa classificação.

A perseguição à revista "Cursos" só começou após a publicação do Curso Livre de Jornalismo. Até então, nunca a Associação Educacional de São Paulo, da qual, Castelo Branco era o diretor, havia sofrido algum tipo de represália por qualquer instituição. Ao contrário, a revista era sucesso no Brasil inteiro. Utilizando as próprias palavras do autor: "..e de todos os recantos da pátria, recebemos pedidos de exemplares".

Segundo o próprio autor relata, muitas vezes recebeu ameaças de que processos contra ele já estavam registrados, quando na realidade, não passava de pressão psicológica. Em palestra proferida na Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo, durante a realização do I Curso de Aperfeiçoamento para Professores de Jornalismo, Castelo Branco relatou aos presentes que foi alvo de uma dura campanha difamatória.

Chamaram-no de leviano e o acusavam de ter como objetivo abusar da credibilidade das pessoas e de obter lucro fácil com a venda das assinaturas da revista. Ele conta que chegou a ficar "acanhado, com medo de sair às ruas e ser apontado como aproveitador da credibilidade pública".

Outro ponto frisado pelo autor nessa mesma palestra foi o motivo que desencadeou toda perseguição: ciúme e o medo despertado nos jornalistas "conservadores":

Segundo Castelo Branco, o curso, antes de virar revista ou livro, era ministrado em seminários em São Paulo e em cidades como Santos e Sorocaba. Ele continua dizendo que havia um grande número de alunos, muitos deles já exercendo a profissão em São Paulo. O curso era devidamente apostilado e seu sucesso era propagado por meio do boletim Allô, Allô, Brasil! por todo o país.

Proferi conferências no auditório da Biblioteca Municipal Mário de Andrade e no auditório da Câmara Municipal de Santos. Estive na Rádio Clube de Sorocaba, no Centro Gaúcho de São Paulo; enfim, desenvolvi uma grande atividade de propaganda e o curso ia de vento em popa, com grande número de alunos e sucesso.

Foi então que comecei a sofrer uma grande pressão por parte dos jornalistas conservadores, que não admitiam novidades, jornalistas que receavam que meu curso pudesse prejudica-los, porque iria possibilitar maior vantagem aos jornalistas diplomados.

Evidentemente, ninguém se incomodaria se o curso fosse um fracasso. Mas diante das palavras de entusiasmo com as quais Castelo Branco proferiu sua palestra na ECA-USP, quatro décadas após as perseguições, percebe-se o comprometimento que este havia assumido com seus alunos. O "tal" curso de jornalismo não saiu da simples vontade de fazer fortuna ou "engabelar" as pessoas, como o memorial do Sindicato contra o curso proferia. Castelo Branco, que já era jornalista e dono da revista mensal "Cursos", achou que o simples empirismo da profissão não era suficiente para elaborar um curso de Jornalismo. Como no Brasil ainda não existia nenhum curso ou ensino sistematizado da profissão, ele foi a Buenos Aires e cursou jornalismo na Sociedade Argentina de Periodismo e Redacción, em 1942.

Boletim Allô, Allô, Brasil!

O boletim Allô, Allô, Brasil! , assim como a revista "Cursos", era veiculado mensalmente. Pela legislação da época, o boletim não podia inserir anúncios ou publicidade remunerada.

De acordo com o que consta nos poucos números que a Biblioteca Pública Mário de Andrade possui, o boletim funcionava como um propagador, um veículo de propaganda, ou um "house organ", de tudo o que acontecia com todos os cursos, inclusive com o de Jornalismo.

O boletim tinha o formato tablóide, com quatro páginas, sem ilustrações. De fato, não havia propaganda, falava-se apenas dos cursos ministrados pela Associação. Como consta num dos boletins: "Alô, Alô, Brasil! = órgão de propaganda gratuita da Associação Educacional".

Nos boletins pesquisados, a ênfase era na grande repercussão do Curso de Jornalismo. Pela linguagem utilizada na composição das matérias sobre o curso, pode-se perceber o grande sucesso que este estava alcançando junto ao público. Prova disso foi a edição de número 13, que não estava previsto inicialmente. Nele, o aluno, além das técnicas jornalísticas já aprendidas nos números anteriores, aprenderia também a fazer versos. Observe um fragmento retirado do boletim:

Arte de fazer versos

O Curso Livre de Jornalismo que deveria ser publicado em 12 números da Revista "Cursos" foi aumentado de mais um fascículo, o de n. 13, inteiramente dedicado a arte de fazer versos.

Este número especial da revista "Cursos", dedicado à arte poética, está sendo vendido separadamente aos assinantes do Curso Livre de Jornalismo e por exceção, independente de assinaturas, a qualquer outra pessoa interessada.

Uma relíquia a ser preservada

Não é tarefa fácil encontrar material sobre Castelo Branco. O pouco que ainda existe, parece estar esquecido nas bibliotecas. Na primeira tentativa dessa pesquisa, ninguém conseguiu localizar a pasta. O único material encontrado foi o livro Curso de Jornalismo. A pasta só foi localizada depois, graças ao empenho dos funcionários da Biblioteca Mário de Andrade. O material não estava nem catalogado.

Há muito a ser estudado naquela pasta. Em mal-estado de conservação, o primeiro passo seria a microfilmagem de todos os documentos e dos recortes de jornais da época. Alguns já estão ficando ilegíveis pela ação do tempo.
Além desse material, a pasta "abriga" fotos de Castelo Branco e dos seminários do curso de jornalismo que proferia pelo Estado de São Paulo, fotos de alguns alunos e alunas (coisa inovadora na época), panfletos de propaganda curso. Enfim, a pasta é uma espécie de "clipping", organizada pelo jornalista Barreto Filho, membro da Associação Paulista de Imprensa e diretor comercial do Curso Livre de Jornalismo. Sua missão era difundir o curso de Jornalismo por todo o Estado de São Paulo e, num plano mais audacioso, por todo o país.

Nessa pasta é possível encontrar o "memorial" enviado ao Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo contra as atividades do curso. Vale a pena registrar na íntegra o texto, como forma de registro e preservação, indireta, do material da pasta. Para tanto, todos os textos com referentes à pasta foram copiados à mão. Daí a necessidade da microfilmagem e da elaboração de uma nova pasta e conservação da original:

"Contra as atividades de um curso de Jornalismo por correspondência"
"Memorial enviado pelo Sindicato de Jornalistas profissionais do Estado ao Diretor-Geral do DIP"

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo dirigiu ao major Amílcar Dutra de Menezes, diretor do DIP, por intermédio do comendador Mário Guastini, diretor-geral do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda, o seguinte memorial sobre as atividades de um "curso livre de jornalismo" nesta capital:

"Com a devida vênia, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo vem à presença de V. Excia., solicitar a sua atenção para os fatos que passa a expor:

Há meses começaram a aparecer nos jornais desta capital, anúncios, referindo que se "formavam" jornalistas, poetas e escritores por correspondência. Mais tarde, por impressos enviados a inúmeras pessoas, era oferecida a assinatura da revista "Cursos", registrada no DIP, sob n. 3.655, ao preço de Cr$20,00 por ano onde são reproduzidas as "lições" de "Primeiro Curso Livre de Jornalismo no Brasil". Aparece como seu "autor-editor-responsável", Vitorino Prata Castelo Branco.

Os comentários surgidos nos meios jornalísticos desta capital sobre a referida iniciativa levaram a diretoria deste Sindicato (...) a estudar o assunto enviando então um ofício ao sr. Secretário de Segurança Pública sobre o assunto, a 14 de janeiro do corrente ano.

Temos conhecimento de que a Secretaria de Segurança Pública procede, no momento, a investigações sobre o assunto.

Acresce, porém, que as atividades do referido curso prosseguem, anunciando várias publicações que continuam a ser feitas as suas "lições" sob formas "condenáveis".

Isto, pelas seguintes razões:

1º - Ao contrário do que afirma o seu "autor-editor-responsável", o curso tem exclusivamente objetivos comerciais;

2º - O primarismo, a incompetência e a linguagem com que vários dos problemas técnicos ou morais do jornalismo são apresentados nos "fascículos graduados", demonstram à sociedade, a falta de cultura e de idoneidade do seu responsável para pretender ensinar jornalismo que se interessem em ingressar na classe.

(...) observa-se que cada fascículo é vendido à base de cerca de Cr$17,00 enquanto seu custo de confecção é de Cr$0,82 no primeiro milheiro e de Cr$ 0,73 no segundo milheiro.

A defesa de Castelo Branco também está "preservada" na pasta. Pelo mesmo motivo de registro e preservação, vamos reproduzi-lo na íntegra neste trabalho:

Seção Livre

Uma defesa indispensável - A propósito do Curso livre de Jornalismo
Um profissional de imprensa na presidência provisória do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, endereçou ao DIP, por intermédio do DEIP, um "memorial" pedindo o cancelamento do registro de minha revista de ensino por ter publicado um curso de jornalismo.

Para justificar o pedido, S.S. enumerou em longo arrozaoado uma série de itens, que podem ser resumidos no seguinte:

a) - Que eu mantenho uma escola de jornalismo, por correspondência; funcionando numa associação de imprensa inidônea, com lições primárias enganando os incautos e ganhando uma fortuna com este negócio puramente comercial.

b) - Que eu não sou jornalista profissional e que a fundação de cursos de jornalismo cabem privativamente ao governo, por intermédio de suas entidade verdadeiramente representativas.

A minha defesa é facílima:

1º - NÃO É VERDADE que eu mantenha atualmente uma escola por correspondência. Sobre o assunto, aliás, publiquei em 12 de julho deste ano, uma declaração no "Diário Oficial" do Estado de São Paulo. Se tivesse não seria crime, mas o acusador deveria então dirigir-se ao Ministério da Educação e não ao DIP.

2º - NÃO É VERDADE que o meu curso funciona numa associação jornalística inidônea, porque a última aula, aliás gratuita, que lá dei, realizou-se ainda no ano passado. Quanto à boa ou má idoneidade de tal associação cabe a ela defender-se e não a mim que nada tenho que ver com as lutas de classe.

3º - NÃO É VERDADE que eu engane os incautos porque a venda da minha revista é livre, compra-a quem quizer e não gostando das lições nela publicadas ninguém é obrigado à continuação de compra, por isso não aceito assinaturas anuais.

4º - NÃO É VERDADE que eu ganhe uma fortuna com a venda da revista porque a sua confecção é baratíssima e eu cobro 15 cruzeiros por exemplar (ele fala 17 não sei porquê). Esse preço, no entanto, é igual ao de muitas publicações do país e foi calculado para substituir a publicidade que a revista, por uma questão especial não aceita.

5º - NÃO É VERDADE a afirmação de que não sou jornalista, pois tenho a carteira profissional n. 1949 do Ministério do Trabalho, pertenço à API e à APISP e sou membro do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado de São Paulo.

6º - NÃO É VERDADE a afirmação de que apenas caiba ao governo a divulgação de cursos jornalísticos. Ao governo deve caber a manutenção de cursos oficiais; às entidades de classe, jornais e mesmo particulares, a organização de cursos rápidos, práticos, de extensão universitária em série de conferências, em auditórios ou pelo rádio etc.
A publicação de cursos, lições ou artigos jornalísticos, em jornais, revistas e livros é completamente livre. Qualquer pessoa, jornalista ou não, poderá escrever e pôr à venda, cursos, compêndios e manuais jornalísticos. E mesmo que um dia a profissão seja regulamentada a publicação de cursos técnicos continuará inteiramente livre.

Para ser jornalista, pelo menos por enquanto, não é preciso diploma de qualquer espécie, o jovem que tenha inclinação para as lides da imprensa poderá preparar-se estudando sozinho ou junto, com professor ou sem professor, com livro ou sem livro.

Por isso causou estranheza o pedido de cancelamento do registro de uma revista de ensino por ter publicado, numa série de doze números seguidos um curso de jornalismo. Isto comprova-se verificando a coleção da revista. Os anúncios que ainda alguns jornais graciosamente, inserem sobre o assunto se refere, portanto, apenas à colocação de exemplares atrazados.

E mais estranheza ainda causou a fúria com que foi atacado o autor do curso, sem nenhuma consideração pela sua obra profissional, por um próprio confrade. Faz surgir no espírito daqueles que leram tamanhas acusações algumas dúvidas que não honram de modo nenhum o acusador.

E depois um trabalho destes não se extingue com facilidade. Fizeram tudo para mata-lo, quando realizado oralmente, e ele renasceu na revista. Fazem tudo para destruí-lo na revista e ele renascerá, brevemente, nas montras das livrarias como prova de que é possível ferir o homem mas nunca sufocar seu pensamento.

São Paulo, 13 de outubro de 1944.

Castelo Branco foi o pioneiro, não só no ensino à distância tão propagado atualmente, como na sistematização do ensino do Jornalismo. Na realidade, ele desafiou a todos que viam a profissão apenas como um "bico". Fez com que as pessoas saíssem de uma situação confortável onde todos já nasciam jornalistas. Além disso, sua iniciativa desencadeou uma "série de cursos livres de jornalismo que viriam a existir em várias cidades brasileiras, paralelamente aos cursos regulares e até mesmo como um desafio a eles".

O livro Curso de Jornalismo

Este livro tem uma trajetória de luta e persistência. As lições nele contidas eram ministradas em seminários por todo o Estado de São Paulo. Com a grande repercussão passou a ser editado como uma revista mensal de ensino à distância. O sucesso foi o mesmo. Entretanto, o curso conseguiu despertar o ciúme de alguns que o viam como uma ameaça à ordem estabelecida de uma categoria, no caso os jornalistas.

O livro foi o passo decisivo para que a obra se perpetuasse através dos tempos. E se perpetuou. Neste capítulo, poder-se-á perceber como uma obra se manteve atual em relação a problemas éticos e como mantém, vibrante em sua linguagem, o respeito a paixão de seu autor pelo Jornalismo.

Eu sou a Imprensa!

Sou a maior razão do progresso do mundo
Continentes unindo em amplexos de amor.
Nasci de um sonho bom e as idéias difundo
Como um raio de luz produzindo calor.

Por vêzes me revolto e meu senso profundo,
Meu senso ponderado e cheio de vigor,
Milênios retrocede, em artigos de fundo
Pregando a luta e a guerra em látegos de dor.

É meu constante afã, na permanente liça,
Armas terçando sempre em prol da liberdade -
- A grandeza da Fé, da Pátria e da Justiça.

Fanal de redenção, eu não terei mais fim,
Pois sou a intensa luz da ciência e da verdade,
Erguida em Tôrre Ebúrnea...
em Tôrre de Marfim!

Da revista teatral "Ave, Limeira!" original dos senhores: Dr. Júlio César da Silveira, Dr. Odécio Bueno de Camargo, Cândido Cintra de Ulhôa Coelho, Evaristo Esteves e Vitorino Prata Castelo Branco

Estrutura do curso

O livro possui doze capítulos ou doze aulas, um capítulo para ser estudado a cada mês. Como inicialmente, era vendido como uma revista mensal, conservou-se a estrutura original de aprender um pouco a cada mês.
Com as lições, o "auto-aluno" (já que trata-se de um curso livre, autônomo, dispensa a figura do professor) aprenderia Técnica Jornalística, Resumo Histórico e Exercícios, a parte prática do curso.

A cada semana, o aluno tinha que cumprir com as exigências de um ponto. Nas três primeiras semanas, aprenderia sobre a técnica e o dia-a-dia dos jornalistas, de maneira geral. A última sempre se dedicava à história do Jornalismo. Isso justifica-se pela necessidade de se conhecer o passado e a trajetória da profissão escolhida. O texto estrutura-se em tópicos numerados, o que torna a leitura rápida e agradável.

Uma das maiores exigências do curso, por ser livre, era o compromisso que o aluno assumia consigo mesmo. Tanto que a parte prática do curso se divide numa parte que todos deveriam cumprir e outra dedicada somente a alunos adiantados. Logo, o aluno teria que ser honesto consigo mesmo.

Como será feita a análise dos capítulos do livro?

Para não tornar o trabalho exaustivo para o leitor, analisaremos três capítulos por vez. Ou seja, serão quatro análises, nas quais estabeleceremos a ligação - ou não - entre as lições. Se compararmos esse sistema de avaliação, pode-se considerar quatro "provas" bimestrais.

Já adiantamos que o curso ao longo dos meses (ou capítulos) vai aumentando o grau de dificuldade dos exercícios e aprofunda as discussões a respeito da profissão. Evidentemente, presume-se que ao longo do curso o aluno vá amadurecendo sua idéias e esclarecendo a visão que possui da profissão.

As aulas

1º mês de aulas

Na apresentação da aula "inaugural", o autor fala do objetivo do curso de desenvolver aptidões jornalísticas e cultivar os sentimentos de nacionalismo e ética, com a preocupação de formar profissionais eficazes e dignos, ao mesmo tempo.

Técnica jornalística

1º ponto
1ª semana do 1º mês
Generalidade sobre a imprensa e sobre o jornal - A formação dos jornalistas - A arte de escrever.

2º ponto
2ª semana do 1º mês
O poder da imprensa - A sua responsabilidade na hora que passa - De sua orientação depende o futuro da Pátria.

3º ponto
3ª semana do 1º mês
Generalidades sobre o jornalista - A organização interna da redação - outras notas

1º ponto de História do Jornalismo
4ª semana do 1º mês
História do jornalismo - Os jornais egípcios - Os jornais do tempo de César - Os comentários pontificais - Notícias do tempo

Primeira prova mensal
Parte prática do curso
Na primeira parte, que todos deveriam cumprir, são doze exercícios, nos quais, a partir de informações brutas, o aluno redigiria uma nota ou uma matéria, se este se sentisse apto para isso.
A segunda parte é um questionário só para alunos adiantados. Embora fizesse parte da prática, essa parte é mais dedicada à reflexão a respeito daquilo que foi aprendido no mês.

2º mês de aulas

"Todavia ´a imprensa, no dizer de Vitor Hugo, é a fôrça porque é a inteligência. (...) A imprensa é a voz do mundo, é o dedo indicador do Dever, é o auxiliar do patriota e o terror do traidor e do covarde. Falar, escrever, imprimir, publicar, são círculos sucessivos da inteligência ativa: são as ondas sonoras do pensamento".

Técnica jornalística

4º ponto
1ª semana do 2º mês
O repórter policial - Como desempenhar as suas funções - Exemplo de uma pequena reportagem.

5º ponto
2ª semana do 2º mês
Como o repórter trabalha - Aumento ou diminuição da mesma notícia - O emprego dos títulos.

6º ponto
3ª semana do 2º mês
A apresentação da notícia - Os títulos e subtítulos - Conselhos aos alunos - O primeiro exercício.

2º ponto de História do Jornalismo
4ª semana do 2º mês
História do Jornalismo - O papel da igreja - Um jornal veneziano - Bulas pontifícias - Os primeiros mártires do Jornalismo.

3º mês de aulas

"É preciso lembrar a afirmação de Napoleão de que - quatro jornais valem mais que cem mil homens armados, e por isso a preparação escolar do jornalismo é de grande necessidade para o desenvolvimento cultural da humanidade".

Técnica jornalística

7º ponto
1ª semana do 3º mês
A influência americana nos jornais brasileiros - o por que das grandes tiragens argentinas - O grande número de jornais em nosso país.

8º ponto
2ª semana do 3º mês
O que é notícia, jornalisticamente falando - regras norte-americanas para redigir uma notícia - As vantagens do "lead"

9º ponto
3ª semana do 3º mês
O repórter deverá redigir a notícia de acordo com a proporção do fato - A descrição do incêndio

3º ponto de História do Jornalismo
4ª semana do 3º mês
História da imprensa - A invenção de Gutenberg - O desenvolvimento da impressão pelos tipos móveis.

Análise:
No primeiro mês, o aluno é apresentado ao universo do jornal. Na primeira lição, ele aprende a distinguir o que é um jornal matutino de um vespertino. Além disso, o aluno conhece parte da trajetória do formato e da periodicidade dos jornais na história. O autor fala sobre a formação do jornalista que é feita "a custa de escrever a princípio versos de pé-quebrado, ou contos sem pé-nem-cabeça, numa constância que causa admiração, até que o redigir se torna uma coisa corriqueira e facílima".

Desde o primeiro ponto, transmite-se a idéia de se aliar teoria e prática. Contexto e fatos. Outro ponto importante a ser destacado é o exercício reflexivo que o curso propicia.

Na 2ª semana, discute-se o poder da imprensa, e principalmente, a responsabilidade social do jornalista. De acordo com o livro, o jornalista tem que defender os interesses da pátria e construir a "nacionalidade" do futuro. Já na década de 40, se reconhecia o poder de penetração da imprensa. Castelo Branco era consciente do poder da mídia radiofônica na difusão de notícias.

Para "ambientalizar" o "futuro" jornalista, na 3ª semana, pode-se conhecer as funções dentro de uma redação.

Em três semanas, o aluno já conhece os produtos nos quais virá a trabalhar, está consciente da sua responsabilidade e reconhece a hierarquia de uma redação. Na última semana, o ponto é dedicado - exclusivamente - à História do Jornalismo. No primeiro, obedecendo a uma cronologia fixada pelo autor, aprende-se sobre as primeiras manifestações consideradas jornalísticas.
Na aula inaugural de História do Jornalismo (ministrada na 4ª semana, em todos os capítulos), Castelo Branco nos apresenta um texto, que nos transmite a idéia de como o Jornalismo é imprescindível em todas as relações humanas e em quaisquer época:

Jornalismo... eis uma coisa que se perde na noite dos tempos e, por isso, é motivo de várias controvérsias.

Sabemos, porém, que antes dos diários havia os semanários, os mensários e até mesmo os anuários, como aquêle editado em Portugal no ano de 1625.
Antes dos jornais impressos havia os jornais manuscritos e, antes dos manuscritos, havia os jornais falados ou contados.

"Que novidades há?" - eis a pergunta que Demóstenes punha na boca dos cidadãos gregos.

Mas se considerarmos o relato verbal das notícias, como jornal, até onde iremos retroceder

Creio que voltaremos ao Paraíso Terrestre, quando Eva contava ao companheiro as novidades que lhe eram transmitidas pela serpente...

Não voltemos tanto.

Falemos só dos jornais escritos.

No item Conselhos gerais, identifica-se "dicas" que se aplicam nos dias de hoje: "não escreva parágrafos muito grandes. (...) Não use palavras desnecessárias. Evite o emprego constante de adjetivos (...) Não estenda demais o assunto (...) ... leia tudo de novo e corrija os próprios erros".
Conhecido o ambiente e os produtos, o aluno, no segundo mês de aulas, começa a se familiarizar com as diversas coberturas que o repórter pode realizar.

Na primeira semana, aborda-se o trabalho do repórter policial. O autor chega a aconselha-lo a "estar sempre em boa paz com a polícia, para obter, antes de outro, as primícias do fato, e não ser, por esta, impedido de trabalhar, coisa que se dá sempre que o REPÓRTER exorbita de suas funções, querendo dar opiniões, nem sempre bem recebidas pelos detetives presentes". Nesse item, o autor trata, implicitamente, de duas questões: o cultivo das fontes e a provável censura que o repórter pode vir a enfrentar. Ou, a autocensura que o repórter pode vir a desenvolver como proteção a represálias possíveis de se prever.

Nos pontos seguintes desse capítulo, o aluno começa a aprender técnicas de domínio da matéria: titulação, adequação do tamanho desta à sua importância, ou à necessidade de diminuir ou aumenta-la diante do espaço disponível.

No segundo ponto referente à História do Jornalismo, o aluno conhece o papel e a importância da igreja na difusão e controle da notícia, as bulas pontificiais e o papel dos primeiros mártires do jornalismo.

No terceiro mês, já dominando as técnicas de titulação, a "dimensão" da notícia, o aluno passa a compreender a influência americana no jornalismo brasileiro e implantação do "lead", técnica importada dos Estados Unidos. No ponto, o autor mostra a vantagem da praticidade de se escrever uma matéria respondendo às questões quem? quê? quando? onde? por quê? como?

Hoje, passados cinqüenta anos, o "lead" ou lide, ainda é um ponto abordado nos manuais de redação. No do jornal Folha de São Paulo, ele tem a denominação de ser o "chamariz" da notícia, com a função de despertar o interesse do leitor já no primeiro parágrafo. A mesma idéia inicial abordada pelo curso de Castelo Branco.

O 3º ponto da História do Jornalismo, o aluno é apresentado à invenção de Gutenberg e o conseqüente desenvolvimento da imprensa pelos tipos móveis.

4º mês de aulas

"A imprensa, no dizer do grande Rui (Barbosa), é a janela por onde os povos aspiram o ar da liberdade", é justo, pois, que os seus profissionais procurem nos estudos especializados novos processos de fazer jornalismo adiantado e liberal".

Técnica jornalística

10º ponto
1ª semana do 4º mês
O "make-up" do jornal - Títulos e subtítulos balanceados - Segue na página n... - Recursos de paginação.

11º ponto
2ª semana do 4º mês
O comentário do dia - A pequena nota - O "suelto" - Um grande exemplo no jornalismo paulistano

12º ponto
3ª semana do 4º mês
Como se realiza uma entrevista jornalística - As perguntas que poderão ser feitas - Conselhos aos repórteres entrevistadores.

4º ponto de História do Jornalismo
4ª semana do 4º mês
O primeiro diário do mundo - O jornalismo na América - O progresso jornalístico nos Estados Unidos

No quarto mês de aula, foi incluído um suplemento especial com a circulação dos jornais americanos na década de 40 e também os nomes dos primeiros jornais do mundo: da Antiguidade, antes e depois da invenção dos tipos móveis, os da América, do Brasil e finalmente, os de São Paulo.

5º mês de aulas

"No Brasil, já há um decreto de 13 de maio de 1943, instituindo o Curso de Jornalismo no Curso Superior, o que já é uma vitória da imprensa, apesar de que, organizado dessa forma, limita-se a uma determinada classe universitária, quando seria mais interessante pelo menos desdobra-lo em duas partes, sendo uma profundamente prática e popular".

Técnica jornalística

13º ponto
1ª semana do 5º mês
Conceito de crítica - Quem deveria ser crítico de arte - Como o repórter poderá desempenhar-se dessa incumbência - Explicações e conselhos.

14º ponto
2ª semana do 5º mês
A reportagem fotográfica - Requisitos necessários - Conselhos aos repórteres principiantes.

15º ponto
3ª semana do 5º mês
O que os jornais publicam - O que o povo realmente lê - Um inquérito feito nos Estados Unidos - Resultados surpreendentes.

5º ponto de História do Jornalismo
4ª semana do 5º mês
Primórdios da introdução da imprensa no Brasil - Antônio Isidoro da Fonseca - A criação da imprensa régia.

6º mês de aulas
"Deve-se desfazer o equívoco, diz o ilustre Ministro da Educação, de que os profissionais do jornalismo no próprio jornal se preparam, não sendo preciso que para isso se montem escolas".

Técnica jornalística

16º ponto
1ª semana do 6º mês de aulas
Cronistas especializados - Esportes - Páginas femininas - Tribunais - Vida sindical.

17º ponto
2ª semana do 6º mês
O Diário Oficial - Sua missão dentro da imprensa - Conclusões de um congresso.

18º ponto
3ª semana do 6º mês
Ética do Jornalismo - Considerações sobre o assunto - O código da "Washington State Press Association" - Conselhos de um dos maiores jornalistas brasileiros.

6º ponto de História do Jornalismo
4ª semana do 6º mês
O aparecimento da "Gazeta" do Rio de Janeiro - A primeira revista - A atuação jornalística de Hipólito da Costa.

Análise:

Se nas três primeiras aulas (ou capítulos), o aluno se "familiarizou" com o ambiente de uma redação e sua hierarquia, começou a aprender a elaborar uma notícia, títulos e subtítulos. Nessas aulas agora analisadas, ele começará a ter noções de como elaborar o planejamento gráfico do jornal. O autor fala de "make-up" do jornal, ou boneco do jornal e da importância de uma diagramação harmônica, com beleza das formas. Ou seja, o aluno vai aprendendo como escrever e qual a melhor maneira de valorizar, visualmente, sua matéria.

Nos pontos da aula do 4º mês, ensina-se também como elaborar um pequena nota e um suelto. Segundo o autor, para que a nota seja bem escrita é necessário concisão, energia, profundidade nos conceitos e firmeza nos comentários. Tarefa difícil traduzir com poucas palavras e num espaço reduzido o que há de mais importante num fato. Para tanto, aprende-se também como realizar entrevistas e aconselha os "repórteres entrevistadores" a pesquisar ao máximo sobre o assunto ou a respeito da vida do entrevistado. Outra atualidade nesse ponto é a questão do off. Na época, talvez a polêmica a respeito do offismo nem gerasse tanta polêmica, entretanto o autor já alertava o aluno para a questão:

9 - E se algumas vezes, por uma consideração especial, o entrevistado dizer alguma coisa com a ressalva - não é para ser publicado, devemos obedecer-lhe, respeitando o seu pedido ainda que isso nos traga o prejuízo de um bom "furo" jornalístico, pois o repórter, acima de tudo, deve proceder como cavalheiro educado e digno de ser recebido nos gabinetes das maiores personalidades.

O 5º mês de aula enfatiza o papel do repórter fotográfico. Para o autor, este é fundamental na elaboração de uma boa matéria. Naquela época, já se alegava que o leitor não teria muito tempo para ler matérias extensas. A fotografia servia como um complemento à reportagem.

Outro ponto bastante discutido atualmente é se as matérias publicadas nos jornais - de fato - atendem às necessidades de seu público. Na década de 40, Castelo Branco já se preocupava com as características de seus consumidores. Ele encerra o ponto sugerindo aos alunos que se realizasse um "inquérito" para saber o que o público brasileiro realmente lê.

Jornalismo especializado? Seções? Suplementos femininos ou infantis? Nada disso passou impune no curso. No 6º mês, o aluno passa a se preocupar em se especializar em algum segmento do jornalismo. O autor alega que somente o repórter especializado informaria as pessoas com exatidão. O que ele diria atualmente com tantos programas de pós-graduação latu sensu, tentando "formar" jornalistas especializados?

Ao ler esses três capítulos, pode-se dizer que Castelo Branco não foi pioneiro apenas em ministrar cursos à distância ou sistematizar o ensino de Jornalismo. Ele trouxe à tona discussões sobre a necessidade da formação acadêmica do jornalista, mesmo "vendendo" um curso por correspondência. Além disso, questões discutidas atualmente, já eram abordadas na década de 40.

Um exemplo evidente da atualidade das discussões suscitadas é o texto Precisamos de jornalistas diplomados. Qualquer pessoa ao ler esse título imaginaria que se trata de uma discussão a respeito da liminar da juíza Carla Rister desobrigando o diploma para se exercer a função de jornalista. Dir-se-ia até que se trata de um texto escrito pelo Sindicato dos Jornalistas. Que contradição!

O mesmo sindicato há quarenta anos escreveu um extenso memorial criticando a implantação de um curso de jornalismo. O que estes não entenderam é que o curso de Castelo Branco estava suprindo uma necessidade que Governo e iniciativa privada eram incapazes (ou não tinham interesse de contrariar alguns) de sistematizar o ensino de jornalismo. Somente alguns anos depois, Casper Líbero fundaria o primeiro curso de Jornalismo, em pleno funcionamento, no Brasil.

Nesse texto, no qual Castelo Branco defende a necessidade de uma formação específica ao jornalista, até os argumentos são semelhantes aos da atualidade:

"Se se exige diploma de quase todas as profissões, por que não se exige, também, um título do homem que deseja trabalhar na imprensa, escrevendo em jornais, opinando ssôbre questões transcendentes da nacionalidade, discutindo os assuntos mais técnicos, propagando as idéias mais ousadas?"

Castelo Branco continua, defendendo que o jornalista do futuro já diplomado estará "armado não apenas da arte de escrever bem, mas de outra, muito maior, a de pensar melhor".

Notas

1) Boletim Mensal de Ensino Prático Allô, Allô, Brasil - São Paulo, Março de 44 - ano VII - n. 79.

2) Idem - p.5.

3) Cadernos de Jornalismo e Editoração - n. 18 - São Paulo: ComArte, novembro 1986.

4) Idem - p. 23.

5) Boletim Mensal de Ensino Prático Allô, Allô, Brasil ANO VIII - SETEMBRO/44 N. 85 (p. 5).

5) BARRETO FILHO, A.J. - Primeiro Curso Livre de Jornalismo (pasta com recortes de jornais e outros documentos, arquivada na Biblioteca Mário de Andrade. O memorial é um recorte de jornal sem data definida e nome do jornalista que estariam encaminhando o documento ao Sindicato.

6) Idem.

7) MARQUES DE MELO, José. Contribuições para uma pedagogia da comunicação. São Paulo: Ed. Paulinas, 1974. p. 18.

8) CASTELO BRANCO, Vitorino Prata. Curso de Jornalismo. São Paulo: Tipografia Cultura, 1945.

9) CASTELO BRANCO, Vitorino Prata. Curso de Jornalismo. São Paulo: Tipografia Cultura, 1945. p. 35.

10) Idem p. 57

11) CASTELO BRANCO, Vitorino Prata. Curso de Jornalismo. São Paulo: Tipografia Cultura. P. 19.

12) CASTELO BRANCO, Vitorino Prata. Curso de Jornalismo. São Paulo: Tipografia Cultura, 1945. p. 23.

13) Idem p. 28 - 29.

14) Idem p. 38.

'5) KUCINSKI, Bernardo. A primeira vítima: a autocensura durante o regime militar. In: Minorias Silenciadas. Maria Luiza Tucci Carneiro (org.) São Paulo: Edusp, 2002. p.538. Segundo Kucinski, o processo de autocensura é um ato consciente, com o objetivo de dosar a informação que chegará ao leitor. Ou numa atitude mais radical, suprimi-las. Kucinski alega que essa é uma das formas mais danosas de controle da informação, já que parte do próprio jornalista.

16) Manual de Redação: Folha de São Paulo. São Paulo: Publifolha, 2001. p.28

17) CASTELO BRANCO, Vitorino Prata. Curso de Jornalismo. São Paulo: Tipografia Cultura, 1945. p. 73.

18) Segundo Castelo Branco, "suelto é o artiguete que não é outra coisa senão uma crônica rápida e bem feita, geralmente, dos últimos acontecimentos". In......... p. 76.

19) Idem - p. 95.

20) CASTELO BRANCO, Vitorino Prata. Curso de Jornalismo. São Paulo: Tipografia Cultura. P. 115.

21) Idem - p. 80.

22) Idem - p.131.

23) Idem - p. 131.

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