Monografias
O
pensamento jornalístico de Danton Jobim
Por
Marcia Furtado Avanza
"Danton
Jobim, jornalista da democracia e senador da liberdade."
Opúsculo
de Leodegário Azevedo Filho
1.
Introdução
O
pensamento jornalístico de Danton Jobim pode ser traduzido
em uma palavra: simplicidade. Sua luta era por uma linguagem
jornalística que pudesse ser bem compreendida por todos.
Por isso, e por toda sua contribuição ao jornalismo
- seja como repórter, seja como professor ou como político
-, é que Jobim tem um lugar de destaque dentro da história
do jornalismo brasileiro.
Sua
trajetória foi significante. Com 17 anos já atuava
como repórter de um jornal ligado ao Partido Comunista
Brasileiro - PCB. Mas, segundo ele mesmo, foi no jornal A Noite,
fundado por Irineu Marinho, que aprendeu o jornalismo e o planejamento
gráfico.
E
a partir deste conhecimento é que pôde inovar o
jornal A Manhã, de Mário Rodrigues, introduzindo
métodos novos de paginação, considerado
avançados para padrões da época. Naquele
jornal reuniam-se colaboradores ilustres como Antônio
Torres, Monteiro Lobato, Medeiros e Albuquerque, Agripino Grieco,
Ronald de Carvalho, Maurício de Lacerda e José
do Patrocínio. Além de Danton Jobim, a turma da
casa era formada por Orestes Barbosa, Renato Viana, Joracy Camargo,
Odilon Azevedo e Henrique Pongetti. Nelson Rodrigues, filho
do patrão, começava sua carreira como repórter
policial. Outra figura de A Manhã era Apparício
Torelly - Apporely - que mais tarde se autodenominaria "Barão
de Itararé" e fundaria seu próprio jornal,
A Manha.
Na
década de 50, onde as redações dos jornais
funcionavam como verdadeiras escolas de jornalismo, Jobim inovou
novamente: como diretor do Diário Carioca, introduziu,
junto com Pompeu de Souza, uma nova feição gráfica
e técnica, que tinha como ponto principal a adoção
do "lead" norte-americano, atenuado pelo brasileiríssimo
"sublead" criado por Luis Paulistano.
Nilson
Lage lembra, em suas Apostilas de Jornalismo, que:
"No
caso específico do Diário Carioca, a reforma editorial,
conduzida por Danton Jobim e Pompeu de Souza na década
de 50, consistiu não apenas da introdução
da técnica do lead, mas também de uma série
de inovações que correspondiam à modernização
do idioma escrito. O Diário incorporou formas de escrever
- escolhas léxicas e gramaticais - difundidas a partir
da Semana de Arte Moderna de 1922 por autores que objetivavam
aproximar o texto literário da fala brasileira. Por exemplo:
dizer que alguém mora "na rua X" e não
"à rua X", limitar o tratamento cerimonioso,
eliminar do texto palavras em desuso (como edil ou alcaide)
e formas gramaticais em extinção no idioma, como
as mesóclises, os realizar-se-á, os far-se-ia
ou os da-me-lo-iam.
O
lead do Diário Carioca lembra mais o texto dos jornais
ingleses do que o dos jornais americanos, particularmente porque
os períodos são mais longos do que na imprensa
dos Estados Unidos. Houve certamente transposição
para o ritmo do idioma português do princípio formulado
por Laswell - a resposta às perguntas quem fez, o que
fez, onde, quando, como e porque/para que."
A
nova maneira de escrever foi, em princípio, para o Jornal
do Brasil, tradicional veículo carioca. Lá, no
final da década de 50 e nos primeiros anos da de 60,
o estilo de texto se fixou, associando-se a uma nova estética
gráfica. Apenas da no início da década
de 70 é que os outros grandes jornais do Rio de Janeiro
- como O Globo - e de São Paulo - O Estado de S. Paulo
e a Folha de S. Paulo - adotariam algumas das normas de redação
lançadas pelo Diário Carioca. Pouco depois, a
imprensa de todo o País também adotava o mesmo
modelo.
Mais
que um estilo, o Diário Carioca formou uma geração
de jornalistas que levou o novo formato de texto para os grandes
jornais brasileiros. A esse respeito, Alberto Dines comentou
em entrevista que atualmente o clima é de tanta competitividade
nas redações que não há espaço
para o aprendizado da profissão, como teve o privilégio
no Jornal do Brasil, convivendo com Danton Jobim, Jânio
de Freitas e Evandro Carlos de Andrade, entre outros.
Lage
(2002) também relembra esse período:
Há
certas lembranças que, embora não sendo íntimas,
adoraríamos guardar para nós mesmos. Exporíamos
ao mundo somente outras, promissoras ou engraçadas, que
alimentam esperança, alegria ou entusiasmo.
Assim
com o Diário Carioca: o introdutor no Brasil do lead,
da uniformidade gráfica, de padrões lingüísticos
decorrentes do movimento de renovação literária
da Semana de Arte Moderna; a redação em que conviviam
Pompeu de Souza, Luís Paulistano, Carlos Castelo Branco,
Janio de Freitas, Nílson Viana, Evandro Carlos de Andrade,
José Ramos Tinhorão, Luís Edgar de Andrade,
Oscar Maurício de Lima Azedo; o lugar em que, afastadas
as mesas no final do expediente, começo da madrugada,
jogava-se futebol com bola de meia; o inventor da sigla JK e
que pela primeira vez contou a história do mineiro que
comprou um bonde de um carioca vigarista; o veículo dos
artigos políticos de J. E. de Macedo Soares e de Danton
Jobim; meu primeiro emprego, em 1955, quando pretendia custear
o estudo de medicina, e descobri o jornalismo.
Mas
a trajetória de Danton Jobim não se restringiu
à prática do jornalismo. Como professor e pesquisador
em um período com pouca tradição de pesquisas
na área, ele trabalhou para mostrar a importância
da investigação e da formação superior
de jornalista em um curso culturalmente amplo, que proporcionasse
a aprendizagem de jornalismo como parte do amplo campo de estudos
da Comunicação sob vários pontos de vista:
sociológico, histórico, político, econômico,
etc, instrumentos utilizados para alcançar ampla compreensão
do fenômeno jornalístico.
Marques
de Melo explica que Jobim foi responsável pela matriz
francesa na estrutura inicial do precursor curso de Jornalismo
da então Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade
do Brasil (atual UFRJ), em razão de sua vinculação
com o diretor do Instituto Francês de Imprensa, Jacques
Kayser. Esse relacionamento contribuiu para que essa raiz francesa
permanecesse nos cursos que se seguiram.
Sobre
a pesquisa no campo de Jornalismo, Gonçalves (2002) lembra
que:
"Desde
o aparecimento da primeira edição do clássico
O problema da Imprensa, de Barbosa Lima Sobrinho, em 1922, até
o surgimento do sistema de pós-graduação,
no final dos anos 60, a pesquisa em jornalismo em nosso país
dependia de esforços individuais de profissionais talentosos
como o próprio Barbosa Lima Sobrinho, Carlos Rizzini,
Luiz Beltrão ou Danton Jobim. O lançamento das
condições para o desenvolvimento da pesquisa conceitual
no campo veio apenas com a geração de pesquisadores
formada nos cursos de pós-graduação, tendo
destaque nomes como Marques de Melo, Muniz Sodré, Nilson
Lage, Ciro Marcondes e Cremilda Medina, entre outros".
Como
pesquisador, Danton Jobim obteve reconhecimento internacional.
Com passagens por instituições européias
e americanas, foi o responsável pela cátedra de
Metodologia de Ensino de Jornalismo, no CIESPAL. Recebeu a Medalha
de Ouro do "The Maria Moors Cabot Prizes", da Columbia
University - Graduate School of Journalism, em 1954.
Jobim
entrou na ABI em 1926, tornando-se um dos conselheiros mais
destacados. Uma de suas grandes lutas foi pela liberdade de
imprensa.
Sobre
cada um desses perfis de Danton Jobim faremos uma breve cronologia.
"O
jornal moderno não tem dois séculos e o repórter
é de ontem"
Danton Jobim
2.
Biografia
Danton
Pinheiro Jobim nasceu em Avaré, estado de-São
Paulo, no dia 8 de março de 1906. Era filho de Francisco
Antenor Jobim, juiz de direito, e de Joaquina Pinheiro Jobim.
Seu irmão, José Jobim, foi jornalista e diplomata,
e chegou à Embaixada do Brasil no Paraguai entre 1958
e 1959. Seu avô materno foi José Gomes Pinheiro
Machado, senador pelo Rio Grande do Sul entre 1891 a 1915, figura
exponencial na política brasileira. Foi casado com Nadir
Pena Magalhães Fausto, com quem teve 2 filhos
Cursou
o primário no grupo escolar de Itápolis e o secundário
no Instituto Lafayette, no Rio de Janeiro, então Distrito
Federal. Completou seus estudos preparatórios no Colégio
de Juruena de Matos, onde foi aluno de Austregésilo de
Ataíde, que viria a ser presidente da Academia Brasileira
de Letras, a partir de 1959. Cursou a Faculdade Nacional de
Direito do Rio de Janeiro
Morreu
no Rio de Janeiro, em 26 de fevereiro de 1978, em pleno exercício
do mandato parlamentar como senador do estado do Rio de Janeiro
e da presidência da ABI.
Alceu
Amoroso Lima caracterizou-o como alguém que "sem
ser temerário, foi sempre um vanguardista"
2.1
Danton Jobim - O professor
"Um
jornalista (..) tanto precisa dos conhecimentos básicos
na sua profissão como de uma cultura geral de nível
universitário."
Danton Jobim
Em
1948, foi um dos fundadores do curso de jornalismo da Faculdade
Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, que mais tarde
daria origem à Escola de Comunicação da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em
1953, foi convidado pela Universidade do Texas para dirigir
um seminário sobre jornalismo mundial comparado.
Em
1957, realizou uma série de conferências na Sorbonne,
no Instituto de Altos Estudos sobre a América Latina
e no Instituto de Estudos Políticos, todos sediados em
Paris, sobre o tema introdução ao jornalismo contemporâneo.
De
1958 a 1963, lecionou didática do jornalismo no CIESPAL,
em Quito.
Foi
vice-diretor da Escola de Comunicação da UFRJ
até 1970 e professor titular até 1976, quando
deixou o magistério.
Obras
do autor:
·
Problemas do Nosso Tempo(1938)
· Para onde vai a Inglaterra? (1942)
· José Bonifácio, Conferências (1942)
· A Experiência Roosevelt e a Revolução
Brasileira (1941) - publicado em inglês com o título
"Two Revolutions"
· O Ciclo da Doutrina de Monroe ( 1956)
· Introduction ao Jornalismo Contemporâneo, (1957)
· Espírito do Jornalismo (1960)
· Pedagogia Del Periodismo(2v 1961)
2.2
Danton Jobim - O político
"Jobim
só aceitou postos políticos quando viu sem perspectivas
sua carreira de jornalista profissional"
Barbosa Lima Sobrinho
Iniciou
a carreira jornalística no Rio, em 1923, na redação
de O Trabalho, jornal vinculado ao PCB. Segundo Alceu Amoroso
Lima, foi um dos primeiros "alistados".
Em
1926, entrou para a ABI, mas continuava ligado à militância
política e, segundo Leodegário de Azevedo Filho,
"chegou a representar a classe dos jornalistas no PCB".
Representou
o PCB na I Conferência Latino-Americana dos Partidos Comunistas,
realizada em Buenos Aires, em 1929.
Em
1934, rompe com o PCB e torna-se responsável pelos editoriais
políticos, resistindo, segundo ele, a todas as tentações
de posicionar-se "à esquerda ou à direita".
Em
1937, apoiou a implantação do Estado Novo.
Em
1938, foi nomeado diretor do Departamento de Propaganda e Turismo
do estado do Rio de Janeiro, pelo interventor federal Ernani
Amaral Peixoto.
Mais
tarde, passou a combater o regime de exceção que
aboliu a liberdade de imprensa e censurou, através do
DIP, muitos editoriais de sua autoria.
Engajou-se na campanha pela redemocratização do
país.
Em
1939, foi comentarista do programa A marcha da guerra, em cadeia
nacional de rádio sob o patrocínio norte-americano.
Nesse período trabalhou com o tenente-coronel Humberto
Castelo Branco, mais tarde presidente da República.
Com
a reorganização partidária, em 1945, filiou-se
ao Partido Republicano, liderado pelo ex-presidente Artur Bernardes,
defensor da candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes à
presidência da República.
Foi
conselheiro de imprensa da Presidência da República
durante o governo de JK (56-61).
Com
a extinção dos partidos pelo Ato Institucional
n° 2 (27/10/65) e a posterior implantação
do bipartidarismo, filiou-se ao MDB
Concorreu
ao Senado pelo estado da Guanabara em 1966, sendo derrotado
por Mário Martins, seu companheiro de partido.
Em
1970, apoiado pelo governador da Guanabara, Antonio de Pádua
Chagas Freitas, foi eleito para completar o mandato do Senador
Mário Martins, cassado em 1968 pelo AI5.
Nesse
período, deixou a direção da Última
Hora e a vice-diretoria da Escola de Comunicação
da UFRJ
Foi
reeleito para o Senado, em 1974, com 1,25 milhão de votos.
2.3
Danton Jobim - O jornalista
Danton
Jobim "escrevia sem empolamentos. Suas frases são
curtas. Seu vocabulário é acessível. Para
ele, depois da concisão, a virtude que mais agrada o
leitor é a simplicidade de estilo. Quem é simples
no estilo é claro no dizer".
Carlos Eduardo Lins de Silva
Iniciou
a carreira jornalística no Rio em 1923, na redação
de O Trabalho, jornal vinculado ao PCB.
Transferiu-se
em seguida para A Noite, jornal fundado em 1911 por Irineu Marinho,
onde, segundo ele mesmo, aprendeu o jornalismo e o planejamento
gráfico.
No
jornal A Manhã, fundado em 1925 por Mário Rodrigues,
introduziu métodos novos de paginação,
considerado avançados para padrões da época.
Entrou na ABI em 1926, tornando um dos conselheiros mais destacados.
Em
1929, foi com Mário Rodrigues para A Crítica.
No mesmo ano, foi contratado por Chateaubriand para secretariar
o Diário de São Paulo.
No
início da década de 30 voltou a trabalhar em diversos
jornais cariocas (A Batalha, Diário de Notícias
e A Esquerda).
Em
meados de 1931, trabalhou na Agência Meridional de Notícias,
vinculada aos Diários Associados
Em
1932, transferiu-se para o Diário Carioca, passando de
redator político para secretário de redação
e diretor de redação, onde trabalhou 33 anos,
até o jornal ser extinto.
Em
1952, recebeu o prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade
de Colúmbia, como destaque na luta pela liberdade de
imprensa.
Em
janeiro de 1965, assumiu o cargo de diretor-presidente da Última
Hora, substituindo Samuel Wainer, cujos direitos políticos
tinham sido cassados pelo regime militar. Nessa fase, a cobertura
internacional passou a contar com o direito de reprodução
dos artigos e reportagens das maiores publicações
européias, como Le Monde, L'Express, L'Evènement
e New Statesman. Última Hora lançava assim a seção
"Jornal do mundo".
Diário
Carioca RJ. 12 de fevereiro de 1952
Danton Jobim - Diretor Redator Chefe
Nação
Indefesa
Oficialmente,
nossas relações com a República Argentina
são as melhores possíveis. A julgar pelo tratamento
privilegiado que dispensamos ao governo do país vizinho,
tudo vai bem, no melhor dos mundos. Não sabemos até
que ponto o chanceler João Neves estará comprometido
nessa politica de agradar sistematicamente o general Perón,
ajudando-o a safar-se de suas tremendas dificuldades. Afirma-se
que o próprio sr. Getúlio Vargas foi quem assumiu
a iniciativa de estender a mão ao presidente "descamisado."
De outro modo não se explica a rapidez com que o sr.
Batista Luzardo assentou as bases do convênio, comercial
com a Argentina, que o sr. Ernandes Filho, estigmatizou da tribuna
do senado.Em primeiro lugar, salientou o sr. Bernardes Filho
a falta de reciprocidade no tratamento que damos a uma nação
de níveis econômico iguais ao nossos, como a grande
república do Prata.
O
Brasil está passando por uma crise muito séria.
Essa crise vem de longe e jamais encontraremos da parte do atual
governo de Buenos Aires a menor boa-vontade para socorrer-nos
em momentos duros que, felizmente, já passaram. Quando
faltou-nos trigo, pôs-nos a garrucha nos peitos e elevou
o preço desse alimento básico de 25 para 60 cruzeiros.
Entretanto,
o Brasil tudo tem feito para auxiliar o presidente Perón,
firmando com ele alguns convênios desvantajosos para nós.
Assinaríamos agora um acordo sui-generis, em que até
os juros da divida Argentina para com o Banco do Brasil são
pagos, na sua parte substancial, pelo Tesouro Brasileiro.
Acentou o sr. Bernardes Filho que a Argentina adota um câmbio
para cada classe de produto, ficando o Brasil com um só
câmbio, em situação de vergonhosa inferioridade.
Tem
razão o senador mineiro. Veja-se o caso do mate. A Argentina,
à dutilidade do seu câmbio, pode vencer a nossa
"hevea" ao Uruguai, por exemplo, mais barato do que
nós obtendo assim divisas em nosso detrimento e à
nossa custa.
A
sensação é de que o Brasil estava completamente
indefeso diante dos negociadores de Perón.
Por
outro lado, não parece que haja, realmente reciprocidade,
da parte de Perón, em face dessa generosa atitude. Os
incidentes de fronteira provocados por força da gendarmeria
Argentina se sucedem. Na ponte internacional em Xapecó,
em São Luiz Gonzaga.
Neste
último município houve um morto e dois feridos,
todos alvejados na margem brasileira. O "Correio do Povo"
de Porto Alegre, jornal sóbrio e conservador narra detalhadamente
o incidente, acrescentando "Sabe-se que os autores de mais
essa atrocidades foram membros da gendarmeria Argentina,, os
quais são useiros e veseiros em aproveitar a costa brasileira
e embarcações brasileira como alvo de suas armas."
No
município catarinense de Xapecó verificou-se,
em 24 último, a inversão do distrito de São
Miguel do Oeste por força da policia nacional de Perón.Ora,
o governa da república está no dever de dar uma
explicação ao povo brasileiro sobre as medidas
que tomou, efetivamente, para apurar esses incidentes que nos
colocam na posição humilhante de nação
indefesa., cujas fronteiras podem ser violadas ante a indiferença
dos que deveriam zelar pelo nosso pundonor nacional e nossa
sabedoria. Perón não faz o menor caso dessas tropelias,
tanto que elas se repetem.O Itamarati simplesmente as ignora.
Sabemos
que certos incidentes fronteiriços são inevitáveis
e não devem comprometer as boas relações
entre Brasil e o grande povo argentino. Mas o nosso governo
tem o dever de investigá-los, com presteza, apresentando
reclamações quando for o caso. Sobretudo não
é essa a hora de premiar com favores especialíssimos
a ditadura de Perón.
3.
A reforma do Diário Carioca
"A
reforma revolucionou o jornalismo impresso brasileiro"
"O que o leitor exige do jornalista é que este lhe
explique, enciclopédica e profeticamente, tudo o que
de significativo está acontecendo e vai acontecer"
Danton Jobim
A
reforma do estilo da imprensa brasileira começou na década
de 1950, no Diário Carioca, de forte tradição
política e orientação conservadora.
Danton
Jobim e Pompeu de Souza arregimentaram um grupo de jovens, vindos
quase todos de diferentes cursos universitários, para
introduzir no Brasil as técnicas de redação
originalmente desenvolvidas nos Estados Unidos.
A
aspiração de modernidade adequava-se ao espírito
desenvolvimentista da década e correspondia à
influência do estilo das agências de notícias
internacionais (France Press, United Press, Associated Press,
principalmente), cujos telegramas traduzidos os jornais transcreviam.
Com
a Segunda Guerra Mundial e, em seguida, a guerra fria, esses
telegramas ocupavam espaços privilegiados, em conflito
estilístico claro com as matérias locais.
Por
outro lado, as técnicas modernas de redação
eram conhecidas de número restrito de jornalistas com
experiência no exterior.
Casos
como de Joel Silveira e Rubem Braga, correspondentes de guerra
junto à Força Expedicionária Brasileira,
na Itália, ou o próprio Pompeu de Souza, que trabalhou
como redator de um noticiário da Columbia Broadcasting
System (CBS) dirigido ao Brasil, entre 1941 e 1943.
Segundo
Nilson Lage, do Diário Carioca a nova maneira de redigir
migrou - na verdade, foram os redatores que migraram - para
o Jornal do Brasil, veículo tradicional (fundado em 1891,
com orientação monarquista) que se decidiu a fazer
uma reforma editorial.
Lá,
no final da década de 50 e nos primeiros anos da de 60,
o estilo de texto se fixou, associando-se a uma nova estética
gráfica.
Características
da reforma do Diário Carioca:
1.
A adaptação do lead à língua portuguesa
evitando, por exemplo, o estilo uma proposição
por período, que é ainda hoje norma imposta na
Folha de São Paulo, e dá aos textos aspecto telegráfico,
de leitura cansativa. Para isso, foram consultados outros modelos
de adaptação, principalmente dos jornais ingleses
e franceses;
2.
a incorporação progressiva de usos propostos,
na literatura, pelos modernistas de 1922, para aproximar a escrita
da fala corrente brasileira. Nessa linha, as pessoas deixaram
de morar à Rua X para morar na Rua X. Os tratamentos
tornaram-se menos cerimoniosos; passou-se, aos poucos, a escrever
o nome das pessoas sem a precedência de um título
- senhor, senhora, doutor, excelência, dona e, para os
desqualificados, o estranho indivíduo. (Nilson Lage)
Os
redatores do Diário eram leitores constantes de autores
modernos, particularmente de Graciliano Ramos, cujo estilo enxuto
tomava-se como modelo.
4. O pensamento jornalístico de Danton Jobim
Danton
Jobim deixou claro seu pensamento jornalístico no livro
"Espírito do Jornalismo", publicado em 1960.
É a partir de seu próprio texto, e ninguém
poderia explicar melhor do que ele próprio, que fizemos
recortes sobre o pensamento de Jobim sobre o jornalismo.
4.1
Jornalismo e opinião pública
Para
Jobim, a opinião pública se forma pela informação,
"e esta pressupõe o conhecimento e a interpretação
dos fatos. Em contato permanente com os semelhantes os homens
formam seus juízos mediante troca de notícias
e de idéias através da conversação,
de que o jornal é a forma organizada".
Ele
acreditava que não poderia se confundir o público
com a massa. Segundo ele, o público "não
é homogêneo em sua composição - por
força dos diferentes graus de cultura e status social
- deve-se admitir que há vários públicos,
cada um reagindo de modo distinto em face da ação
que se exerça sobre eles". Por isso achava que os
jornais deveriam ser segmentados, feitos para o seu público
e não para o público de uma forma geral.
Danton
acreditava que a imprensa de tipo médio, que mantinha
ao mesmo tempo um padrão conservador e sensacionalista
era a imprensa que conseguia atingir um público maior.
"E é justamente o seu ecletismo que lhe assegura
grande circulação".
Mas
um jornal poderia ter uma "circulação bem
mais restrita que a de outro e gozar de maior prestígio
que este sobre a opinião das elites dirigentes do país".Jobim
justificava a causa disso, em grande parte, pelas opiniões
expressas nos editoriais e pela política que o jornal
sustentava.
Até
porque Jobim acreditava que a maioria dos leitores não
lê editoriais. E a razão é que estes não
são escritos para eles. São escritos para uma
minoria que é responsável pela liderança
da comunidade. Mas mesmo escritos para uma minoria, ele achava
que "os mais apreciados, em tempos normais, são
os que convidam o leitor a raciocinar, não se dirigindo
a ele como se se tratasse de falar a um auditório (...)".
Embora
reconhecesse a força dos editoriais, Danton reforçava
que a notícia concorre com o editorial na formação
da opinião pública, embora também a publicidade
e as relações públicas tenham o mesmo papel.
Em
seu livro, ele repete um político britânico do
século XIX: "Dê-me o controle de suas colunas
de notícias e pouco me importa quem escreva os seus editorias
ou o que estes digam de mim". Explica que embora Getúlio
Vargas e Juscelino Kubtchek não tivessem o apoio dos
veículos, foram eleitos da mesma forma, porque eram notícia.
E o jornal não pode deixar de dar notícias. Sobre
isso, Jobim escreveu:
"No
jornal contemporâneo, o homem que se faz notícia,
que passa a ocupar um lugar na imaginação e na
curiosidade das massas, tem garantidas a repetição
constante de seu nome e a publicidade de seus feitos ou palavras."
Mas
Jobim lembra que, além do jornal, hoje existem outros
instrumentos de comunicação com as massas que
não a impressa. Para ele, o rádio, a televisão
e o cinema são veículos que concorrem com os jornais
na transmissão da notícia e que aumentam a "possibilidade
do acesso ao publico à cena do acontecimento".
Por
isso, acreditava ser urgente a proteção do público
contra informações que poderiam ser manipuladas
por esses meios, principalmente por causa do forte alcance.
"Parece evidente a necessidade de proteger esses novos
meios de ação sobre a opinião pública,
pondo-os a salvo da opressão e da falsificação
deliberada".
4.2
Jornalismo e técnica
A
pressão do tempo sobre o trabalho do jornalista foi causada,
segundo Jobim, pelo progresso que as máquinas tiveram
na composição e na impressão. Mas ele compreendia
que essa inovação mexeu com o trabalho da imprensa,
forçando o jornalista a encontrar meios de chamar a atenção
do leitor.
"Os
jornalistas deste último meio século tiveram de
adotar as suas técnicas de redação e a
apresentação da matéria a novas condições,
que reclama certos artifícios ou truques para forçar
a atenção de um leitor distraído por mil
solicitações diferentes".
Sobre
o texto do repórter, Jobim dizia que "ser amável
com o leitor é ser conciso, sem prejudicar a riqueza
e a objetividade do relato jornalístico". Ele acreditava
que escrevendo dentro de um padrão o estilo repórter
melhorava. Mas reconhecia que o grande "drama do jornalista
é que ele não pode se calar quando quer",
mostrando que escrever pouco era uma das grandes dificuldades
do jornalista.
Mas
o bom texto não se resumia à concisão.
Jobim lutava pela simplicidade de estilo, que acreditava agradar
muito mais ao leitor. "Quem é simples no estilo
é claro no dizer".
4.2.1
Editorial
Sobre
o editorial e a opinião no jornalismo, embora reconhecesse
sua necessidade, Jobim era extremamente crítico. Ele
acreditava que "talvez o artigo de fundo ideal seja aquele
que se possa resumir em dois parágrafos: o primeiro enunciando
a tese, numa frase curta, e o último confirmando-a, numa
frase incisiva, que seria a ampliação da primeira".
As
mudanças na redação e a manipulação
das notícias dentro do jornal, mereceram dele os seguintes
comentários:
"As
notícias chegam ao público depois de manipuladas
no laboratório da redação. Esta deixou
de ser um ajuntamento de literatos boêmios para constituir
um corpo de trabalhadores especializados em transformar a matéria-prima
fato no produto acabado notícia. (...)
O
processo de reescrever a matéria não pode ser
dispensado numa redação de hoje. Antes de tudo,
a valorização do espaço das edições
exige que se resumam as notícias. Em segundo lugar, o
acúmulo de notícias reclamando a atenção
do leitor impõe que se lhe facilite a leitura, estabelecendo
uma hierarquia (...).
Por
isso Jobim contestava as novas técnicas de valorização
ou dramatização das notícias, sempre buscando
o sensacionalismo. Ele achava que esses novos truques de estilo
não levavam à melhor informação.
Pelo contrário, fazia com que os jornalistas se afastassem
cada vez mais da informação correta e exata.
4.2.2
Estilo
Sobre
o estilo no jornal, Jobim dizia que não existe uma linguagem
especial. Novamente, apelava para uma linguagem simples que
pudesse levar o leitor à compreensão dos fatos:
"Na
verdade, não há uma linguagem de jornal. O jornalista
não escreve numa língua especial, mas no bom português,
no bom francês, no bom inglês ... tão bom
quanto lhe permita o domínio da língua e a necessidade
da improvisação.(...)
Aos
focas (..) ensinam eles uma dúzia de chavões,
que consideram "estilo de jornal".
Estilo
jornalístico, para ele, era se colocar no papel do leitor
do jornal e imaginar o que ele gostaria de ler: "(...)
é mera questão de approach, ou seja, do ângulo
em que nos colocamos e presumimos ser o do leitor do jornal.
Nesse sentido estrito, mas só nele, é aceitável
a sua existência".
Mas
Jobim era um crítico feroz do jornalista que procurava
fazer do jornal seu espaço de experiências estilísticas.
Por isso a recomendação de que o escritor que
se fazia jornalista deveria resistir "à tentação
de usar o jornal como campo de provas de teorias e estilos".
Sua
preocupação com a facilitação do
entendimento do texto fazia com que buscasse uma simplificação
quase esquemática do conteúdo e de forma. Para
ele, o texto:
"Requer
uma ordem, nem sempre lógica, no dispor os elementos
de uma narrativa, que visa introduzir o leitor na essência
da matéria logo que lhe inicia a leitura. E, além
disso, mais três qualidades: concisão, concisão,
concisão".
Jobim
introduziu o Manual de Redação no Diário
Carioca. Defendia a forma norte-americana de formar escritores
por meio de manuais de estilo e de criar para seus jornalistas
o Style Book. Acreditava que cada redação deveria
possuir "o compêndio de regras para bem escrever,
na opinião do diretor do jornal", evitando, dessa
forma que, por meio dessas normas o trabalho jornalístico
se convertesse em literário.
É
uma tentativa louvabilíssima para elevar o nível
do relato jornalístico. (...)
O Style Book não elimina, como se tem pretendido, a chance
de que a obra do repórter atinja o nível da criação
artística.
4.3
Imprensa norte-americana
Para
Jobim, a imprensa americana atingiu um alto padrão de
objetividade porque foi tratada como indústria. "Os
EUA são o único país onde os jornalistas
não se envergonham de confessar que sua atividade não
é desinteressada, mas faz parte de um negócio,
um business".
Ele
defendia o entendimento de que o jornal é uma empresa
comercial e como tal deve ser tratado. Isso não invalidaria
sua função social de informar o público
e deixar que ele formasse sua própria opinião
sobre fatos de interesse geral. Insistia que o jornalismo não
era uma religião e que o jornalista não era um
sacerdote. Compreendia que o poder do dinheiro tinha influência
no jornal, mas que sua existência e sua força estavam
cada vez mais vinculada à força financeira que
conseguisse.
4.4
Imprensa da América Latina
Já
na América Latina, Jobim mostrava que existia um certo
purismo em trla ção ao jornal: "(...) ninguém
funda um jornal para negócio, para fazer dinheiro. Ele
pode vir como um inesperado dividendo, normalmente ele é
fundado para fins políticos".
Ele
exemplifica com o caso do próprio Diário Carioca
que se viu fechado várias vezes em época de agitação
política. Cita também os casos de O Estado de
S. Paulo e La Prensa, que desafiaram a ditadura: "o primeiro
apropriou-se, por compra forçada, de 1940 a 1946; o segundo
foi expropriado e só voltou ao seu dono depois da queda
de Perón".
Sobre
o imaginário popular acerca da função do
jornal, Jobim dizia que o povo acredita que "o jornal tem
um destino heróico a cumprir", e que a imprensa
tem a função de defesa do cidadão. "Trabalhadores
e estudantes quando se vêem ameaçados nos seus
interesses, vão para o jornal".
A
imagem idealista que se faz do jornal permanecia na mente das
pessoas, mesmo com todo o processo de modernização
por que passava a imprensa da época.
4.5
Ética
Refletindo
ainda sobre a questão comercial do jornal, Jobim insistia
que "a imprensa é obra de homens, não de
anjos" e que, pela sua própria natureza, a informação
jornalística tinha um caráter superficial, em
razão de seu processamento dentro de um tempo específico.
Reconhecia
que era impossível publicar um fato depois que ele tivesse
sido inteiramente apurado. Dessa forma, acreditava que não
haveria jornalismo. Mas isso não impedia o repórter
de buscar "a verdade pela objetividade das notícias".
Para Jobim, embora nenhum jornal pudesse realizar plenamente
tal façanha, deveria perseguir esse ideal.
O
que se pode exigir de um jornal é que ele seja honesto
com seus leitores, os quais, aliás, não esperam
dele que façam milagres e lhes apresente um quadro impecável,
irretocável, irretratável, das coisas que sucedem
na cidade, no país e no mundo.
O
que se pode pedir do jornalista é que não use
de má fé com seu público, induzindo-o a
erro em matéria de fato, seja pela falsificação
das notícias, seja pela sua omissão.
A
ética do jornalista deve estar ligada com os padrões
éticos de seu tempo, seguindo a profissão com
a mesma ética que emprega em sua vida particular. Para
Jobim, o homem é ético ou não é.
Isso é que vai definir sua ética profissional.
Reconhece
que "mais que nenhuma outra pessoa, o jornalista comete
erros e injustiças". A necessária rapidez
com que tem apurar e escrever faz com que seus juízos
sejam apressados. Mas o importante é que o jornalista
tenha dignidade para perceber e corrigir esses erros. "Humildade
para o 'mea culpa' e coragem para a correção de
suas faltas, eis uma virtude indispensável".
Jobim
acredita que o leitor "conhece as fraquezas e eficiências
do jornal num regime de imprensa livre". Mas acha que prefere
a imprensa dentro dessa realidade do que substituída
por uma controlada.
4.6
Jornalismo e literatura
"O
jornalista, mesmo no chamado mundo livre, tem a sua atividade
crítica estreitamente balizada por uma série de
tabus políticos, morais e materiais, de que o escritor
já se libertou"
Danton Jobim
A
defesa que Jobim faz do Manual de Redação está
vinculada principalmente com a sua idéia de que jornalismo
não é literatura, embora reconheça que
a reportagem, o editorial, a crônica poderão ser
escritas de forma harmônica e prazerosa. Apesar de atuarem
com assuntos ligados com o humano, ele deixa claro que para
o jornalismo só existem os fatos que interessam, ao contrário
da literatura.
Acha
que o jornalista não deve ter a preocupação
de apurar tão bem sua linguagem como um escritor. Para
justificar usa como exemplo a frase do ensaísta Aires
da Mata Machado Filho:
"Não
passa pela cabeça do jornalista guardar as palavras de
cada dia, ao passo que o escritor que se preza não sossega
enquanto não 'enfeixa em livro' as suas páginas,
sempre elaboradas com a secreta intenção de perdurar".
Jobim não poupa críticas ao jornalista que se
preocupa em escrever bem. Para ele, geralmente é um "escritor
que não se realizou". E acha que nessas circunstâncias
o jornalista deve abandonar a profissão e buscar seguir
carreira de escritor.
Outra
afirmação de Jobim é sobre a influência
que o jornalismo tem sobre a literatura e vice-versa. Ele acredita
que o jornalismo influencia muito mais a literatura do que o
contrário, "em que pese à interação
inevitável de ambos". E explica:
Quem
não descobre à primeira vista nos grandes poetas
- Garcia Lorca, ou exemplo, ou os nossos Carlos Drummond de
Andrade e Manuel Bandeira - o vinco da influência jornalística?
Mostraram
eles em muitas de suas produções como se pode
captar a poesia das humildes ocorrências de rua ou de
polícia sem afastar-se, mesmo, do estilo do repórter.
4.7
Jornalismo e História
Da
mesma forma que explica a diferença entre jornalismo
e literatura, Jobim explica a diferença entre jornalismo
e história. Ele diz que "o passado mais recente,
o passado imediatamente anterior a hoje, o passado de ontem,
este não é história, é jornalismo".
Acredita
sim que os jornais serão, no futuro, uma fundamental
fonte de pesquisa para os historiadores, tanto nas suas grandes
reportagens como nas pequenas notas que contam sobre a vida
em sociedade. E quanto mais exata a notícia, mais ela
servirá como instrumento de apoio para o historiador
entender uma época.
Mas
insiste que a pretensão do jornalista de hoje não
é fazer história:
"Faz,
mas não escreve, limitando-se a fornecer aos historiadores
os fatos concretos - pedra e tijolos que, ligados a materiais
de outras origens, vão permitir as grandes obras interpretativas".
E
voltando a criticar a opinião no jornal, Jobim conclui:
"E,
por estranho que parece, não é o editorialista,
com suas idéias, seus preconceitos e suas paixões,
o que terá lugar de honra nos laboratórios de
pesquisas histórico-sociais. Este lugar pertencerá
ao repórter, que procura ser impessoal e isento nos seus
relatos".
Barbosa
Lima Sobrinho, que tentou convencê-lo a escrever um livro
de memórias disse que:
"Era
difícil, para Jobim, vencer a sua convicção
de que tudo era efêmero e inútil e que lhe bastava
a convicção de haver atravessado a vida com o
sentimento de profunda dignidade que emana de seus exemplos
e de sua tranqüila doutrinação."
5.
Referências Bibliográficas
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Carioca. Edição de 12/02/1952 - Fundação
Biblioteca Nacional-RJ
Dicionário-Histórico-Biográfico Brasileiro.
São Paulo, Editora FGV.
GONÇALVES,
Elias Machado. A necessidade da pesquisa aplicada no jornalismo
digital. Artigo apresentado no GT Pesquisa em Jornalismo no
VI Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo, na UFRS.
Porto Alegre, abril de 2002.
JOBIM,
Danton. Espírito do jornalismo. São Paulo: Com-Arte/Edusp,
1992
LAGE,
Nilson. Para que serve um curso de Jornalismo. Artigo disponível
em www.observatoriodaimprensa.com.br
___________.
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MARQUES
DE MELO, José. História do Pensamento Comunicacional.
São Paulo: Paulus, 2003.
__________________. ¿Modernidad o anacronismo? El dilema
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SEGISMUNDO,
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TARSITANO,
Paulo Rogério. Luiz Beltrão: Vida e Obra. Artigo
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Sites
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http://www.correioweb.com.br
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http://biondi.fcl.com.br/facasper/jornalismo/almanaque
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