Nº 10 - Jul. 2008
Publicação Acadêmica de Estudos sobre Jornalismo e Comunicação ANO V
 

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ENTREVISTA
 

Fotos: Reprodução

CACO BARCELLOS
"A denúncia é só o
começo da apuração"


Por Valquíria Passos Kneipp*

Vencedor de mais de vinte prêmios por reportagens especiais e documentários para televisão, dentre os quais o Vladimir Herzog e o Jabuti, o gaúcho Caco Barcellos é um dos grandes nomes do jornalismo investigativo brasileiro.

Com uma carreira autoral e independente, o repórter já passou pelos principais veículos do país e publicou livros de grande repercussão – sobre temas invariavelmente ligados a aspectos e processos sensíveis da sociedade – como “Rota 66” (sobre a polícia), “Abusado” (sobre organizações criminosas) e “Nicarágua: a Revolução das Crianças” (sobre a revolução sandinista). 

Nesta entrevista, concedida a Valquíria Passos Kneipp em Fortaleza/CE no dia 20 de maio, Barcellos fala de sua formação e trajetória de repórter, de suas técnicas e preparativos de trabalho, das conseqüências das novas tecnologias para a profissão, do programa que apresenta na Rede Globo e do aspecto ético no jornalismo investigativo, sua maior vocação em 36 anos de atuação profissional.


Valquíria Passos Kneipp: Qual é a sua formação, Caco?

Caco Barcellos: Eu sou formado em Jornalismo pela Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), em Porto Alegre.

VPK: Quanto tempo que você tem de experiência na área de jornalismo?

CB: Olha, desde antes de me formar. Desde agosto de 1972 até hoje.

VPK: Você começou no impresso?

CB: Atuei no impresso de 72 a 82. Foram ao todo 10 anos no impresso.

VPK: Em quais veículos?

CB: Foram muitos veículos da imprensa alternativa. Ajudei a fundar a primeira cooperativa de jornalistas de Porto Alegre. Em São Paulo, ajudei a fundar a revista Versus, que é uma revista de reportagens sobre a América Latina. Trabalhei como colaborador em veículos como Movimento, Opinião, Pasquim, Extra e Folha da Manhã.

Nos dois primeiros anos de trabalho, atuei no grupo Caldas Júnior, em Porto Alegre, que era uma empresa tradicional do Rio Grande do Sul – um grupo importante, que foi mal depois da ditadura. E trabalhei também na IstoÉ, na Veja, na revista Senhor e na revista TV Guia da Editora Abril. Comecei em televisão na Globo.

Depois, saí e fui para a Abril, que também tinha um projeto de televisão que era para ser o que é hoje a Rede Record. Mas era a época da ditadura, a concessão não foi dada e a experiência de formar a TV da Abril, junto a outros 150 jornalistas,  acabou não dando certo. Até deu certo, pois hoje existe a TV Abril, mas não é muito focada no jornalismo.

VPK: E na Editora Abril, você já trabalhava com reportagem?

CB: Sim, sempre fui repórter. Eu já tive até o título de editor-assistente, mais para ter o salário que tinha na revista IstoÉ, pois lá eu ganharia menos como repórter do que ganhava antes. Então, o título era de editor, mas eu era editor de mim mesmo. Fazia as matérias especiais da Veja. E foi da Veja que eu saí para a Globo pela primeira vez.

VPK: E como que você saiu do impresso e foi para a TV? Você recebeu um convite?

CB: Inicialmente, recebi um convite muito simpático do Luiz Fernando Mercadante. Eu era um desses repórteres itinerantes, que saía atrás de uma história que achava interessante, me envolvia nela, escrevia e depois oferecia para os veículos da grande imprensa. Eu era independente e foram cinco anos assim. Depois da experiência no Caldas Júnior, virei independente. E o Mercadante era um bom comprador. Ele tinha um faro incrível quando percebia alguma história. Também era uma pessoa muito simples, pois bastava ele ler e ver as fotos para, se gostasse, comprar a matéria. Senão, jogava fora. Mas ele sempre comprava e pagava muito bem.

VPK: Em que época você foi para a TV?

CB: Recebi o convite do Mercadante quando eu estava no Jornal da Tarde. Quando ele também foi para a Globo, acho que em 1976,  convidou a mim e ao “Paquinha” (Luiz Fernando Silva Pinto). Eu não aceitei, porque eu estava apaixonadíssimo pela vida itinerante, correndo atrás de histórias, e achava a televisão muito oficialista, muito pouco envolvida com reportagem. Dei uma esnobada no convite, pois não avaliei direito.

Tempos depois, fui morar em Nova Iorque e lá comecei a perceber umas produções maravilhosas de documentários de TV. E fiquei apaixonado pelos documentários e pela televisão. Quando voltei dos Estados Unidos, telefonei para o Mercadante e perguntei se, caso me interessasse, ainda haveria o convite. Aí foi ele que me esnobou e disse: “não, agora você vai ter de fazer teste, vamos ver se a gente vai te aprovar ou não”. Então, fui fazer um teste.

VPK: E foi aprovado?

CB: Um ano depois, ele me aprovou.

VPK: Que tipo de teste teve de fazer?

CB: Era um teste curioso: um quebra-quebra com PM’s de um lado e o Lula e seus metalúrgicos do outro. E eu lá no meio, fazendo um teste para a TV.

VPK: Você aprendeu na prática mesmo?

CB: Na prática. Ainda me lembro do comentário do Luiz Gonzalez quando me contrataram: “Bom Caco, a gente está te contratando no escuro. A gente não sabe o que vai dar. A gente gosta do seu trabalho é lá no impresso”. Lembro-me que, na época, estava lançando o meu primeiro livro, A revolução das Crianças, sobre a guerra da Nicarágua. Dei uma entrevista para uma televisão, o Gonzalez assistiu e disse: “A julgar pela entrevista que você deu, que foi um fracasso, erramos na contratação”.

VPK: E quando você chegou à TV, eles acreditaram no seu trabalho, na sua experiência?

CB: Sim, eles me deram muita força. Tiveram muita paciência comigo. Gonzalez, Woile Guimarães e Luiz Fernando Mercadante. Esse povo da retaguarda, pois você não faz nada em televisão se não tiver um povo junto, trabalhando sério. Eles viram em mim uma possibilidade de fazer, pela primeira vez talvez, pois a natureza do veículo não combinava muito, um jornalismo realmente investigativo, com consistência. Na época, as equipes de TV eram imensas, formadas por cinco pessoas.

Então, imagine como era investigar discretamente com aquele batalhão, com um equipamento imenso, com a câmera amarrada na máquina de som, com quilômetros de cabos espalhados por todo lugar. Mas quando há vontade de apurar com rigor e independência, você dribla todas as dificuldades. E nisso, eles me ajudaram muito.

VPK: Você fez algum treinamento ou sentiu necessidade de se especializar?

CB: Sim, eu sempre me dediquei a ter aulas com fonoaudiólogas. Até hoje me ajudam bastante. E acho que é um trabalho permanente, pois você precisa sempre fazer exercícios para melhorar a dicção e empostar melhor a voz. São maravilhosos os conselhos que essas fonoaudiólogas dão, elas te ajudam a falar de maneira coloquial, com mais clareza. Você ser você mesmo, porém com mais cuidado, fazendo com que todo mundo te ouça corretamente. Coisa simples, muito simples, mas é muito complicado ser simples.

VPK: Então, quer dizer que você já foi para a televisão com o intuito de fazer reportagens investigativas?

CB: Sim, porque é da minha natureza. Na verdade, sempre que envolva denúncia. Hoje, no Brasil, eu sei que as pessoas associam jornalismo investigativo com denúncias. Na sua maioria, acho que as denúncias que estão sendo feitas derivam do jornalismo declaratório, não do jornalismo de investigação, porque é tudo centrado em meia dúzia de entrevistas. Às vezes, até de forma leviana, mal provada, mal apurada, pois não passa de uma entrevista.

No investigativo, você tem de ir além, independentemente se estiver cobrindo um fato que envolva denúncia contra a honra de alguém ou um elogio a alguém. Eu acho que é exatamente igual, pois você tem de ter a postura ativa de apuração, com luz própria, independente. E isso eu pratico desde o começo, com a ajuda dos companheiros da redação que valorizam essa postura. Como na televisão raramente se fazia denúncia, o jornalismo investigativo com denúncia era uma novidade.

Lembro-me de quando estava na Veja, trabalhando ao lado de Elio Gaspari e Augusto Nunes, e veio o convite da TV. Fui falar com o Augusto, que estava gostando muito do meu trabalho, e ele disse: “Caco, acho que seu trabalho aqui está muito legal, mas no seu lugar eu iria. Na TV, ninguém faz investigação e você vai se dar bem”. Foi um conselho de amigo. Gostei do conselho dele e no outro dia eu fui. E não me arrependo. Eu gostei e agradeço ao Augusto Nunes pelo toque.

VPK: Você pegou desde o U-matic até os dias de hoje. Como foi vivenciar essa evolução tecnológica? Ficou mais fácil ou mais difícil?

CB: Ficou mais fácil. Acho importante provar que uma entrevista é verdadeira e, com o acesso ao equipamento, hoje isso é possível. Fiz isso a minha vida inteira e dificilmente tive um retorno. Chegava a uma comunidade, uma favela, por exemplo, e o povo sempre se queixando do mundo, porque no Brasil a injustiça sempre recai sobre os pobres. Então, sempre há muitas queixas. Eu dizia para eles: “olha, vocês estão se queixando, eu acredito na senhora, no senhor, mas, por favor, provem que isso que vocês estão me falando é verdade e me ajudem a provar isso".


RJ: Ed. Record, 2003.

Dizia: "Eu me disponho a trabalhar 24 horas para provar, mas seria legal se a senhora tivesse uma prova. Por exemplo, a senhora não fotografou os ferimentos no seu filho, os tiros que deram na nuca, não tem foto do cadáver com os tiros nas costas? É muito comum à polícia fazer isso nos ‘tiroteios’. A senhora não filmou?”.

Antigamente, a resposta era: “Meu filho não tem câmera”. Hoje, toda rua tem no mínimo um celular, que filma, grava, registra. Isso é maravilhoso. Eles trazem uma quantidade importante de fitas, filmes, fotos, gravações. Isso ajuda muito.

Democratizou o acesso aos equipamentos, que ficaram mais baratos. Todo mundo, ou quase todo mundo, hoje tem possibilidade de ter. É um aliado para quem busca provas. Então, é muito legal. Agora, tem gente que faz isso não como elemento, como meio ou intermediário na busca de mais informação, e reproduz o material como notícia, acaba o trabalho em si mesmo. Aí, é condenável. Por exemplo, o jornalismo que é feito dentro da redação, só baseado na Internet, um reproduzindo o trabalho do outro, uma coisa paranóica.

VPK: Como diria Bourdieu, é a “circulação circular de informação”...

CB: É, trabalhei algum tempo como correspondente e cobri assim as visitas presidenciais. Ficava impressionado com o mundo da Internet. Ninguém apurando na rua, mas fazendo no máximo aquelas coletivas, as mesmas perguntas, sempre iguais. Tudo mundo corria pra ver o que o outro estava dando, para um não furar o outro e não sei mais o quê...

No dia seguinte, as coberturas saem idênticas, com manchetes idênticas, ninguém com olhar próprio independente, que vai atrás das coisas, das pessoas mais simples da rua. Evidentemente, acho a Internet uma maravilha. Antigamente, para fazer uma pesquisa precisava ir a uma biblioteca, enfrentar um burocrata mal humorado, tentar achar um livro etc. Agora, isso é feito em segundos, em todas as bibliotecas do mundo. Eu tenho crítica é para o jornalismo praticado só pela Internet, que acho muito pobre.

VPK: O que acha dessa nova vertente do jornalista que faz tudo, que grava, reporta e edita?

CB: Acho que é inevitável. Está tudo tão simples, tão fácil, que vai gerar falta de possibilidades de mercado. De um lado, quando você filma, está sendo menos repórter e mais cinegrafista. Ou mais editor, ou mais tudo... Quer dizer, você é menos uma coisa, mas é mais outra.

Acho que é uma coisa inevitável e que precisamos nos habituar com outros equipamentos. Boa parte dos jornais, por exemplo, está condenada ao desaparecimento. A facilidade é tanta que você pode selecionar e editar o que quiser da Internet. Posso pegar o melhor artigo do New York Times, colocar ao lado de um do New York Post, junto com outro do The Guardian, The Independent, O Globo, Estadão e não sei o quê. Ou seja, faço meu jornal rapidinho, sem precisar gastar um tostão.

VPK: O uso de novas tecnologias, como a câmera oculta, tornou-se praxe no jornalismo investigativo. O que você acha disso?

CB: Eu acho que, no processo de investigação, a câmera oculta é totalmente secundária. Não gosto de criticar o trabalho dos parceiros, seja qual for. Mas, falando genericamente, acho que o pretexto de se buscar uma informação de alto benefício público não habilita ninguém a cometer crimes.

Não se deve jamais cometer um crime para denunciar outro crime e, de maneira nenhuma, falsificar a identidade. Com relação ao equipamento, acho que a questão ética está mais no profissional do que na tecnologia em si. Por exemplo, a câmera grande da televisão é menos ética do que a oculta, porque se você não tiver cuidado e não for ético, transforma a realidade a todo instante. É o profissional que deve ser ético.

Quando chego com a câmera grande a um hotel, seguramente vou chamar a atenção das pessoas. Elas vão mudar o que estão fazendo. Se eu chegar a um velório, onde todo mundo está triste e sofrendo, não tem dúvida de que alguém vai fazer uma gracinha para a mãe em casa. E ela não faria isso se a câmera grande não estivesse lá. No campo de futebol, você vira a câmera para a torcida do time que está perdendo de 5 x 0.

Ela vai vibrar como se o time estivesse vencendo. Então, se você não tiver cuidado com ela, a câmera grande é um desastre. Muito mais que a pequena, que ninguém vê. Você chega, a realidade está ali e continua, apesar da sua chegada.

Claro que, se você não for ético, pode usar a micro-câmera para fazer barbaridades. Assim como, se quiser, uso a câmera grande para fazer barbaridades. Eu posso invadir a privacidade para gravar uma cena da vida íntima de uma pessoa mais facilmente. Mas seria um cidadão não-ético, fazendo uso de uma câmera. Os repórteres de jornal, por exemplo, que usam máquina fotográfica com aquela lente imensa, não são éticos quando invadem um apartamento e fotografam sua intimidade. Se fizerem isso, não são éticos. Não é câmera que é ética, coitada da câmera.

E é gozado que os jornais criticam muito a televisão por usar micro-câmeras escondida, alegando que ela invade a privacidade. A máquina fotográfica, se quiser, invade muito mais, pois tem aquelas lentes poderosas que a micro não tem. A micro tem de estar junto ao profissional. Já o fotógrafo não, pois ele pode ficar olhando de longe sem que ninguém veja.

VPK: Como é que você consegue fazer reportagens autorais na televisão, principalmente na Globo?

CB: Consigo porque eu gosto e a televisão gosta das pessoas que fazem. Não sei por que as pessoas não fazem mais, pois nunca fui proibido de fazer. Não sei, mas acho que não sou o único a fazer. Tenho certeza que eles gostam que você faça algo que seja diferenciado. Na verdade, o que a televisão gosta é de “audiência”. É tudo o que a gente gosta também. Se tiver audiência, significa que as pessoas gostaram de assistir. Se a história está bem contada, se as pessoas se identificaram com a história, posso dizer que a televisão gosta disso.

Eu nunca tive ordem do tipo: “olha, não faça jamais matérias mais complexas, matérias diferentes ou matérias de mais profundidade”. Ao contrário. Às vezes, até faço por minha conta, sem que eles saibam, e, quando apresento o material, eles vibram, o que é muito legal. Ao mesmo tempo, a gente tem de cumprir ordem, sempre. Nunca digo “não” para uma pauta. Mesmo que não goste, eu faço, mas também fico no paralelo, fazendo as minhas. De repente, chego lá e digo: “Olha aqui, gosta?” Se gostar, publica, senão, joga no lixo. No tempo de jornal, eu fazia isso também. Porque quando se é free lancer, a gente sabe a barra que é conquistar mercado.

Você liga e todo mundo bate a porta na sua cara. “Não, não tem nada”. Então, resolvi fazer matérias que ache legais, pois se gostar compra e, se não gostar, joga fora. Assim, fui abrindo um pouquinho as portas. Não tinha custo nenhum para as redações, pois recebiam a matéria pronta. Naquele tempo, não sei se hoje é assim, mas imagino que seja, o medo deles era encomendar, investir dinheiro na encomenda e não saber qual resultado virá do trabalho.

VPK: Como surgiu a idéia do programa “Profissão Repórter”?

CB: É curioso porque, quando eu fazia matérias investigativas com denúncia, sentia a necessidade de estabelecer equidade na minha apuração. Dar a devida ênfase a todos os atores da história, não ficar apurando como se fosse escrever um livro, não escrever contra determinada pessoa e, na hora de defendê-la, ouvi-la apenas por cinco minutinhos. Telefona, “ah, não atendeu, fugiu foragido”. Como se o cara tivesse de estar lá de plantão, esperando você, só porque você quer.

A vida não é assim. Então, eu imaginei um plano em que um grupo de jornalistas, talvez três duplas, cobrisse os acontecimentos com equidade, com equilíbrio, dando a todos os ângulos o mesmo peso, não só para a acusação, mas para a defesa também. Enfim, não só para o poderoso, mas para o fraco também. Só que, ao invés de fazer só denúncias, a gente está fazendo todo tipo de matéria.

Procuramos sempre as pautas que permitam essa cobertura com vários ângulos no mesmo foco, porque assim você oferece uma riqueza maior de informação para o telespectador.

Então, quando se trata de denúncia, eu sou muito radical. Se o grupo apura 500 horas contra alguém, tem de ter algo a favor equivalente a isso também.

As coisas não acontecem assim hoje em dia. Às vezes, basta uma entrevista acusando um empresário ou um ministro e as pessoas põem no ar, divulgam pela Internet, jornais, revistas, televisão, rádio...

Acho isso uma irresponsabilidade, uma leviandade preocupante. Quando você tem uma entrevista que envolve uma denúncia, é só o começo de tudo, é só o começo da apuração. Tem de correr atrás para saber se aquela denúncia é verdadeira antes de levar ao conhecimento do público.

*Valquíria Passos Kneipp é jornalista formada pela Unesp de Bauru/SP, doutoranda pela ECA/USP, professora da Faculdade da Grande Fortaleza (FGF) e Editora-Assistente da Revista PJ:Br - Jornalismo Brasileiro.

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Revista PJ:Br - Jornalismo Brasileiro [ISSN 1806-2776]