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Dossiê

O processo de alimentação da imprensa
interiorana e a grande imprensa nacional
Por Cíntia Amária Santos*

Resumo

Este trabalho pretende analisar o processo de alimentação da imprensa interiorana em contraposição ao processo de alimentação da grande imprensa nacional. Para tanto, será observado o grau de influência das agências de notícias nos grandes veículos de comunicação e na pequena imprensa. A forma de como as agências internacionais contribuem para a descentralização, repetição, previsibilidade e homogeneidade dos assuntos abordados na pauta dos diários nacionais. Com isso, a grande imprensa perde a sua identidade cultural, enquanto a interiorana se fortalece com informações de interesse local para a comunidade.

Reprodução

Palavras-chaves

Imprensa Nacional / Imprensa Regional / Agências de Notícias

Desde o surgimento da imprensa no Brasil no século XIX, e desde a redemocratização alcançada pelo país logo após o fim da ditadura militar, a partir dos anos 80, os meios de comunicação vêm ganhando importância e cada vez mais espaço no cotidiano das pessoas.

Com o mundo globalizado e capitalista, cria-se nos indivíduos a necessidade de buscar informações que atendam aos seus interesses.

Nesse contexto, os jornais interioranos vão se proliferando em larga escala e se desenvolvendo de acordo com a necessidade geográfica de cada região. Surge aí, a relação entre o processo de alimentação da mídia regional em contraposição ao processo de alimentação de notícias da grande imprensa nacional. No entanto, para compreender esse processo é preciso antes conhecer as mídias.

Fernandes (2003:62) cita uma pesquisa realizada por Mesquita Neto, no qual ele qualifica a mídia nacional como uma das mais ricas do mundo e uma das três com maior número de alternativas.

Mesquita Neto ressalta que a imprensa nacional é composta por alguns elementos que contribuem para o crescimento dela no Brasil, dentre eles:

"a quase totalidade dos diários adotou nova programação visual, com designs modernos compatíveis com padrões internacionais, a maioria dos jornais desenvolveu programas internos de qualidade redacional, aperfeiçoando tanto o texto quanto o conteúdo; a totalidade dos jornais de circulação regional e nacional lançou novos produtos editoriais, como cadernos temáticos, informações segmentadas e serviços de modo geral; a totalidade dos jornais de circulação regional e nacional está hoje informatizada e os veículos de maior porte operam em sistema digital".

No interior, a realidade não é muito diferente. Apesar da imprensa interiorana ainda apresentar um quadro de abre e fecha de jornais, devido a aspectos econômicos ou partidários, muitos periódicos passaram da fase "artesanal" para a "industrial". Os jornais do interior apresentam uma estrutura tecnológica, conveniente ao processo de produção de notícias local. Os jornalistas têm acesso a internet, a maioria dos jornais tem gráfica própria e o sistema de impressão é policromático.

Algumas empresas jornalísticas deixaram de lado a câmera tradicional, e optaram trabalhar na câmera digital. A tecnologia, tanto nos grandes centros quanto no interior, vem para facilitar e agilizar o trabalho dos jornalistas.

Mas, apesar de algumas semelhanças entre a grande e pequena imprensa, há divergências entre elas na forma de se produzir notícias.

"Toda informação jornalística tem origem na fonte, seja esta o próprio repórter que presenciou o fato, a emissora de rádio ou de televisão, documentos ou publicações diversas, as agências de notícias, os órgãos oficiais, as autoridades ou os cidadãos comuns. É do equilíbrio desse conjunto de forças que se faz a diversidade do noticiário jornalístico". (FERNANDES, 2003:167)

De acordo com Fernandes (apud Wolf, 1995:200), o interesse das fontes em ter acesso aos jornalistas se dá por quatro fatores: "os incentivos, o poder da fonte; a sua capacidade de fornecer informações críveis; a proximidade social e geográfica em relação aos jornalistas".

Com esses elementos, o leitor é capaz de avaliar o grau de interatividade entre a comunidade e o jornal e o quanto este é importante para o cidadão se sentir representado. Porém, o autor destaca que o último destes fatores é determinante na hora de o repórter produzir sua matéria.

O jornalismo do interior é, provavelmente, o que mais se encaixa e pratica os elementos citados acima. "A proximidade entre a fonte e o jornalista é o fator facilitador de todo esse processo". Os veículos dos grandes centros, além de não conhecerem a realidade de cidadãos interioranos, também estão muito distantes geograficamente.

"Enquanto isso, no âmbito local, freqüentemente o profissional é procurado por diversas fontes que o abastecem com informações do que ocorre na cidade. É convidado para participar de inúmeros eventos, dos mais expressivos aos mais singelos, onde pode atualizar-se sobre os fatos. Representantes de sindicatos, associações, clubes esportivos, escolas, associações de moradores, cidadãos preocupados com os problemas de sua comunidade, enfim, os atores ativos do organismo social vêem no jornalista o canal para veicular informações que consideram importantes para a comunidade. (FERNANDES, 2003:168)

Já nos jornais das grandes metrópoles, a recepção de notícias ocorre de uma forma descentralizada e distante dos centros locais: por meio da captação de informação das agências de notícias.

Segundo Silva Júnior (2004:03), "pensar o local e o transnacional dentro do campo informativo de um jornal seja impresso ou na web, é pensar uma proposta de equilíbrio". O autor fala que na história do jornalismo a busca por informações internacionais, sempre esteve ligada ao desenvolvimento dos jornais. "Informar sobre o que acontecia em outros países era, além de criar um diferencial em relação à concorrência, um modo de ampliar o raio de influência interno do jornal dentro do contexto nacional".

Por outro lado, de acordo com Silva Júnior, esse acesso à informação internacional convivia junto ao conteúdo vindo das próprias cidades, principalmente, pelo campo de interesses locais. Mas, para compreender "o cenário que configura o recorte das notícias entre o local e o transnacional, é necessário observar alguns limites". Primeiro, os conteúdos jornalísticos partem das agencias internacionais, delimitando os assuntos a serem abordados. Segundo o autor, os grandes jornais assimilam em segunda mão, o repasse do material internacional para os jornais locais.

"Nos moldes de produção em que esse horizonte se apresenta e, para a finalidade de geração de um campo de complementariedade ao conteúdo local, esse estado de coisas só garante uma resultado: um recorte resultante do próprio processo de filtragem. Só se materializa o filtro, e não os conteúdos elencados para passar pelos crivos específicos. Isso repete, de certo modo, a contradição de uma dinâmica clássica das agências internacionais. Apesar de estabelecerem fluxos globais de notícias, elas dependiam estreitamente do mercado interno dos seus respectivos países. A reboque desse estado de coisas, o caráter das suas notícias refletia o 'etnocentrismo', ou seja, o ponto de vista e enfoque direcionado aos seus mercados locais". (SILVA JÚNIOR, 2004:05)

Para os jornais locais, segundo ele, a dimensão desse problema se amplia na medida em que o fluxo de informações é passado em segunda mão. As agencias nacionais repassam informações das agências internacionais para os jornais locais. Dessa forma, o autor define que o enfoque atua com um duplo filtro: "no sentido de enquadrar o material que vem das fontes internacionais, e numa segunda etapa, no reempacotamento para os clientes locais.

Não perceber esse fator, ou percebê-lo como neutro, na relação de influência com o jornalismo de proximidade, permite que fenômenos como os da homogeneidade, repetitividade e previsibilidade da cobertura se manifestem".

Papel de dependência

"A dinâmica presente entre as agências internacionais e o jornalismo local apresentam uma relação de vinculação e dependência no estabelecimento do recorte noticioso, sobretudo, devido a um enorme fluxo de informação envolvendo estruturas de processamento e distribuição como atores dos desdobramentos diretos e indiretos para o cenário internacional das notícias" (SILVA JÚNIOR apud BOYD-BARRETT, 1980, p. 19; RANTANEN, 1998, p. 47).

Para Silva Júnior (2004:04), os jornais nacionais trabalham na mesma dinâmica das agências de notícias, quando se trata de transmitir fluxos de informação para os veículos locais. "Com a chegada das redes digitais de uso aberto, como a Internet, esse papel operacional se mantém, ao passo que, agregam-se fatores de ordem tecnológica que potencializam o caráter de alcance das agências. Na mão contrária, essa mesma rede de distribuição permite ser usada como elemento da cadeia de produção, potencializando o aspecto de geração de material informativo em escalas descentralizadas".

Em uma análise dos jornais brasileiros como usuários das redes digitais, pode-se perceber que o acesso ao ciberespaço tem crescido exponencialmente desde o final dos anos 90. Portanto, os empresários do setor já perceberam que os jornais estão passando por modificações profundas devido à entrada avassaladora das novas tecnologias no campo da comunicação.

Tal consciência se aprofunda a despeito das dificuldades estruturais para a rápida expansão da infra-estrutura de disseminação dos conteúdos digitalizados e da tendência natural das organizações jornalísticas de resistência à mudança.

Considerando-se esse cenário, pode-se vislumbrar duas tendências marcantes frente às alterações em curso. A primeira delas diz respeito ao controle de publicações digitais por empresas jornalísticas tradicionais, reforçando o processo de centralização dos sistemas de produção de notícias. Na verdade, a própria história do jornalismo neste país enfatiza tal tendência, consolidando, cada vez mais, o modelo vertical de produção de notícias.

Entretanto, a partir dos anos 60, o recrudescimento de tal quadro causa preocupação, tendo em vista o advento de um novo tipo de organização multimídia baseada na expansão comercial dos meios eletrônicos. Assim sendo, as metrópoles nacionais e/ou os centros metropolitanos regionais tornam-se células produtoras de notícias, atendendo às necessidades de empresas jornalísticas com economia em escala. Isto significa que "o aumento da competição pelas verbas de publicidade forçou as organizações jornalísticas a articular sistemas centralizados de fontes de informação conectando a sala de redação a suas fontes". (MACHADO, 2003, p. 80)

Em decorrência, a digitalização do campo da comunicação social fomenta a convergência entre as grandes agências de notícias e os grandes jornais nacionais e regionais que controlam os respectivos mercados de notícias. Surge então uma nova divisão internacional do trabalho possibilitada pela flexibilidade tecnológica do ambiente digital, que permite a existência de redes compartilhadas para a produção e circulação de notícias.

Porém, o jornalismo digital controlado pelos meios de comunicação tradicional parece não ser capaz de maximizar a produtividade e melhorar a cobertura noticiosa. O mosaico em estudo mostra que quanto maior é o poder do grupo de comunicação no processamento de informação, menor é a sua produtividade em função da incapacidade de a corporação assimilar práticas administrativas da informação em seu próprio processo de reestruturação. (MACHADO, 2003)

A segunda tendência em cena - decorrente da primeira - diz respeito à diminuição do aparecimento de novos centros de produção de conteúdos jornalísticos devido à expansão de sistemas centralizados de produção de notícias. Tal situação contradiz os princípios clássicos para a estruturação de sistemas de produção de notícias ao privilegiar notícias nacionais e internacionais na cobertura de jornais locais e regionais.

Entretanto, ambas as tendências verificadas, paralelamente, tanto no panorama de alimentação da imprensa interiorana, quanto no processo de alimentação da grande imprensa nacional deixam a desejar porque os leitores parecem mais interessados em fatos ocorridos em localidades específicas e com personalidades específicas; adicionalmente, buscam informações relativas a atividades em organizações específicas. Tal quadro de interesse enfatiza a importância da identidade cultural como fator decisivo na seleção de informações realizada pelo público alvo. (MACHADO, 2003)

Agenda Setting

Com a recepção de informação das agencias de notícias, os jornais nacionais passam a ditar assuntos repetitivos e oriundos dos países de origem dessas agencias que, na maioria das vezes, são etnocêntricas e de pouco interesse para o leitor brasileiro. A teoria da Agenda Setting formulada pelo professor Maxwell McCombs, na qual a mídia é uma grande agenda social que pauta todos os dias para a sociedade o que deve ser discutido, vem comprovar essa situação.

A descentralização das notícias contraria uma das regras lógicas de produção de informação do news making: os grandes jornais não se preocupam em transmitir assuntos que tenham relevância quanto aos critérios de valores de uma sociedade e quanto ao critério de proximidade geográfica e cultural.

No entanto, o que se vê é uma repetição de notícias em todos os jornais nacionais, ou seja, a permanência da previsibilidade, homogeneidade e repetitividade da cobertura diária. O jornalismo vem seguindo um agendamento homogêneo, com a presença dos mesmos assuntos na pauta diária dos jornais.

"As rotinas organizacionais direcionam a cobertura para as áreas que rendem maior número de acontecimentos potencialmente noticiáveis. Áreas como política, Brasil e esportes recebem grande parte dos esforços de cobertura e, conseqüentemente, serão as áreas que maior espaço ocuparão nos jornais. A cobertura internacional recebe grande espaço porque quase toda ela é suprida por agências de notícias, que garantem um fluxo regular de informação para os jornais". (MACHADO; PALÁCIOS apud SILVA JÚNIOR, 2003: 152)

Os autores acima ressaltam que para esse tipo de problema, "não há tecnologia de ponta que dê jeito. É preciso rever os processos, os métodos dos quais a organização se utiliza para garimpar - ou cultivar - as informações que precisa para montar seu noticiário".

Importância Geográfica

Para os leitores de um jornal, a proximidade com as notícias mostradas no periódico é de extrema importância para que eles tenham uma compreensão mais precisa dos fatos. Como define Fernandes (2003:149), "a notícia local é a missão dos jornais de pequeno porte".

Para o cidadão que busca a informação de seu interesse, no jornal interiorano, a notícia não é apenas uma forma de se manter bem informado sobre os fatos locais, mas uma maneira de se sentir representado nele, "isto quando ele mesmo (o leitor) ou alguém muito próximo, não é o próprio protagonista do fenômeno social gerador da notícia".

"Não adianta transmitir informação crítica e conscientizadora sem ligá-la à pratica concreta do receptor. Esta prática pode não estar vinculada diretamente com o local, mas é no cotidiano, no trabalho, na tradição familiar, na formação educacional, no convívio com a comunidade que se concretiza, que se torna mais latente esta prática". (FERNANDES apud MARCONDES, 1986:155)

Segundo Fernandes, no cenário globalizado do final do século XX, o local se torna a referência de identidade para que o homem não perca as suas origens e seus costumes. "É ali que ele vive, trabalha, fortifica seus laços culturais, define sua personalidade, se forma um cidadão, constitui família e sente que é onde pode interferir na construção de um futuro melhor para os seus. Nesse contexto, os meios de comunicação locais desempenham um papel fundamental".

Jornalista no interior

O comunicador social tem o poder e a responsabilidade de definir o que é notícia, que assunto será abordado, o que será publicado. A conseqüência dessas escolhas vai depender do contexto onde o jornalista está inserido.

"As diferenças entre os jornalistas que atuam na grande e pequena imprensa não ficam restritas à questão salarial, ao contexto geográfico e à importância da primeira em relação à segunda. O fazer jornalístico no interior exige do comunicador algumas características que vão além do exercício profissional". (FERNANDES, 2003: 153)

Para o autor, de certa forma, o jornalista interiorano exerce uma função de "líder comunitário". Ele é visto como cúmplice e defensor dos interesses da comunidade.

"No pequeno jornal, o profissional também se sente mais valorizado pela comunidade, em razão do seu envolvimento direto com a mesma. Tanto quanto a má remuneração, a multiplicidade de funções é outro problema nas pequenas redações. Os profissionais pesquisados são repórteres/redatores e editores". (FERNANDES, 2003:156)

Outra característica do profissional do interior é a polivalência de funções que ele tem que exercer, já que nos pequenos jornais a estrutura ainda é pequena e questão salarial precária.

Mas, devido à multiplicidade de tarefas, o jornalista acaba adquirindo experiência em várias áreas da profissão.

"Ele elabora a pauta, capta a informação, redige o texto, faz a foto, edita a matéria e cria a diagramação. (...) Nos grandes diários, o jornalista que escreve 40 linhas hoje não sabe qual o tratamento que elas receberão para serem publicadas amanhã ou mesmo se serão publicadas. O jornalista é apenas mais um elemento da engrenagem e em muitos casos sem qualquer autonomia sobre seu texto". (FERNANDES, 200:164)

Identidade Cultural

Antigamente, a organização social e as identidades pessoais e coletivas construídas em uma determinada região eram bastante definidas. Na sociedade escravocrata, especialmente no Brasil, a identidade de um Senhor de Engenho, em torno da sua casa-grande, determinava o seu papel dominante nela. Enquanto, que para os escravos sobravam à característica da subordinação. Domingues (2001:23) define que, nessa época, existia entre essas relações de poder e servidão, uma identidade estável.

Hoje, com o advento da modernidade, essa situação se transformou,

"liberando o trabalhador dessas relações pessoais e estáveis, por meio de mecanismos que vários autores classificam como de desencaixe. Uma vez preso a terra, e a um senhor, com uma identidade fixa, o trabalhador é jogado num mercado onde tem de vender, em troca de dinheiro, sua força de trabalho para sobreviver, numa sociedade em que, ao menos formalmente, ele é tido como um cidadão que não deve obrigações pessoais a ninguém e pode viver onde bem entender. Sua identidade se torna assim um dado em aberto, e, em conseqüência, em grande medida sua própria responsabilidade".

Domingues (2001:24) entende que, apesar da construção da identidade e o equilíbrio da personalidade humana apresentar um aspecto de estabilidade, não existe uma consolidação definitiva de traços e relações pessoais e coletivas.

Para o autor, trata-se do inverso, como um dos mecanismos de desencaixe: "essa relativa estabilidade é fornecida por processos de reencaixe que, reflexivamente, consistem em outra característica saliente da modernidade. Com isso, o indivíduo pode perceber-se como membro de um grupo, de uma religião, de uma classe, de uma etnia que o inclui e que lhe dá sentido".

Por isso, a mídia local tem um importante papel de construir a identidade cultural de uma determinada região, além de promover a discussão de interesses em comum. Para João Carlos Correia, "a identidade de regiões comporta a necessidade de mecanismos de produção simbólica que contemplem o reforço do sentimento de pertença".

Gustavo Barreto entende que, "valorizar a produção regional, não é uma forma de preservação da cultura nacional nem o fortalecimento da democracia: é a própria cultura nacional, dentro de uma democracia viva e participativa".

É importante ressaltar que muitos municípios criaram seus meios de comunicação, como forma de construção e preservação da cultura local.

"Os jornais interioranos têm uma outra importância que, aos poucos, deixa de ser negligenciada: a da aceitação de sua colaboração na constituição dessa história e de sua preocupação em resgatar, com o auxílio das novas tecnologias e de uma boa organização, os documentos que registram os fatos constituintes de suas matérias, bem como os jornais em que foram registrados". (SILVA; MARTINS, 2004:08)

Com isso, os jornais interioranos podem oferecer um material histórico que colabore para a construção da identidade cultural da comunidade. Outro elemento importante para o resgate cultural são as academias de comunicação, que podem difundir para os alunos a importância de elaborar pesquisas científicas que contribuem para o fortalecimento da história local. "O resultado é o resgate da memória do jornalismo e, por conseguinte, de documentos que são ou podem se transformar em registros da história das comunidades representadas".

Referências Bibliográficas:

ALMEIDA, Gastão Thomaz. Imprensa do interior: um estudo preliminar. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1983, 59 p.

DOMINGUES, José Maurício. Sociologia e modernidade: para entender a sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, 159 p.

FERNANDES, Mário Luiz. A força do jornal do interior. Itajaí: Univali, 2003, p. 62 - 181.

MACHADO, Elias. O ciberespaço como fonte para os jornalistas. Salvador, (BA): Calandra, 2003, p. 93 - 108.

MACHADO, Elias; PALACIOS, Marcos. Modelos de Jornalismo digital. Salvador, (BA): Calandra, 2003, p. 139 - 156.

PALACIOS, Marcos. Ruptura, continuidade e potencialização no jornalismo on-line: o lugar da memória. 2002, p. 15-36.

SILVA, Esdras Domingos da; MARTINS, Salvador Lopes. Jornalismo no interior: um desafio diário. 2004, p. 01-14.

Documentos eletrônicos:

BARRETO, Gustavo. Jornalismo regional. Disponível em http:/www.temnoticia.com.br/. Acesso em 02 mar 2004.

CAMPOS, Pedro Celso. O papel do jornal no interior. Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/. Acesso em 20 ago 2004.

CORREIA, João Carlos. Jornalismo regional e cidadania. Disponível em http://bocc.ubi.pt. Acesso em 4 out 2004.

MARTIN, Gerson. Jornalismo regional: das primeiras impressões ao fortalecimento da imprensa do interior. Disponível em http://www.gersonmartins/. Acesso em 30 out 2003.

RUBBO, Daniella; LIMA, Maria Érica; VELOSO, Maria do Socorro. Jornalismo como instrumento de resgate e construção da história regional. Disponível em http://www.professoresjornalismo.jor.br/grupo_trabalho/pesquisa_graduacao.../socorro.html. Acesso em 30 out 2003.

SILVA JUNIOR, José Afonso da. O transnacional e o local no jornalismo na web: problematizando as relações entre as agências de notícias e os portais locais.


*Cíntia Amária Santos é aluna de graduação em jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/Minas), em Arcos/MG.

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