Opiniões
- Comentários
O
Santo Graal da falácia jornalística
A
falácia genética a ideologia do DNA na
imprensa, de Claudio Julio Tognolli, 340 pp., Editora Escrituras,
São Paulo, 2004, <www.escrituras.com.br>;
R$ 14,50
O
livro é oriundo de uma tese de doutorado defendida em
novembro de 2002 na Escola de Comunicações e Artes
da Universidade de São Paulo, sob orientação
do professor-doutor Carlos Marcos Avighi. A obra analisa 10
anos de publicações nacionais e estrangeiras.
E mostra que 98% das reportagens sobre genética dizem
que a resposta final do que somos, e do que poderemos ser ainda,
está nos genes o que o autor interpreta como ideologia.
A
tese básica do livro é que, como a meteorologia
e como a economia, somos sistemas abertos. Portanto é
uma falácia dizer que a resposta final está nos
genes. Claudio Julio Tognolli deduz que nessa febre, em que
gene vira chip e seres humanos viram sistemas fechados como
computadores, o que se prepara é uma resposta final para
fazer todos crerem que o gene é de fato o Santo Graal
da existência humana.
Segundo as pesquisas do autor, isto se trata de uma ideologia
vendida pelas assessorias de imprensa dos grandes laboratórios,
porque em dez anos quem vai dominar o mercado mundial de ações
serão os papéis das empresas de biotecnologia
e de implementos para laboratórios de biotecnologia.
A
falácia genética a ideologia do DNA na
imprensa traz entrevistas com dois dos maiores cientistas dos
EUA, Michael J. Behe e Richard Lewontin, e com os jornalistas
José Marques de Melo, José Neumanne Pinto, Clóvis
Rossi, Rosental Calmon Alves, Leão Serva, João
Batista Natali, Renato Pompeu, Marcelo Leite, Maurício
Tuffani, José Arbex Junior, Ulisses Capozzoli e com o
especialista em bioética, Marco Segre.
O
autor
Claudio
Julio Tognolli é mestre em psicanálise e doutor
em ideologia das ciências pela ECA-USP. É professor
da ECA-USP, do Unifiam-Faam, repórter especial da rádio
Jovem Pan, do site Consultor Jurídico, colaborador deste
Observatorio e da revista Caros Amigos. É ainda diretor
de ensino da Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo (www.abraji.org.br)
e membro do ICIJ (www.icij.org).
Escreveu também A sociedade dos chavões (Escrituras,
2001, prefácio de Alberto Dines), O século do
crime (Boitempo, 1996, prefácio de Caco Barcelos, Prêmio
Jabuti, em co-autoria de José Arbex Jr.), O mundo pós-moderno
(Scipione, 1997, com José Arbex Jr.).
Leia
o prefácio deste livro:
2.Uma
genealogia da falsidade
.....Por
Gildo Magalhães
Fonte:
Observatório da imprensa, 03.02.2004.
Voltar
|