Calendário
Itinerário
da imprensa paulista
O
ciclo de estudos História da Comunicação:
itinerário da mídia em São Paulo
promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico
de São Paulo - IHGSP, em parceria com o Núcleo
Paulista da Rede Alfredo de Carvalho e a Cátedra Unesco/Umesp
de Comunicação, prossegue no próximo dia
22 de março, com a análise do tema Itinerário
da Imprensa.
O
ciclo foi iniciado no dia 8 de março, sob a coordenação
do jornalista e historiador José Marques de Melo, professor
emérito da Universidade de São Paulo e membro
do IHGSP, onde ocupa a cadeira cujo patrono é Alfredo
de Carvalho. A primeira sessão focalizou aspectos da
Historiografia Midiática e a segunda foi dedicada aos
meios de comunicação das classes populares nos
primórdios da imprensa paulista.
O
próximo encontro vai reconstituir a trajetória
da imprensa na terra dos bandeirantes, privilegiando três
casos emblemáticos: o centenário jornal paulistano
Diário de S. Paulo, o também centenário
veículo interiorano Jornal de Piracicaba
e a dinâmica imprensa sindical da Região conhecida
como ABC Paulista.
Os
interessados em participar do debate poderão inscrever-se
na Secretaria do IHGSP Rua Benjamin Constant, 158
7o. andar próximo à Praça da Sé,
no centro da capital paulista. Informações adicionais
podem ser obtidas através do telefone 11
3242-3582 ou emeio:
ihgsp2003@yahoo.com.br
Biografia
de um jornal paulistano
A
história e transformações do Diário
Popular fizeram parte de importantes períodos do país,
marcados por acontecimentos políticos, sociais e econômicos.
O velho Dipo, como era carinhosamente conhecido, foi fundado
em 8 de novembro de 1884, por José Maria Lisboa e Américo
Campos. Em sua exposição, o Professor Laércio
Arruda vai centralizar análise a partir da década
de 30 até setembro de 2001, quando o Diário Popular
saiu de circulação.
Ao
longo de sua existência, o Dipo registrou com ênfase
e precisão importantes fatos jornalísticos, como
por exemplo, a Revolução de 32, a Segunda Guerra
Mundial, o IV Centenário de São Paulo,o Suicido
de Getúlio Vargas, o assassinato de John Kennedy, a chegada
do homem à Lua, o golpe militar em 64, a morte de Tancredo
Neves, etc. Das instalações modestas da rua João
Brícola no centro velho de São Paulo -,
com uma passagem significativa pela rua do Carmo, até
o tradicional prédio da rua Major Quedinho, adquirido
na década de 70, foi uma longa trajetória.
Com
o slogan de o jornal de todas as classes, o Diário
marcou uma significativa performance por duas décadas
de 1930 a 1950 - até ocorrer uma mudança
gráfica em suas páginas principais. De 1960 a
1970, o tradicional veículo paulistano tornou-se conhecido
por suas páginas de classificados publicadas às
quintas-feiras e aos domingos. Embora não competindo
diretamente com a Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo, conseguia
manter um público fiel, oferecendo um noticiário
objetivo e eficiente. Mesmo atravessando algumas adversidades,
o Diário Popular mostrou-se resistente às novas
tecnológicas.
Todavia,
as mudanças forçosamente ocorreriam na década
de 80. O jornal não suportava mais competir em desvantagem,
acima de tudo com a agilidade e o dinamismo dos concorrentes,
cujas edições chegavam cada vez mais cedo às
bancas da Capital e Interior. No final dos anos 80, a família
Lisboa deixava o comando do jornal e uma tradição
de longos anos. A linotipia fazia parte do passado. Em 1990,
já sob o comando de Ari Carvalho e Miranda Jordão,
o velho Dipo vestiu uma roupa nova e foi à
luta. Com um visual gráfico mais arrojado e uma linha
editorial centrada nas classes B,C e D com ênfase
aos noticiários de Esportes, Polícia e Geral -
o Dipo aos poucos foi se transformando em o Rei das Bancas,
atingindo recordes nas vendas em bancas e obtendo um espaço
considerável num mercado até então dividido
com a Folha da Tarde e Notícias Populares.
A
partir da informatização, o Diário Popular
ganhou fôlego e não demorou muito a atender uma
nova exigência de mercado. O velho exemplar em preto e
branco ficou para trás, surgindo uma edição
moderna e em cores No final do século XX, em meio às
novas mudanças gráficas, criatividade em seus
cadernos, o Diário Popular novamente trocava o comando
passando às mãos das Organizações
Globo.
Em
setembro de 2001, o velho Dipo saía de circulação
dando lugar ao novo Diário de S.Paulo. A história
de vida desse jornal centenário foi reconstituída
pelo Professor Laércio Arruda, na dissertação
de mestrado defendida na Faculdade de Jornalismo Cásper
Líbero.
Graduado
em Jornalismo (Fac. Casper Líbero) e Letras (Uni Sant`Anna);,
Laércio Arruda fez pós-graduação:
Tradução de Lingua Inglesa - Especialização
- Lato sensu na Universidade de São Paulo (USP)
e Mestrado em Comunicação e Mercado - Faculdade
Cásper Líbero.
Jornalista
- 29 anos de profissão - ele trabalhou nos seguintes
jornais: Diário
Popular,
Diário do Comércio e Indústria (DCI), Jornal
da Tarde,
Gazeta
Esportiva, Estadão, Metronews, etc e nas revistas: Dirigente
Industrial, Dirigente Construtor, Visão, O Empreiteiro,
Revista Construção Pesada, Revista Energia Elétrica,
Placar, Globo Ciência. Também atuou em Assessorias
de imprensa e na Agência Noticiosa: United Press International
(UPI)
Sua
formação na mídia impressa é centralizada
na área esportiva tendo exercido a função
de repórter esportivo durante 15 anos. Atuou também
como repórter policial (Diário Popular) e nas
editorias de Economia, Política e Geral.
Desde
1998 dedica-se à vida acadêmica. Lecionou na Universidade
Braz Cubas (Mogi das Cruzes) e Universidade de Santo Amaro (Unisa).
Atualmente trabalha na Uni Sant`Anna e Universidade Anhembi
Morumbi. Está desenvolvendo estudos de Doutorado em Comunicação
Social na Universidade Metodista de São Paulo.
Biografia
de um jornal piracicabano
A
história bonita do Jornal de Piracicaba, que completou
cem anos na passagem do século, reflete o passado comum
de numerosos outros jornais interioranos que compõem
desde 1842um dos mais ricos capítulos do jornalismo paulista.
Piracicaba
está ligada às origens da imprensa no Estado,
por intermédio de várias de suas figuras mais
notáveis, como o Barão de Monte Alegre, José
da costa Carvalho, fundador de O Farol Paulistano, e seu redator,
Nicolau Pereira de Campos Vergueiro.
O
jornalismo piracicabano nasceu em 1874 com O Piracicaba, tendo
à frente Brasílio Machado. A partir de 1900 passou
a circular O Jornal de Piracicaba, mantido desde 1939 pela família
Losso. As lutas, as iniciativas e as vicissitudes do matutino
centenário espelham bem a riqueza das contribuições
que os órgãos de imprensa interiorana têm
oferecido ao Estado e ao País.
Quem
vai relatar esse percurso biográfico do centenário
jornal piracicabano é o Prof. Dr. Samuel Pfromm Neto,
membro do IHGSP.
Psicólogo,
pedagogo, jornalista, escritor e editor, formado pela USP (graduação,
mestrado, doutorado), com estudos pós-graduados nos EUA
e na Europa, o Professor Pfromm Neto tem cerca de 50 livros
e mais de meio milhar de artigos, estudos, relatos de pesquisas,
publicados no país e no exterior. Além de atividades
em mídia em geral (jornalismo, rádio, cinema,
tv, computador), dedica-se particularmente à interface
mídia e educação.
Pertence
ao Conselho Administrativo do Jornal de Piracicaba e a várias
entidades culturais e científicas, entre as quais a Academia
Paulista de Psicologia, o Instituto Histórico e Geográfico
de São Paulo, a Academia Cristã de Letras, o Conselho
Técnico da Federação do Comércio
do ESP e a National Society for the Study of Education.
Presidiu a TVE do MEC no Rio. Na Fundação Padre
Anchieta (TV e Rádio Cultura) chefiou a Divisão
de Ensino e pertenceu ao Conselho Curador.
Preside
a PNA Pfromm Netto & Associados, pna@pna.com.br.
Autor de Comunicação de massa (1972), Tecnologia
da educação e comunicação de massa
(1976), Principles of learning and instructional theory (2000),
Telas que ensinam (2001), Piracicaba de outros tempos (2001)
e Pena, escudo e lança, cem anos do Jornal de Piracicaba
(2a ed., 2003).
É
professor aposentado do Instituto de Psicologia da USP. Recebeu
numerosos diplomas, medalhas e honrarias, tendo sido agraciado
em 1975 pela NHK (Japão), em cerimônia presidida
pelo então príncipe Akihito, com os prêmios
Japão de tv e rádio educativos, pelos programas
que produziu na Fundação Padre Anchieta de São
Paulo.
Trajetória
da imprensa sindical no ABC paulista
A
história da imprensa sindical na região do Grande
ABC iniciou-se em setembro de 1963 com o lançamento do
jornal O Metalúrgico, pelo Sindicato dos Trabalhadores
nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e
de Material Elétrico de Santo André, Mauá
e Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Em 1964, o sindicato
sofreu intervenção e jornal deixou de circular
durante 13 anos.
Nesses
últimos 40 anos, o número de sindicatos de empregados
ou patronais, representando várias categorias profissionais,
multiplicaram-se na região e conseqüentemente, e
a imprensa sindical desenvolveu-se em número de títulos,
padrão gráfico e até mesmo com assessoria
especializada. Algum título tem tiragem maior do que
os jornais tradicionais.
O
jornal de sindicato com maior tiragem é a Tribuna Metalúrgica
do Sindicato do Metalúrgico de São Bernardo do
Campo e Diadema, que é impressa em gráfica própria.
A sua trajetória confunde-se com a história do
movimento sindical iniciado na região, em 1979, revelou
várias lideranças, entre elas, o atual presidente
da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ex-diretor
responsável do jornal. Em contrapartida, os sindicatos
patronais, não deixaram por menos, investiram em revistas,
de boa qualidade editorial e gráfica, como a revista
Registro, do Sindicato das Indústrias Gráficas
do Grande ABC e Baixada Santista.
Quem
vem se dedicando a preservar a memória dessa imprensa
e construir a sua historio é o Prof. Dr. Valdenizio Petrolli,
que participa do ciclo sobre História da Comunicação
promovido pelo IHGSP.
Ele
é Jornalista, Advogado. Mestre em Metodologia da Comunicação
com a dissertação A História da Imprensa
no ABC Paulista e Doutor em Teoria e Ensino da Comunicação
com a tese Diário do Grande ABC: a construção
de um jornal regional.
Sócio
da Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplionares
da Comunicação e IAMCR - International Association
for Media and Communication Research.; Petrolli é também
membro do Gipem - Grupo Independente de Pesquisadortes da memória
do Grande ABC, Conselheiro da Fundação Pró-Memória
de São Caetano do Sul e Conselho Municipal de Defesa
do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico
e Paisagístico de Santo André; além de
Diretor de Comunicação da Federação
Nacional dos Advogados e Tesoureiro da Abrajof - Associação
Brasileira de Jornalistas Filatélicos.
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