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ARTIGOS
Jornalismo online
Mediamorfose x Fim do Gatekeeper

Por Ana Paula da Rosa*

Resumo

A Internet modificou a comunicação no mundo, derrubou fronteiras, reforçou aspectos da globalização e permitiu a integração das mídias (som, imagem e texto) em um único suporte. Desta forma, modificou as relações interpessoais e transformou sobremaneira o jornalismo. Nesse sentido, este trabalho tem a intenção de traçar um paralelo entre a teoria do newsmaking, com ênfase no aspecto do gatekeeping, e o atual processo de construção das notícias para a Internet, a partir do estudo de dois websites jornalísticos.

Uma vez que na web o próprio usuário pode escolher o seu caminho de leitura da informação, o chamado hipertexto, uma pergunta se torna crucial: o jornalista terá perdido a função de "guardião da informação" ou seu papel de "filtro" torna-se ainda mais essencial para evitar a desinformação pelo excesso?

Palavras-chave: Gatekeeping / Newsmaking / Jornalismo On-line / Rotinas Produtivas

Jornalismo Online: a mediamorfose em curso [1]

A Internet pode ser considerada a face mais visível da globalização, visto que informações de todos os lugares do mundo e sobre os mais variados assuntos estão disponíveis na rede. Manuel Castells (2000) afirma que a rede Internet é a espinha dorsal desta comunicação global mediada por computadores.

Desde a década de 90 o número de usuários da Internet só vem crescendo, se em 1995 eram cerca de 25 milhões de usuários, os últimos dados do Ibope dão conta de que este número já ultrapasse os 40 milhões. Só no Brasil são 11,55 milhões de usuários, que acessam a rede por um tempo médio de 16h54min.

Essa expansão da rede, inevitavelmente, afetou a toda a estrutura social, pois, tornou-se um substituto da comunicação sem mediadores e fez com que as relações se dessem mais na distância do que presencialmente. Na verdade, a presença deixou de ser um critério relevante, assim como as fronteiras territoriais e culturais deixaram de sê-lo.

Segundo Castells, a tecnologia digital permitiu a compactação de todos os tipos de mensagens, inclusive as que reúnem sons e imagens, e tudo isso sem que seja necessário um centro de controle.

A universalidade da linguagem digital e a lógica pura do sistema de comunicação em rede criaram as condições tecnológicas para a comunicação horizontal global. Ademais, a arquitetura dessa tecnologia de rede é tal, que sua censura ou controle se tornam muito difíceis. O único modo de controlar a rede é não fazer parte dela, e esse é um preço alto a ser pago por qualquer instituição ou organização, já que a rede se torna abrangente e leva todos os tipos de informação para o mundo inteiro (CASTELLS, 2000, p. 375-376)

No entanto, não há como não fazer parte da rede mundial de computadores, pois corre-se o risco de ficar alheio ao processo de evolução tecnológica, já que desde a produção de alimentos até atividades de entretenimento passam, em algum momento, pela Internet.

A comunicação neste sentido está intrinsecamente ligada à Internet, visto que é um canal de informação. Neil Postman (1994) definiu a era da Internet como um tecnopólio [2] e ao contrário de Castells considerava a informação digital uma ameaça para os homens.

"O computador define nossa era ao sugerir uma nova relação com a informação, com o trabalho, com o poder e com a própria natureza. A melhor maneira de descrever esta relação é dizendo que o computador redefine os humanos como"processadores de informação" e a própria natureza como informação processada. Resumindo, a mensagem metafórica fundamental do computador é que nós somos máquinas - máquinas pensantes, é bem verdade, mas mesmo assim máquinas. (POSTMAN, 1994, p. 117)

Neste aspecto, o jornalismo não poderia deixar de estar presente na Internet, não poderia ficar à margem, uma vez que os meios de comunicação possuem um papel essencial na sociedade, independentemente se bem desempenhado ou não, de organizar e de pautar os pensamentos, de sincronização. E se a Internet provocou amplas transformações culturais, seus efeitos no jornalismo foram e ainda o são muito grandes, até porque ainda se está tateando caminhos.

Na história dos meios de comunicação os avanços tecnológicos sempre serviram como uma mola propulsora para o seu desenvolvimento, da prensa de Gutemberg ao transistor, da fotografia instantânea à imagem "ao vivo" na televisão, no entanto o aparecimento da Internet afetou, diretamente, as formas de produção do jornalismo.

Essas mudanças se deram, principalmente, em dois níveis: nas rotinas de produção, no "manuseio" da informação e, em segundo lugar, nas possibilidades de difusão das informações, pois com um novo suporte as exigências em termos de formatos passaram a ser outras, porque os próprios consumidores destas informações se modificaram. Jorge Pedro Souza [3] afirma que o "jornalismo on-line não exterminou o jornalismo noutros media, mas modificou-o, obrigando-o a uma adaptação constante, num processo que Roger Fidler denomina mediamorfose".

A mediamorfose se dá, em grande parte, pelo fato da Internet possibilitar a convergência das mídias, ou seja, permitir que os textos se somem às imagens e aos sons, se integrem, exigindo cada vez mais habilidades por parte de quem produz e abastece este meio com informações.

Os jornais foram os primeiros a migrar para a rede mundial de computadores e continuam fazendo sucesso, talvez porque o texto seja ainda mais procurado na rede do que as imagens e as músicas, itens indispensáveis para rádios e televisões. Em princípio, os jornais que disponibilizaram conteúdos para a Internet eram apenas cópias dos jornais impressos, hoje esta realidade começa a ser modificada, mas os produtos desenvolvidos especialmente para a web ainda são muito poucos.

Na maioria dos casos, embora se utilizem imagens, um design elaborado e a possibilidade da interatividade, se faz ainda uma mera transposição dos textos publicados nos jornais impressos para o online. Um dos avanços obtidos é a utilização de hiperlinks sobre os assuntos noticiados, ou seja, há um banco de dados à disposição do usuário o que altera a linearidade da leitura. No jornalismo online é possível que um caminho diferente seja criado de um leitor para outro, de acordo com seus interesses.

Porém, de todos os avanços referentes ao jornalismo na rede o maior talvez seja a capacidade de estar em constante atualização. Alguns sites modificam suas matérias principais a cada 30 minutos, outros chegam a 5 minutos e os blogs informativos podem ser atualizados a cada minuto.

De certa forma é esta permanente atualização das informações que se torna perigosa, já que toda notícia é uma construção. Mediante este quadro, qual é o papel do jornalista na Internet? Ele ainda é uma peça fundamental para a difusão da informação ou se tornou obsoleto como as velhas máquinas de escrever? O jornalista ainda possui as chaves dos portões que permitem o acesso ou não às informações?

Este artigo tenta encontrar tais respostas, focalizando a discussão na teoria do newsmaking e do gatekeeping.

Da teoria do espelho às chaves dos portões

Em se tratando da Internet, um suporte de difusão recente, como saber utilizar o potencial do jornalismo online? A Internet já é suficientemente antiga para ter uma história repleta de dados sobre a criação de equipamentos ou linguagens que permitem seu funcionamento, no caso o HTML.

Contudo, ainda é recente demais para que alguém esteja
disposto a arriscar dizer o que deve ser feito. Isto significa que não há uma fórmula pronta, acabada, de como devem ser as notícias disponibilizadas na rede. Os manuais de redação traçam alguns indícios, mas não servem, nem de longe, como um guia a ser seguido à risca.

Portanto, para entender por que as notícias são do jeito que são é preciso entender primeiro como as notícias são feitas, fabricadas, e isso independente de como estejam sendo disponibilizadas. A hipótese mais antiga para a resposta deste conflito é de que as notícias são assim porque a realidade assim as determina. Segundo a teoria do espelho, as notícias apenas refletem o mundo a sua volta, pois os jornalistas são seres neutros, meros observadores e relatadores dos fatos.

Nas palavras de Nelson Traquina (1993) sobre esta teoria, os jornalistas "limitam-se a recolher a informação e a relatar os factos, porque, enfim, os jornalistas são simples mediadores que reproduzem o acontecimento na notícia" (p. 133). Tal concepção é logo contestada, já que o trabalho de mediar uma informação não é por si só algo simples. Além disso, nem com todos os aparatos tecnológicos ou todas as técnicas de narrativa é possível "reproduzir", fielmente, um acontecimento, pois este mesmo acontecimento ao ser transformado em notícia, em um texto (entendido aqui como um todo de sentido) passa a ser representado.

A representação nunca contempla a realidade, é sempre com base em um referente que, no entanto, nunca pode ser retido, reproduzido. Para legitimar o poder dos jornalistas, em não raras vezes, esta noção de espelho, de retrato fiel, de reflexo da sociedade foi empregada e, especificamente, no Brasil a imprensa é vista pela população como uma espécie de "inquiridor", de "testemunha ocular" e de "portadora da verdade absoluta". Isto é comprovado quando, por exemplo, os fatos divulgados passam a ser aceitos como inquestionáveis, mesmo que estejam errados.

Outro exemplo que pode ser citado é no que se refere à pobreza, quando ela é mediada tal como é na "realidade", transformada em notícia, passa a ser uma preocupação, porém inúmeras vezes a favela está ao lado de quem lê, escuta, assiste ou acessa tal informação e mesmo assim a miséria lhe é indiferente.

Em contraposição à teoria do espelho surgiu a idéia do gatekeeping, que consiste em um processo de seleção pelo qual as mensagens passam antes de serem encaminhadas para seus destinatários. O termo gatekeeper refere-se à pessoa que toma as decisões e foi criado pelo psicólogo Kurt Lewin, apresentado pela primeira vez em um artigo publicado em 1947 que versava sobre o momento da escolha na hora de adquirir alimentos. David Manning White (White In Traquina, 1993) foi o primeiro a traçar relações com a área de comunicação.

O Dr. Lewin salientou que a passagem de uma notícia por determinados canais de comunicação estava dependente do facto de certas áreas dentro dos canais funcionarem como gates. Levando a analogia ainda mais longe, Lewin afirmou que certos sectores dos gates são regidos por regras imparciais ou por um grupo "no poder" tomar a decisão de "deixar entrar" ou de "rejeitar". Compreender o funcionamento do gate, ainda segundo Lewin, seria equivalente a compreender os factores que determinam as decisões dos gatekeepers, e sugeriu ainda que a primeira tarefa de diagnóstico é a descoberta dos verdadeiros gatekeepers" (WHITE in TRAQUINA, 1993, p. 142)

Pensando em identificar os verdadeiros "guardiões dos portões" da informação, White fez um longo estudo a respeito da forma como um editor define o que irá para o jornal no dia seguinte e o que será, simplesmente, excluído. A conclusão de White foi a de que os critérios subjetivos é que definiram os assuntos pertinentes, tendo como base o conhecimento de mundo, o nível cultural e as próprias experiências do editor.

Ao ser inquirido sobre o tipo de leitor típico, o próprio editor que participou do estudo de White disse que "todos têm direito a notícias que lhes agradem ("estórias" que impliquem meditação e actividade) e que os informem do que se passa no mundo" (p. 151), deixando transparecer que tem a ilusão de que sabe o que o público deseja. Aliás, o jornalista por ser também um representante da população acaba por assumir, inúmeras vezes, esta postura de conhecedor pleno dos interesses da sociedade.

Depois do estudo de White outros pesquisadores se dedicaram às questões do gatekeeping, sendo que Maxwell McCombs e Bernard Shaw passaram a dar ênfase na questão da formação da agenda dos meios de comunicação e, por conseqüência, dos cidadãos. O agenda setting seria uma hipótese em que os meios, por aquilo que é selecionado e publicado, em detrimento de outras questões e aspectos, definem sobre o quê vale a pena pensar.

Já Hirsch acreditava que a questão principal dos critérios de seleção das informações residia nas normas profissionais e não nas razões subjetivas.

Neste sentido, Warren Breed (BREED in TRAQUINA, 1993) se debruçou sobre o aspecto da rotina produtiva e organizacional da "construção das notícias", defendendo que os interesses das empresas de comunicação interferem, diretamente, no processo de definição do que será veiculado.

A política do publisher, quando estabelecida numa dada área temática, é geralmente seguida, e que a descrição da dinâmica situação sócio-cultural da redacção sugerirá para este conformismo. A fonte de recompensas do jornalista não se localiza entre os leitores, que são manifestadamente seus clientes, mas entre seus colegas e superiores. Em vez de aderir a ideais sociais e profissionais, ele redefine os seus valores até o nível mais pragmático do grupo redactorial. Ele ganha, desse modo, não só valores até ao nível do estatuto mas também a aceitação num grupo solidário empenhado num trabalho interessante, variado e, por vezes, importante. Assim, os padrões culturais da sala de redação produzem resultados insuficientes para as mais vastas necessidades democráticas. Qualquer mudança importante tendente a uma "imprensa mais livre e responsável" devem provir de várias possíveis pressões sobre o publisher, que incorpora o papel decisório e coordenador" (BREED in TRAQUINA, 1993, p. 166)

Com base nas questões levantadas por Breed, de que as forças sociais influenciam a produção da notícia, foi verificado que a cultura profissional do jornalista e as suas práticas de rotina também afetam o produto final, o que foi denominado de teoria construcionista. Tanto o debate a cerca da questão organizacional como sobre as rotinas diárias de trabalho fazem parte do que se chama de newsmaking, numa tradução bem simples da forma de fazer o jornalismo.

Nelson Traquina (1993) ressalta que "é o acontecimento que cria a notícia, mas que ao mesmo tempo a notícia cria o acontecimento" (p. 135). Assim, este fato não pode ser "relatado", como supõe a teoria do espelho, sem que aspectos do processo de produção interfiram.

Enfim, as notícias são construções que refletem não o fato puro em si, mas situações organizacionais, não apenas relacionadas à empresa como também às instituições sociais e à própria rotina do repórter, que precisa conviver com a pressão do tempo e com a multiplicidade de assuntos que ele tem de estar apto para abordar em um único dia. No jornalismo online esta questão do tempo se torna ainda mais preponderante.

Do criador aos valores da notícia

A hipótese do newsmaking dá ênfase à produção das informações, ou seja, à potencial transformação dos acontecimentos diários em notícia. Porém, o enfoque não está no receptor desta informação, mas sim no emissor, no profissional, e em todas as etapas de produção da notícia, desde a captação até a sua distribuição. Para Antônio Hohlfeldt (2001) as notícias são o que os jornalistas definem.

O acontecimento se transforma em notícia quando, trabalhado pelo órgão de informação, entra na agenda do público receptor. A noticiabilidade de um fato pode então ser analisada segundo sua possibilidade de integrar-se ou não ao fluxo normal e rotineiro da produção de informação. Noticiar é um processo organizado que implica uma perspectiva prática dos acontecimentos, uma série produtiva que vai da pragmaticidade à factibilidade, num processo múltiplo de descontextualização e recontextualização de cada fato, enquanto narrativa jornalística. A noticiabilidade está regrada por valores-notícia, conjunto de elementos e princípios através dos quais os acontecimentos são avaliados pelos meios de comunicação e seus profissionais em sua potencialidade de produção de resultados e novos eventos, se transformados em notícia (HOHLFELDT, 2001, p. 208)

Os valores de noticiabilidade, no entanto, só podem ser observados depois que um acontecimento se converteu em notícia, quando os valores que influíram na seleção de tal informação podem ser identificados. A noticiabilidade nada mais é do que um conjunto de normas que justifica os procedimentos operacionais e editoriais adotados pelos meios de comunicação.

Estes critérios podem ser praticamente infinitos, mas conforme Mauro Wolf (1995), reforçado por Antônio Hohlfeld (2001), é possível afirmar que os valores-notícia derivam de cinco grandes categorias:

a) características substantivas (conteúdo);

b) critérios relativos ao produto (atualidade e acessibilidade);

c) ao meio de informação (quantidade de tempo destinado);

d) ao público (a imagem que se faz dos receptores) e, por fim,

e) à concorrência ( à pauta do concorrente).

Para Wolf os critérios de noticiabilidade são variáveis e alguns acontecimentos que há anos não mereceriam destaque, hoje ocupam grande parte dos jornais.

Os valores-notícias mudam no tempo e, embora revelem uma forte homogeneidade no interior da cultura profissional - para lá de divisões ideológicas, de geração, de meio de expressão, etc. -, não permanecem sempre os mesmos. Isso manifesta-se claramente na especialização temática que, num determinado período histórico, os meios de informação conferem a si próprios. Assuntos que, há alguns anos, simplesmente "não existiam", constituem atualmente, de uma forma geral, notícia, demonstrando a extensão gradual do número e do tipo de temas considerados noticiáveis. (WOLF, 1995, p. 198)

Enfim, a respeito dos valores-notícia e da produção da informação como um todo pode-se afirmar, com base em Hohlfeldt que são necessárias quatro etapas:

1) captação de informações em fontes variadas (agências, prefeituras, comunidade);

2) seleção das informações, espécie de filtragem;

3) apresentação e edição (construção da narrativa e da notícia);

4) distribuição (levando em contra critérios como espaço, tempo e suporte).

Entretanto, o aspecto que mais tem sofrido modificações em função da Internet entre estas quatro fases para o estudo do gatekeeping, ou seja do fazedor da notícia, é a de captação dos dados. Logo no surgimento do jornalismo a tarefa do repórter era "caçar" a informação, raramente ele era visto na redação.

Atualmente, a informação chega à mesa do repórter, sem que ele precise sequer deixar o computador, a sua principal tarefa é selecionar entre aquilo que lhe chega nas mãos o que deve ou não ser publicado.

É claro que a reportagem de rua não sumiu completamente, mas em se tratando do jornalismo online, que lida com a ilusão do "tempo real", do "instante", o trabalho de seleção e "confecção" da notícia é muito mais ágil e muitas vezes se privilegia a instantaneidade em detrimento da informação verificada, aprofundada. Neste sentido, Ignácio Ramonet (1999) afirma que o valor decisivo de uma notícia na atualidade é a velocidade.

Hoje, principalmente, trata-se da rapidez com a qual esta informação é difundida. Ora, a "boa" rapidez, agora, é a instantaneidade que, é claro, para qualidade da informação, é um critério perigoso. Entretanto, etimologicamente, o termo "jornalista" significa exatamente "analista de um dia". Supõe portanto que analisa o que se passou no próprio dia, ainda que deverá ser muito rápido para conseguí-lo! Mas hoje, com a transmissão direta, e em tempo real, é o instante que é preciso analisar. Portanto, um jornalista deveria chamar-se um "instantaneísta", ou um "imediatista". (...) O sistema informacional começa a considerar, pouco a pouco, que há valores importantes (instantaneidade, massificação) e valores menos importantes, isto é, menos rentáveis (critérios da verdade). (RAMONET, 1999, p. 74)

No entanto, mais do que os valores-notícia os hábitos dos profissionais da mídia, as rotinas reproduzidas, cotidianamente, influenciam na seleção das informações. Para Barros Filho & Martino (2003) a prática jornalística está diretamente ligada a uma série de regras e padrões que interferem na ação de escrever e de publicar uma notícia. O que se faz numa redação é reproduzir hábitos, a maioria deles enraizados, interiorizados pelos profissionais e que muitas vezes acabam funcionando como uma espécie de censura ou limitação da própria atividade.

Pierre Bordieu (Bordieu in Barros Filho & Martino: 2003) define as rotinas jornalísticas como habitus que é um princípio gerador e regulador das práticas cotidianas que resulta em reações, aparentemente, espontâneas. Éuma espécie de acordo tácito. "Uma determinada prática social é produzida a partir da relação entre a estrutura objetiva definidora das condições sociais de produção do habitus e as condições nas quais ele pode operar, ou seja, na conjuntura em que está inserido" (p. 115-116).

Com o advento da Internet e o jornalismo online o habitus dos jornalistas passou por algumas adequações ao novo suporte. Não que as rotinas tenham se modificado por completo, mas as preocupações com a objetividade e os textos concisos aumentaram. Além disso, a pressão do tempo que nas redações dos jornais impressos já é grande, se tornou ainda mais imperiosa e a busca da instantaneidade se incorporou ao habitus. Conforme Jorge Pedro Sousa (2000)

As rotinas, até porque muitas vezes diferem de organização para organização, são freqüentemente corrigidas, mas, na minha opinião, são também o elemento mais visível que permite mostrar que a maior parte do trabalho jornalístico não decorre de uma pretensa capacidade intuitiva para a notícia e nem de um hipotético "faro" jornalístico, mas de procedimentos rotineiros, convencionais e mais ou menos estandartizados de fabrico da informação de actualidade. (...) A divisão do trabalho surge, assim, como uma forma de assegurar que o fabrico do produto se realize, bastando, para tal, assegurar o fornecimento regular da matéria-prima, que, no caso do jornalismo, é, principalmente, matéria-prima informativa, isto é, seu referente discursivo, o acontecimento em bruto. (SOUSA, 2000, p. 54)

Jornalista de web: fundamental ou dispensável?

A notícia passou a ser chamada de informação, a edição de hoje, é a de agora. A notícia longa e sem fotos se transformou em uma informação curta, com verbos na voz ativa, com sons e imagens e com títulos sedutores. O papel jornal cedeu lugar para a tela do computador, que pode ser acessado em qualquer lugar e a qualquer hora.

Enfim, o jornalismo mudou. A constatação talvez possa parecer óbvia demais, porém se o jornalismo mudou com a Internet quanto não terá mudado o jornalista? Atualmente, a rede mundial de computadores desempenha um duplo papel, é ao mesmo tempo fonte e veículo de comunicação, sendo que esta múltipla capacidade exige dos jornalistas uma ampla consciência de seu trabalho para evitar que o excesso de dados não se transforme em um ruído na comunicação, ainda mais que na rede o modelo de difusão não é apenas de um-para-todos, mas também de todos-para-todos.

Não obstante, há um novo desenho das redações e os profissionais possuem novas atribuições. Os jornalistas tendem a ser autônomos e a ser considerados como produtores de conteúdos multimídia. Além disso, as rotinas produtivas foram alteradas em função dos critérios utilizados para "construir" a informação na web. Zélia Leal Adghirni [4] afirma que há uma tendência mundial em "enxugar" as redações e criar equipes novas para o jornalismo online, sendo que praticamente não há ligação entre uma redação e outra. "As rotinas produtivas do jornalismo online são semelhantes no que se refere à coleta de informações.

O que muda fundamentalmente é a distribuição das notícias, porque a palavra de ordem é TR" [5]. Se a palavra de ordem é tempo real, é a instantaneidade, o webjornalista precisa manter-se constantemente conectado ao jornal e à rede, trabalhando assim com muitos horários de fechamento. Segundo Adghirni a "notícia é constantemente renovada, no mesmo ritmo das agências. A informação cresce palavra por palavra, linha por linha, na medida em que os acontecimentos se produzem".

Neste sentido, ao que tudo indica a maior diferença entre um jornalista da mídia impressa, por exemplo, e um webjornalista é a rotina produtiva.

O processo de "fabricação" da notícia continua ocorrendo, mas e a função de gatekeeper continua existindo? Na rede mundial de computadores as informações estão disponíveis constantemente, no entanto é preciso ter critérios para identificar a informação relevante entre tantos dados ofertados.

Contudo, essa seleção se torna bastante difícil em função, exatamente, do excesso de dados e da abundância das fontes, o que demanda do jornalista uma maior cautela na hora de definir quais serão as fontes ouvidas, com vistas a evitar erros e a perda da credibilidade do próprio veículo de comunicação na web. Para Jorge Pedro Sousa, a opção para realizar um jornalismo eficaz na Internet é respeitar os valores e "regras" éticas utilizadas no jornalismo tradicional.

A resolução deste impasse poderá residir nas ferramentas habituais do jornalismo: a contrastação de fontes, a rede de facticidade discursiva, a inquirição sobre quando a informação disponível foi elaborada e disponibilizada. Mesmo assim, corre-se o risco de se acentuar o recurso às fontes de rotina, devido à falta de tempo para se avaliarem todas as fontes e informações disponíveis, mas relativamente desconhecidas do jornalista, que serão cada vez mais. A abundância de fontes e de informação é um dos factores que incentivará o processo de especialização jornalística. Só um jornalista crescentemente especializado e capaz de fazer análise e associar ideias e informações poderá mover-se num cenário de super-abundância de recursos informativos. (SOUSA, texto publicado no site http://www.bocc.ubi.pt )

O jornalista, ao que tudo indica, diante do ciberespaço e das informações disponíveis na rede tem uma tarefa árdua a realizar, pois o seu caráter de "filtro" da informação continua valendo, talvez até mais. Na web a necessidade de oferecer a informação mais importante e de forma ágil faz com que o jornalista seja imprescindível, já que o leitor-internauta dificilmente buscará um jornal online se não tiver a notícia que deseja ao alcance de alguns poucos cliques.

Além disso, se o jornalista está, gradativamente, se transformando em um fornecedor de conteúdo ele precisa ter condições de oferecer informações aproveitando todos os recursos que a rede proporciona.

Entretanto, conhecer apenas a linguagem da Internet, as técnicas do multimídia, não adianta, o profissional do jornalismo online terá de reunir todas as "competências" ou habilidades dos jornalistas da mídia impressa, do rádio e da televisão.

Ele terá de respeitar os mesmo valores como proporcionar o contraponto, verificar e rever os dados escritos, certificar-se de que aquilo que é postado no site tem credibilidade de fontes e de que o texto está bem construído em relação à língua portuguesa. O texto dos jornais online só deve ser publicado depois de editado, o que já configura uma função do gatekeeper.

Para Inês Aroso [6], o jornalismo está sendo reinventado na web. A pesquisadora cita Jim Hall que, ao contrário do dito anteriormente, acredita que a função de gatekeeper se extinguiu com o advento da Internet, uma vez que as fontes primárias estão acessíveis às audiências, ou seja, aos usuários da rede, sendo que os próprios leitores-internautas se transformaram em contadores de histórias, antes papel exclusivo do jornalismo.

A maioria dos pesquisadores, porém, ainda defende a função de gatekeeper do jornalista, visto que a tarefa é selecionar, escolher dentro de toda a gama de dados disponíveis aquilo que parece ser o mais importante. Na verdade, o que se descortina diante dos olhos é uma reconquista da função do gatekeeper, ou melhor, um reforço desta idéia, pois o jornalista poderá ter as chaves que guardam as informações credíveis e úteis.

Para Inês Aroso "com o jornalismo online ocorre uma revalorização da mediação do jornalista. Saber explicar e dar uma interpretação dos acontecimentos será algo cada vez mais valorizado".

Independentemente da polêmica, é certo que os jornais digitais concorrem com os sites que disponibilizam a informação "diretamente da fonte", porque há uma liberdade de conteúdos na rede. Muitas informações são disponibilizadas primeiros em sites de partidos, em blogs pessoais e só depois passam a constar nas páginas e sites dos jornais.

Se por um lado o jornalismo não está pronto para essa liberdade de conteúdo, por outro os anos têm mostrado que os usuários da web também não estão, já que ainda se necessita de uma informação organizada. Conforme Jorge Pedro Sousa

No dia a dia as pessoas continuam a preferir e eu diria até a necessitar da informação seleccionada, avaliada, hierarquizada, organizada e muitas vezes com uma mais valia de análise e de opinião que lhes é oferecida pelos jornalistas e pelos meios jornalísticos. Por isso, a concorrência entre provedores de informação na Internet contribui para modificar o jornalismo, mas também é a sua garantia de sobrevivência e de crescente qualidade. (SOUSA, texto publicado no site http://www.bocc.ubi.pt)

Dois jornais, mesmas notícias

Embora se discuta muito a manutenção ou o desaparecimento da função de gatekeeper com a difusão das novas tecnologias, nada melhor que verificar na prática o que os jornais online estão publicando e como as notícias estão sendo construídas. Tendo como base os jornais Globo Online e Folha de S.Paulo Online é possível identificar muitas semelhanças entre os textos e na escolha dos assuntos pertinentes.

Os dois jornais foram analisados no dia 13 de agosto, por volta das 19h30min, sendo que a matéria de capa nos dois veículos era a mesma, ou seja, a morte do deputado Miguel Arraes. Até mesmo os títulos são quase iguais, como exemplificado abaixo:


Fig. 1 Folha de S.Paulo: "Miguel Arraes morre aos 88 anos em Recife".



Fig. 2 Globo Online: "Miguel Arraes morre em Pernambuco".

Na capa dos sites foram feitos pequenos leads com as informações mais importantes sobre a morte do político, seguindo o esquema da pirâmide invertida [7]. Além dos dados da doença que vitimou Miguel Arraes, o local do velório e do enterro, ambos os sites deram a notícia de que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, iria participar do enterro do político do PSB em Pernambuco. A Folha divulgou uma matéria ampla, sem citações e baseada em informações do assessor de imprensa do PSB.

O texto foi construído com verbos na voz ativa, mas sem explorar os recursos multimídia, apenas com uma foto boneco do político. Abaixo do texto, foram disponibilizados diversos hiperlinks [8] para outras páginas da web em que Miguel Arraes foi o personagem principal como, por exemplo, as frases famosas do ex-governador. O jornal O Globo também disponibilizou uma matéria contando a história do líder do PSB e detalhes sobre sua morte, sendo que muitos dados eram exatamente iguais aos divulgados pela Folha.

Em contrapartida, O Globo valorizou os recursos da rede oferecendo aos usuários um banco de imagens históricas do político em diversos momentos de sua vida pública, além de links com informações já publicadas e uma biografia do ex-governador e líder da esquerda brasileira. Na página abaixo é possível verificar as semelhanças, inclusive de disposição espacial, entre os dois jornais disponíveis na rede.

Paralelamente à informação da morte de Miguel Arraes, a crise política no Brasil também obteve destaque. Tanto na Folha de S.Paulo Online como no Globo Online foi noticiado que a Polícia Federal pediu ajuda ao FBI e à Interpol para obter informações sobre contas de Marcos Valério no exterior. O texto de ambos os jornais é bastante parecido, longo, com uma média de 10 parágrafos. Outro assunto presente na pauta dos dois jornais foi a morte do ator global Francisco Milani com praticamente as mesmas informações.

Ainda tiveram destaque notícias relacionadas ao futebol com ênfase no Campeonato Brasileiro e nos resultados dos jogos de sábado. No espaço "Plantão" de O Globo e "Em cima da hora" da Folha a mesma notícia de que o time de Ronaldinho Gaúcho, o Barcelona, venceu por 3x0 o Betis foi postada tão logo a partida terminou na Espanha. Estes aspectos demonstram que o jornalismo digital continua fortemente baseado nas práticas do jornalismo convencional.

Os recursos da Internet são pouco explorados no sentido de ampliar a cobertura e oferecê-la de forma completa, sendo que o texto continua como o ponto principal. No que diz respeito à matéria jornalística, no entanto, as informações parecem ser menos aprofundadas, baseadas em apenas uma fonte, muitas vezes assessorias de comunicação, o que mostra uma preocupação ampla com a instantaneidade e o fator tempo, em alguns casos em detrimento da notícia verticalizada.

A padronização dos textos e assuntos corrobora com a hipótese de que o jornalista continua desempenhando a função de gatekeeper, visto que os "acontecimentos" selecionados e os valores-notícia empregados por veículos diferentes foram, praticamente, iguais. No caso da morte de Miguel Arraes até mesmo a disposição topológica no site foi parecida.

Comparando as informações publicadas nos dois jornais com as notícias disponibilizadas pela Agência Estado percebe-se uma forte dependência do material disponível na própria rede, tanto que o resultado do jogo do Barcelona foi postado tão logo a partida encerrou e sobre o mesmo aspecto, tal qual foi divulgada na Agência Estado.

Mediante esta breve análise é possível identificar que os jornalistas continuam filtrando a informação, pois com certeza durante o dia 13 de agosto outros assuntos poderiam ocupar a página principal dos sites noticiosos e foram desprezados. Um dos critérios de noticiabilidade mais utilizado na edição analisada é o fator concorrência, uma vez que ambos os jornais trabalharam as mesmas informações, sobre o mesmo prisma, até mesmo em função de outro valor-notícia que é a acessibilidade.

Os usuários da rede, que acessaram os sites dos jornais entre 19h30min e 20h tiveram a chance de obter informações que os veículos consideraram importantes e selecionaram para serem lidas, ou seja, o leitor-internauta pôde escolher dentre aquilo que lhe foi oferecido para escolher, mesmo que muitos outros dados estivessem disponíveis na Internet.

Considerações Finais

É consenso que a Internet aproximou os países, as culturas e as pessoas, no entanto esta é uma aproximação que se dá à distância, somente por meio do computador. É consenso também que o jornalismo está passando por mudanças em função do advento da rede mundial de computadores, pois há um excesso de informação disponível, o que exige cada vez mais habilidade para encontrar dentre estes dados em abundância aqueles que realmente importam.

Neste sentido, a função de gatekeeper, de "filtro", desempenhada historicamente pelos jornalistas, parece estar sendo revitalizada. Ao contrário do que alguns pesquisadores supõem de que os usuários da Internet terão autonomia suficiente para encontrar os dados que precisam, essa tarefa de pautar os temas relevantes parece estar ainda mais ligada à figura do jornalista, visto que os acontecimentos são definidos e surgem a partir dos recortes e das construções dos profissionais da mídia.

É claro que as informações estão disponíveis na rede, ao alcance de qualquer pessoa, porém mesmo com as ferramentas de busca por assuntos ainda são localizadas centenas de páginas com informações pouco relevantes, sendo que o webjornalista desempenha, exatamente, esta função de mediação entre o leitor-internauta e o acontecimento. Em não raras vezes, o jornalista é visto como um fornecedor de conteúdo, mas para que este processo aconteça, primeiro ele tenta encontrar o que vale a pena ser lido, o que é pertinente, agindo como um selecionador, como um guardião dos portões da notícia.

Mesmo que a leitura na Internet não seja linear e permita ao usuário traçar o seu próprio caminho, os jornais digitais proporcionam diretrizes, oferecem links com páginas para aprofundar as informações, continuam assim pautando e sincronizando a sociedade ao padronizar os assuntos.

Um exemplo claro são os jornais Folha de S.Paulo Online e O Globo Online que trouxeram no dia 13 de agosto as mesmas notícias, sob os mesmo enfoques. Já se sabe que a teoria do espelho, de que o jornalismo reflete a realidade tal como ela é, não passa de uma ilusão, no entanto a hipótese do gatekeeper é reforçada na Internet. O webjornalista ou ciberjornalista precisa estar mais preocupado com seu leitor, pois na rede o usuário está mais presente na notícia, principalmente com a possibilidade de interação que a Internet oferece.

Contudo, a interatividade não extingue a função do jornalista, cria na verdade um elo entre o usuário e o repórter, uma vez que a informação pode ser melhorada, ampliada com a ajuda do leitor. A Internet possibilita o jornalismo público, ou seja, aquele em que há a participação efetiva da sociedade, mas ainda é uma prática pouco empregada, porque os espaços disponíveis para a interação são ainda muito restritos como enquetes e comentários, que na verdade proporcionam uma pseudo-participação, já que os usuários escolhem dentre o que há para ser escolhido.

Existem sites jornalísticos que trabalham apenas com os recursos do "control C, control V", colando dados da própria rede, sem verificar as informações. A pressão do tempo real faz com que isto aconteça em detrimento da informação qualificada, transformando o jornalista em instantaneísta como defende Ignácio Ramonet.

Porém, cabe aos próprios veículos de comunicação e jornalistas, que estão passando pela mediamorfose, valorizar o trabalho de captação da informação e de construção da notícia, uma vez que os princípios éticos e morais não podem ser modificados apenas em função de um novo suporte. O jornalista na web será a cada dia mais responsável por hierarquizar os fatos, atribuindo-lhes diversas e aprofundadas interpretações para evitar que o excesso de dados resulte na desinformação.

Enfim, o jornalismo digital e a figura do jornalista não vão desaparecer, exceto se o próprio jornalista permitir, mas isto só o tempo poderá mostrar.

Notas

[1] Texto apresentado no IntercomSul 2006 no GT 04 de Jornalismo. Foi publicado também na Revista Digital Comunicação e Estratégia em janeiro deste ano.

[2] O termo tecnopólio é empregado em contraposição à palavra tecnocracia, sendo que designa a submissão de todas as formas de vida cultural à soberania da técnica e da tecnologia.

[3] Jorge Pedro Sousa em artigo apresentado no Intercom

[4] Zélia Leal Adghirni em texto apresentado para o Intercom.

[5] TR: abreviatura de tempo real, termo chave para o jornalismo na web.

[6] Texto disponível no site http://www.bocc.ubi.pt com o título de "A Internet e o novo papel do jornalista".

[7] Pirâmide invertida é uma das normas de redação seguidas por praticamente todos os veículos de comunicação que consiste em redigir o texto a partir do aspecto mais importante, deixando detalhes menos relevantes para o final.

[8] Hiperlink, segundo Lúcia Leão (1999), são vínculos eletrônicos (links) que constituem o hipertexto, sendo que as páginas da web são compostas por diversos itens de hiperlinks que formam uma espécie de "menu de links", possibilitando ao usuário visitar outras páginas sobre o tema e ter acesso a um número maior de informações (p. 28-29).

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Outras referências

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Sites:


*Ana Paula da Rosa é jornalista graduada pela Universidade Passo Fundo (RS), especialista em Comunicação Jornalística pela Universidade de Caxias do Sul (RS) e mestranda em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná.

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