Machismo impede igualdade dos sexos

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Outubro de 2011
Por Marina Salles

Discutir o machismo é algo que incomoda tanto mulheres quanto homens. É difícil entender como esse valor, considerado negativo, se inseriu em nosso cotidiano de tal forma que chega a ser visto com naturalidade.

“Lavar louça é coisa de mulher”, pensa o filho de Maria Elenice dos Santos. Segundo ela, o menino ajuda a recolher a roupa, carregar sacolas e lavar o banheiro, mas prefere não ajudar nas tarefas que, em sua opinião, são mais femininas. Com tantas mudanças no quadro de atuação da mulher na sociedade, ainda permanece a questão do porquê existem tarefas que são consideradas exclusivas delas.

Na opinião de Lourenço de Jesus, “às vezes o machismo é errado e pode ser resolvido se as pessoas conversarem mais” em casa, por exemplo. Para Maria Elenice, “o machismo já é normal”, mas ela acredita que seja possível reverter essa situação. Segundo ela, os pais têm o dever de dar o exemplo aos seus filhos para ajudar a construir uma visão mais igualitária entre os sexos.

No caso da diferença de salários entre o gênero masculino e feminino, não há consenso nem entre as mulheres. Resultado de um conflito de gerações, as opiniões variam conforme a percepção das mudanças na posição social da mulher ao longo do tempo.

Para a moradora Estefânia Novaes, 19 anos, “não deveria existir essa diferença”, opinião da qual Maria Elenice, 34 anos, discorda. Segundo ela, “os homens têm mais responsabilidade de sustentar a família”. Ela acrescenta ainda que “muitas mulheres continuam suportando agressões por não terem como se sustentar sozinhas”. Nesse sentido, defende que elas tenham alguma indepen-dência financeira e que, se preciso, tomem coragem para abandonar o lar e criar seus filhos longe da violência doméstica.

A luta por direitos iguais e pelo aumento da participação feminina no mercado de trabalho são ações importantes no combate ao machismo e devem ser cultivadas para ajudar a diminuir as diferenças entre homens e mulheres.

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