Saúde em pauta na SR

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Outubro de 2011
Por Larissa Teixeira e Lucas Tomazelli

É comum no Brasil a ideia de que hospital é um lugar para se freqüentar somente quando se está doente ou em alguma situação de emergência. Muitos brasileiros não tratam a ida ao médico como algo que deveria se tornar rotineiro. A realização de exames preventivos é um hábito muito importante, independente da idade e do sexo. Com o passar dos anos, eles se tornam cada vez mais necessários, porque podem prevenir doenças ou mesmo diagnosticá-las a tempo de iniciar um tratamento.

Para os moradores do Jardim São Remo, problemas como medo, vergonha e falta de informação contribuem para a ausência desse hábito. “Vergonha a gente tem, por isso queremos médica mulher”, afirma L.M., moradora de 54 anos. A exigência da são remana é comum entre as mulheres, que muitas vezes deixam de realizar os exames porque não se sentem à vontade com os médicos.

Uma moradora de 65 anos, que não quis se identificar, contou que se negou a realizar o exame de papanicolau, que previne o câncer do colo do útero, pois não tinha paciência e não julgava necessário: “Eu não quis médico homem, não quis nada disso pra me amolar”.

Já Divanete Machado acredita que os moradores só vão ao médico quando a situação está crítica. Para ela, o que falta é consciência da importância dos exames. Assim, a falta de orientação estaria contribuindo para o desinteresse dos moradores.

Edney de Matos Loureiro, morador da comunidade e funcionário do Hospital Universitário (HU), crê que os procedimentos deveriam ser exigência dos médicos. “Eu faço porque vou e peço. Se for esperar os médicos [marcarem], os exames passam batido”. A demora ou o não agendamento foi um problema apontado por diversos moradores, que se diziam desmotivados a realizar os exames devido ao descaso dos médicos

Alguns moradores ainda acreditam que por estarem se sentindo bem, no geral, não é necessário que realizem exames preventivos, como atesta Francisco Lourenço da Silva: “Nunca precisei desse tipo de exame, graças a Deus. Estou ótimo, o médico me disse que tenho a pressão de um menino”.

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