Basquete brasileiro volta às Olimpíadas

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Setembro de 2011
Por Frederico Tardin e Guilherme Speranzini

Os fãs do basquete brasileiro guardarão com carinho o dia 10 de setembro. Em jogo realizado na cidade argentina de Mar Del Plata, pela semifinal do PréOlímpico das Américas, a seleção brasileira derrotou a República Dominicana por 83 a 76. Com a vitória, o Brasil garantiu sua vaga nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, quebrando um jejum de praticamente 16 anos.

Na última participação do basquete brasileiro em Olimpíadas, Atlanta-1996, a seleção ainda contava com seu maior cestinha em todos os tempos, Oscar Schmidt.
Comandada pelo técnico argentino Rubén Magnano, a seleção chegou até a final do Pré-Olímpico. Por ironia do destino, no entanto, quem ficou com a primeira colocação foi a seleção da casa, Argentina, que já havia sido derrotada pelo Brasil na segunda fase do torneio, por 73 a 71.

Com o ingresso da seleção nas próximas Olimpíadas, a expectativa é que cresça o interesse da população pelo basquete, sobretudo por parte dos jovens. É isso o que espera a professora de educação física Ângela de Vasconcelos. Mais de vinte anos lecionando na Escola Estadual Prof. Daniel Pontes, no Rio Pequeno, Ângela já deu aula para várias gerações de são remanos, colocando o basquete sempre em primeiro plano.

Segundo a professora, são três os principais benefícios que a prática do basquete pode proporcionar ao atleta: desenvolvimento da coordenação motora, melhoria na noção espacial e aprimoramento do trabalho em equipe. Além disso, o esporte também exige impulsão, deslocamento intenso e grande movimentação dos membros superiores do corpo.

Revelado pela professora Ângela quando tinha apenas onze anos, Bruno dos Reis passou pelos times do Palmeiras, São Caetano e Jundiaí. Por meio do esporte, Bruno
conseguiu até mesmo uma bolsa para cursar Nutrição em uma faculdade particular, deixando para trás um futuro como vendedor de alimentos, ocupação do pai.

Apesar de ter sido descoberto devido à sua altura, Bruno garante que há chances para todos no esporte. “A oferta de bons jogadores de basquete é muito pequena, ao contrário da oferta de jogadores de futebol, que é um esporte muito mais concorrido”, afirma o jogador. Ainda assim, a professora constata: “Futebol é maioria. As crianças jogam [basquete], mas ainda preferem futebol”.

Mesmo oferecendo tantos benefícios e oportunidades para os jovens, o basquete não tem despertado muito interesse da população. Ângela lamenta, ainda, a falta de incentivo por parte da Confederação Brasileira de Basquete, que teria um papel fundamental na popularização do esporte no país. “Temos quadras, bolas e professores. Falta apenas interesse”, conclui.

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