Opinião: Falta qualidade

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Setembro de 2011
Por Patrícia Beloni

Menos da metade dos jovens de até 19 anos concluem o ensino médio. Os que conseguem não atendem as expectativas de aprendizado e ainda têm dificuldades de ingressar no ensino superior.

As melhorias notadas por alguns pais e especialistas realmente existem, mas indicadores como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) mostram que as escolas públicas ainda possuem um desempenho muito inferior ao da média nacional.

É necessário levar em consideração a importância da educação e do ensino público de qualidade e lutar por isso.

A sensação positiva de alguns pais em relação à escola acontece em parte porque a maioria compara a situação atual com a de sua época, em que ler e escrever era privilégio de poucos e as condições do ambiente escolar eram mais precárias.

Mas a educação não pode ser limitada a ler e escrever. É mais que alfabetização, envolve a formação de personalidade, de opinião e de qualificação profissional.

Antes, um profissional bem colocado no mercado não dependia tanto da escolaridade. Hoje, o mercado está mais competitivo e, segundo dados oficiais, as vagas de emprego exigem ao menos o ensino médio.

Aqueles que dependem do ensino oferecido pelo governo podem ser desfavorecidos ou, até mesmo, ficar fora da seleção do mercado de trabalho por não terem conseguido concluir os estudos e por deficiências de aprendizado.

A falha está no conteúdo, nos métodos de aprendizagem, na estrutura das escolas. É preciso cobrar mais investimentos das autoridades na área de educação.

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