São remanos são discriminados pela polícia

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Junho de 2011
Felipe Gomes e Gabriel Roca

Moradores afirmam que a repressão policial aumentou na São Remo após a morte do estudante. Isso reflete o preconceito que a comunidade sofre por parte do restante da sociedade.

Segundo um adolescente, os policiais tratam de modo diferente os garotos que são moradores do Jardim São Remo. O menino afirma que já “tomou enquadros” e chegou a ser agredido pelos policiais. “Quando é noite eles batem mesmo”. Outro garoto afirmou que foi abordado dentro de um circular na universidade. “Eles perguntaram se eu era daqui e mandaram descer. Tratam a gente sem nenhum respeito”.

Os principais alvos da ação policial nas comunidades mais pobres são os jovens e adolescentes. Mas pessoas mais velhas também têm reclamado. “Eles mesmos não respeitam as famílias. Passam apontando armas para as casas”, disse Sandra de Silva Ferreira.

Além disso, muitos policiais desfilavam pela comunidade com armamento pesado em frente a crianças. Ao ser  questionado, um policial do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) afirmou que isso fazia parte da convivência entre os moradores de bairros de baixa renda e a polícia e que as armas estavam sendo portadas por profissionais capacitados.

Alguns moradores, porém, afirmaram que a presença da polícia refletia em mais segurança para a comunidade. “Quando entram na favela, eles tem que ser duros mesmo. Moro aqui há 36 anos, nunca bati nem nunca apanhei de ninguém. Gente ruim tem que ser punida”, afirmou um senhor que não quis se identificar.

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