Violência diminuiu com desarmamento

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Campanha do governo federal incentiva população a tirar “uma arma do futuro do Brasil”

Renata Garcia Ferreira e Victor Augusto de Souza

A questão do desarmamento gera polêmica em todo Brasil, inclusive entre os moradores da São Remo. Não são poucos os são remanos que se mostraram contra o porte de armas de fogo.

Desde a tragédia em Realengo, no Rio de Janeiro, em que 11 crianças foram assassinadas, o assunto voltou a fazer parte das discussões nacionais. Cogita-se até mesmo a realização de um plebiscito sobre a proibição ou não do comércio de armas de fogo e munição no país.

A campanha do desarmamento começou em 6 de maio. Ela chama a população a tirar “uma arma do futuro do Brasil”. Durante sua primeira edição, entre os anos de 2004 e 2005, mais de 459 mil armas foram entregues à Polícia Federal. Dados mostram que a violência diminuiu nesse período.

A identidade de quem entregar a arma será mantida em anonimato. A indenização será paga por meio de um recibo. Os valores variam entre 100 e 300 reais. Para a entrega, é preciso preencher, no site da Polícia Federal, uma guia de trânsito que é vá-lida por um dia. Com ela o cidadão pode justificar o porte da arma em caso de abordagem policial durante seu trajeto até o posto de entrega.

Não há, porém, informação suficiente sobre a campanha entre a população. A são remana Maria Alexandre da Silva não conhecia a iniciativa, mas ao saber do que se tratava afirmou ser “uma boa ideia”. Segundo ela, a entrega das armas impediria a ocorrência de tragédias em “briguinhas de marido e mulher”, por exemplo.

Um dos principais argumentos dos portadores de armas seria o de defender a família em possíveis assaltos, principalmente dentro de casa. Mas “a arma não traz segurança”, afirma Teresa Faustino de Lima, que acha que as armas representam um perigo para a comunidade.

Expedito Portela concorda. Segundo ele, a arma de fogo não é necessária para defesa: “O ladrão faz e acontece” independente da vítima. A impressão de que a arma é uma forma de defesa é uma ilusão: “ele [o ladrão] vai reagir primeiro”, completa.

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