Especialista em comportamento escolar discute bullying

Por
Gabriel Roca
Felipe Gomes Ruiz

O NJSR conversou com Maria Isabel da Silva Leme, professora do Instituto de Psicologia da USP, sobre esse problema.


NJSR: Qual a diferença entre o bullying e outras formas de violência escolar?
Maria Isabel da Silva Leme: Ele tem um caráter repetido: a vítima é ridicularizada ou provocada sempre pela mesma pessoa e o motivo é fútil. Os agressores buscam se afirmar corajosos e temíveis perante o grupo. Em geral a caçoada é sobre alguma característica da vítima.


Essa é uma questão que merece toda a atenção que recebe?
A mídia está considerando como bullying todas as violências escolares. Fico com medo desta super-exposição, porque pode banalizar um problema sério.


A vítima do bullying tem a quem recorrer?
Sim. Aos professores, à direção da escola e aos pais. O problema é que muitas das vítimas sentem vergonha de não conseguirem se defender e se tornam cúmplices dos seus agressores.


Como os professores podem perceber o limite entre brincadeira e perseguição?
O professor deve ficar atento. Observar se as caçoadas se repetem e como a vítima reage: se ela fica quieta, não ri, nem adere à brincadeira ou se reage irritada.

Na sua opinião, o que pode amenizar esse tipo violência?
Um ambiente escolar cooperativo e respeitoso contribui muito para que este tipo de prática não ocorra. Já uma escola em que as pessoas são tratadas com desrespeito, em que a competição é incentivada, o bullying tem maiores chances de ocorrer.

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