Exploração sexual aumenta com a Copa

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Prostituição de mulheres e crianças atrai turistas durante grandes eventos esportivos

O Ministério do Turismo estima que o Brasil receberá cerca de 600 mil estrangeiros até o final da Copa do Mundo. Com tanto movimento, cresce nas cidades-sede do torneio a oferta de turismo sexual, que atrai mulheres, adolescentes e crianças em busca de dinheiro e de alguma melhora em suas condições de vida.

Muitas delas são seduzidas por aliciadores em suas cidades e levadas para os locais onde há concentração de turistas estrangeiros, sendo exploradas por, dentre outras figuras, taxistas, donos de motel e policiais. As que já praticavam a prostituição mudam seus pontos de atuação, buscando os locais mais frequentados pelos visitantes, com o objetivo de ampliar seus lucros e, em alguns casos, com o sonho de encontrar um ‘gringo’ que as leve para o exterior com o status de namorada.

Em eventos esportivos desse porte, é comum que haja aumento dos casos de exploração sexual de mulheres e crianças. De acordo com relatório divulgado pela ONG Childhood – instituição de origem sueca especializada na proteção à infância – na última Copa, sediada na África do Sul, houve um acréscimo de 83% nas ocorrências de abusos sexuais contra mulheres e de 63% nos episódios de exploração infantil.

Tal cenário deve ser combatido, como tem feito o Ministério do Turismo, que tenta coibir anúncios que deem a ideia de que o país é um destino de turismo sexual, e pela Secretaria de Direitos Humanos, que está empreendendo campanha contra a exploração sexual, principalmente de menores de idade. No entanto, como frisa a ONG Childhood, essas ações não podem terminar com o final dos jogos, o legado deve ficar.

Letícia Paiva

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