Onda de greves paralisa capital paulista

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Funcionários do transporte público e professores municipais explicam suas reivindicações

Atualmente, muitas greves se instauraram nas grandes cidades brasileiras. São Paulo tem sofrido constantemente com a paralisação de serviços básicos, como o transporte público e a educação. Sem dúvida, os são remanos sentiram na pele as consequências das reivindicações trabalhistas dos funcionários em greve, mas será que todos os moradores sabem das reais causas que levaram a estas condições? Para esclarecer o que gerou estas situações, que tanto dificultam a vida dos paulistanos, o NJSR relata os motivos dessas lutas.

Greve dos metroviários

A última das greves que abalou com força a rotina de todos os paulistanos foi a dos metroviários, iniciada no dia 5 de junho. Com duração de cinco dias, a greve foi considerada abusiva pelo Tribunal Regional do Trabalho, que chegou inclusive a decretar multa diária ao sindicato pelos dias parados. Poucas pessoas conheceram as diversas pautas pelas quais os funcionários estavam lutando.

Tiago Pereira, diretor de imprensa do Sindicato dos Metroviários, conta que as reivindicações da categoria iam muito além da questão econômica noticiada nos grandes jornais. “Todo ano mais pessoas utilizam o metrô, mas as contratações não aumentam”, diz ele enquanto explica que os metroviários são a favor de um transporte público de qualidade, que seja considerado um serviço social e não uma mera mercadoria. Pereira disse também que sua categoria é contra o aumento de tarifas, pois isso não aumenta o conforto ou a eficiência do transporte. Durante a greve a categoria foi a favor da liberação de catracas aos usuários, mas o governador do estado proibiu a ação.

Greve dos rodoviários

Uma parcela dos motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo entrou em greve contra a orientação do sindicato no último mês de maio. De acordo com os trabalhadores manifestantes, o prefeito Fernando Haddad teria dito em entrevista que o aumento aprovado seria de 19% para a categoria, porém o aumento negociado pelo sindicato foi de apenas 10%.

Essa paralisação repentina, entretanto, não teve bons resultados para os manifestantes. As reivindicações feitas pelos rodoviários da cidade de São Paulo envolvidos na greve não foram atendidas, de maneira que o aumento, previsto inicialmente de 10% do salário, manteve-se.

A greve foi considerada abusiva pelo Tribunal Regional do Trabalho. Motivo: não foi feito um aviso prévio à população e a paralisação não foi decidida em assembleia. Mesmo não reconhecendo essa paralisação, o sindicato deverá pagar uma multa de R$ 200 mil e os trabalhadores deverão compensar os dois dias de greve que não trabalharam e terão descontos no salário.

Greve de professores

Depois de ficar 41 dias paralisados em greve, professores municipais de São Paulo aceitaram o acordo da Secretaria Municipal de Ensino e voltaram às salas de aula no dia 3 de junho. Nesse acordo foi decidido que a categoria receberia um abono de 5,38% dividido em três parcelas com início em maio de 2015.

Com esse aumento salarial, o piso do professor municipal passa a ser R$ 3 mil, o que ainda não é considerado uma vitória completa para o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (SINPEEM). Em entrevista ao Notícias do Jardim São Remo, João Nazareth, secretário de políticas sindicais no SIMPEEM, defende que ainda há pautas que precisam ser atendidas. “Somos a favor da redução de alunos por sala de aula, do aumento de profissionais e da ampliação e melhoria das estruturas físicas, como salas de aula e laboratórios”, diz. Para ele, se os salários dos professores fossem maiores, a educação melhoria consideravelmente.

Outra pauta da greve foi sobre o intervalo para os trabalhadores dos Centros de Educação Infantil (CEI). Os professores que trabalham com crianças de 0 a 3 anos de idade nas CEIs não contam com intervalo durante as 6 horas de trabalho. O SINPEEM pede um intervalo de 15 minutos para os professores durante o seu expediente, questão que será debatida pela prefeitura.

Giovanna Chencci e Jéssica Bernardo

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