O amor gay nas novelas

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Maioria dos moradores da SR desaprova essa temática

A homossexualidade tem se tornado um tema tratado cada vez com mais frequência no Brasil. Em 2011 foi aprovada a união estável entre pessoas do mesmo sexo, que permitiu avanços constitucionais para casais gays no país. No campo do entretenimento, o curta brasileiro “Eu não quero voltar sozinho”, que aborda a descoberta do sentimento homossexual entre adolescentes, ganhou 82 prêmios em festivais nacionais e internacionais; o longa “Praia do futuro”, parceria entre brasileiros e alemães, também com temática homoafetiva, foi indicado ao renomado Prêmio Urso de Ouro.

Até mesmo as telenovelas, favoritas da família brasileira, têm incorporado o tema pouco a pouco em suas tramas. A novela “Amor à vida”, exibida no horário nobre, inovou na categoria ao exibir o primeiro beijo gay das telenovelas da emissora Globo.

O beijo entre os personagens Felix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) teve grande repercussão entre os telespectadores e foi considerado um marco da TV brasileira. Na atual novela das 21h, “Em família”, também há um relacionamento entre duas mulheres.

Diante da recente popularidade desses temas, o NJSR conversou com os são remanos sobre o assunto. A grande maioria dos moradores diz ser contra a exibição de cenas homossexuais em novelas, pois, segundo eles, o horário não é próprio para esse tipo de cena e temem que esse comportamento seja estimulado nas crianças que assistirem aos capítulos. “A novela ajuda, ensina isso” diz uma moradora que prefere ficar no anonimato.

Alguns são contra a própria relação entre pessoas do mesmo sexo, e preferem que isso não seja veiculado em nenhum horário e para nenhum público. O marceneiro Edson desaprova casais homossexuais, mas não costuma falar sobre isso porque “tudo é considerado homofobia e [essa opinião] é coisa minha mesmo”, afirma.

Outra moradora, que prefere não ser identificada, diz: “Eles acham que podem sair na rua de mãos dadas, se beijando. E eu não posso falar nada”. Já outro morador, que não quis ceder seu nome à reportagem, argumenta: “Deus fez homem com mulher, não fez?”.

O NJSR encontrou apenas uma são remana, Edna, favorável à exibição de relacionamentos homoafetivos em qualquer situação: “Acho normal, então por que não passar?”

Beatriz Quesada

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