Consumir medicamentos por conta própria pode piorar o quadro de saúde do doente

O complicado acesso a postos de saúde, a demora no atendimento, e a disponibilidade de uma gama de substâncias que prometem a cura. Apesar da consciência de que a automedicação não é o caminho mais seguro, muitos moradores da SR não enxergam outra possibilidade na hora do aperto.

É conhecido que o consumo de remédios sem acompanhamento de um profissional da saúde traz riscos e não é adequada. Tendo isso em vista, os moradores expressam certa preocupação no assunto e, muitas vezes, buscam métodos alternativos de tratamento, como chás e receitas caseiras. Tais tratamentos são uma boa solução para enfermidades mais simples, como gripes, resfriados e infecções leves de garganta. Quando o problema é mais sério, porém, a recorrência a remédios que podem ser comprados sem receita médica é frequente.

Os perigos de usar medicação por conta própria variam e podem causar um agravamento da condição da pessoa. De acordo com o farmacêutico Glenio Costa, o princípio ativo dipirona, escolha popular que trata os sintomas da maior parte das doenças (febre e dor), pode causar alterações de pressão, sendo perigoso para quem tem pressão baixa. O famoso “Tilenol”, se utilizado em excesso, ou em jejum, pode causar lesões no fígado, que tendem a tornar-se permanentes com a ingestão de ácool. E o uso de antiinflamatórios e analgésicos em excesso pode acarretar hemorragias e acidez no estômago.

A validade dos produtos também deve ser levada em consideração. Alguns medicamentos têm o período de validade curto, como colírios (45 a 60 dias depois de aberto), que se utilizados após o seu prazo de vencimento pode causar infecções. A principal consequência reside, porém, em tomar medicamentos inadequados para a doença apresentada.

O uso indiscriminado de remédios em si já submete o paciente a muitos perigos, mas, segundo Glenio Costa, o uso do medicamento incorreto pode causar danos irreparáveis à saúde. Além de não tratar o problema, a automedicação pode desencadear outros problemas de saúde na pessoa. A esperança dos moradores de melhor acesso ao tratamento é a abertura de um posto de saúde na comunidade, que ficará no antigo logal do posto da Sabesp.

Roberta Vassallo