Os modelos políticos: Estado X Mercado

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Candidatos à presidência nas eleições de outubro têm diferentes orientações ideológicas

Estamos em ano de eleição e quanto mais esta se aproxima, mais presente no noticiário e na esfera pública ela se encontra. Multiplicam-se as propagandas políticas, as notícias relacionadas aos candidatos e os debates espontâneos que surgem no cotidiano do eleitor. A escolha do novo presidente será em outubro.

Mas uma discussão pode se tornar o centro dessa disputa. O que é melhor para o país: um modelo que concentre nas mãos do Estado as diretrizes responsáveis pelo desenvolvimento econômico ou, um modelo liberal, que priorize a criação de condições para que o setor privado alavanque o PIB e o crescimento da economia?

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, alguns países europeus adotaram um modelo estatizante de governo, chamado de Social Democracia. Essa doutrina política representa uma alternativa que busca, através de reformas, adotar medidas que diminuam as desigualdades sociais a partir da tentativa de garantir serviços públicos de qualidade e acessíveis.

Os governos que adotaram como modelo a Social Democracia investiram pesadamente em políticas públicas, de forma a concentrar nas mãos do Estado a administração dos setores essenciais ao desenvolvimento social do país.

Os elevados gastos na área da saúde, educação, transportes e diversos outros setores da sociedade, representaram uma forma de distribuição de renda indireta e elevaram a qualidade de vida da população. Em contrapartida, para sustentar esses gastos, os governos sociais democratas elevaram a carga tributária (relação entre os impostos arrecadados e as riquezas produzidas) em seus respectivos países, desagradando grande parte do setor empresarial e da parcela mais rica da população, descontentes com a “irresponsabilidade fiscal”, somada aos altos impostos cobrados.

Desde a década de 1980, a partir de um conjunto de medidas (conhecidas como Consenso de Washington), alguns governantes, defendem a adoção do chamado Neoliberalismo. Essa doutrina política opõe-se diretamente a Social Democracia ao estipular o chamado “Estado Mínimo”, isto é, um governo que apresenta suas atribuições “diminuídas” em relação a intervenções na economia e nos gastos públicos feitos.

Pesquisar o histórico dos candidatos à presidência e seus respectivos partidos permite ao eleitor perceber qual desses modelos políticos aproxima-se mais do perfil de cada concorrente e, a partir da reflexão e da informação, fazer do voto em outubro, mais um meio para direcionarmos o avanço político e social do país.

Leonardo Milano

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