Apesar de reinauguração adiada, biblioteca promete levar cultura e oportunidade às crianças

Dona Eva, que reinauguraria sua biblioteca este domingo, teve seu evento adiado por motivos de saúde. Sem previsão de data, a biblioteca abrirá suas portas com um novo foco. A intenção agora será “dar uma atenção maior para as crianças”, diz Rony Cácio, apaixonado pela história da moradora e principal colaborador na causa.

Há três finais de semana, um mutirão para viabilizar a reinauguração da Bibliokombi vem sendo organizado por Rony. Ele diz que a biblioteca estava abandonada,  “houve um processo de desova aqui: as pessoas traziam os livros e largavam aí dentro”.

A maioria dos livros da Kombi estava destruída e por isso ele precisou fazer uma triagem e vendeu o que pode. Com o dinheiro arrecadado foram pagas as tintas utilizadas no grafite, feito pelo artista plástico Leo. “As pessoas da comunidade também estão dando uma força” diz Rony.

A ideia de, dessa vez, o público ser somente infantil foi a maneira que Dona Eva e Rony encontraram de levar cultura e oportunidade para as crianças. A batalha por apoio e colaboração é constante e as doações são bem vindas. “As doações de livros vêm de todos os lugares: daqui, da USP, de onde tiver” conta Eva.

Outras formas de contribuição também são bem-vindas e o MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia) da USP já manifestou seu interesse em ajudar.

A biblioteca ficará aberta todos os dias, sempre com a presença de um responsável e a partir do domingo seguinte à reinauguração, serão realizadas oficinas semanais, na Kombi e na Praça da Amizade. As temáticas são determinadas pelas datas comemorativas e envolvem desde cultura indígena, contação de histórias, até maracatu. Em junho, mês final do projeto, haverá uma festa junina.

O evento traria diversas atrações, como a Bateria Destemida a exibição do documentário “Rio Pequeno – além dos muros” e a apresentação do grupo de teatro TruqueTrama. Porém, devido à recente hospitalização de Dona Eva, a nova data de realização fica indefinida até sua recuperação. É de extrema importância que a comunidade dê força à moradora que tanto fez pela São Remo.

Lana Ohtani Spolle