Vitórias e obstáculos no ingresso à USP

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O são remano Robson de Souza foi um dos vitoriosos, mas ainda há muitos deixados de fora 

Robson de Souza Romano dos Santos, são remano de 18 anos, é o novo estudante da USP. O rapaz escolheu cursar Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).

Questionado sobre cotas, Robson diz concordar com a iniciativa e diz que elas são necessárias para inclusão social e garantir o acesso da periferia ao ensino público de de qualidade. Ele conta que os são remanos veem a USP como uma realidade distante e lamenta que não haja mais contato entre a comunidade e a universidade.

A mãe de Robson, dona Francisca, trabalha há 32 anos no refeitório da USP, o ‘bandejão’. Ela conta que o filho sempre se interessou pelos estudos e incentiva isso. “Prefiro que ele não trabalhe agora e estude para ter um futuro melhor”, disse ela para o NJSR.

E é isso que o são remano está fazendo. Ainda no Ensino Fundamental, Robson conseguiu uma bolsa de estudos em um colégio particular e começou a sonhar com a USP. Consciente da importância da educação, Robson considera ser professor em ONGs ou até mesmo seguir carreira acadêmica como pesquisador.

Mas não é fácil passar no vestibular da USP quando a educação básica não é de qualidade – apenas 22% dos estudantes da Universidade vieram de escolas públicas. Um projeto prevê que, até 2018, metade de seus alunos da deverão vir de escolas públicas.

As cotas raciais são uma forma de compensação histórica e fazem parte da tentativa de inclusão social. Na USP, funciona assim: os candidatos negros, pardos e indígenas têm um acréscimo na nota do vestibular. Apesar disso, apenas 13, 7% dos alunos matriculados se encaixam nesta categoria.

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Juliana Brocanelli

 

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