Em abril, a menos de três meses da Copa do Mundo de futebol no Brasil, muito se tem especulado sobre a validade do evento. Protestos na Internet proclamam: “Não vai ter Copa”; manifestações nas ruas contra o evento ocorrem por todo o país.

O governo não soube administrar a situação de receber um campeonato dessas dimensões: muitas das reformas estruturais prometidas não foram realizadas; muito dinheiro público foi investido na construção de estádios; muitas dessas arenas não serão aproveitadas após o evento e pouco disso tudo será revertido como benefício para os brasileiros. Contudo, a Copa está aí, vai acontecer independente de nossa opinião sobre a mesma.

Isso não significa que as manifestações são inúteis ou que não há razão para reivindicação do povo uma vez que tudo já está feito. O objetivo principal dos protestos deveria ser voltado para a cobrança de transparência e atitude dos governantes em relação aos gastos com o evento e aos benefícios prometidos, como a melhoria do transporte metroviário e do setor aéreo. A voz da população tem muito mais força quando não tenta lutar contra uma realidade já instalada.

Muitos buscam minimizar esses aspectos negativos exaltando o amor do brasileiro pelo futebol, porém as pessoas não são contra a Copa do Mundo no Brasil, e sim contra o país recebê-la sem estrutura adequada e à custa do cidadão.

 Beatriz Quesada