Candidatos a reitor da USP respondem sobre o futuro relacionamento com a comunidade

Quatro chapas estão concorrendo às eleições para reitor da Universidade de São Paulo. A votação ocorrerá no dia 19 de dezembro e a decisão final caberá ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que escolherá um entre os três candidatos mais votados para ser o reitor durante quatro anos de mandato.

Hélio Nogueira da Cruz foi vice reitor da USP. Formado em economia, e atualmente é professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA-USP).
Hélio comentou que já é reconhecido pela Universidade um “Protocolo de Intenções com as Secretarias Estadual e Municipal de Habitação para estudos de reurbanização
e apresentações de soluções”. Porém, especificou que em sua gestão existirão outras responsabilidades, como a “necessidade de estudar a evolução deste Protocolo
de Intenções e propor novas medidas de interação com a comunidade São Remo”.

Além disso, Hélio prometeu que serão “reavaliadas as políticas da USP com a sua vizinhança nos aspectos educacionais, de mobilidade urbana, de saúde e de lazer”. Com isso, haveria uma maior integração entre a SR e a USP. Hélio ainda concluiu que “a Universidade propõe-se a elaborar políticas públicas para os grandes problemas da sociedade, entre elas as questões do entorno de seus campi”, o que diz respeito não só à São Remo, mas aos outros bairros vizinhos.

José Roberto Cardoso é diretor da Escola Politécnica. Formou-se em engenharia elétrica e concilia as atividades da diretoria com as de professor titular.

Cardoso destacou a importância dos projetos sociais praticados pelo programa “Poli Cidadã”, que é um estímulo dos alunos e professores para o desenvolvimento de  atividades que tivessem um impacto na sociedade. Os participantes desenvolvem projetos de engenharia para auxiliar os moradores. Entre os projetos concluídos está a de eletrificação de favelas. Outra iniciativa social destacada pelo professor é a do curso de dança oferecido aos moradores da São Remo.

“A relação da Universidade com a comunidade São Remo é a melhor possível e nós vamos expandir isso”, prometeu o professor Cardoso. Segundo ele, a USP tem que ter uma preocupação com seu vizinho e que dará apoio para que ele seja mais independente e que tenha determinação. “Eu confesso que nós teremos programas importantes

com a comunidade, por que isso já faz parte do nosso perfil”, concluiu o candidato.

Marco Antônio Zago é formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Atuando como médico desde 1970, já foi diretor clínico do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e é o atual reitor de pesquisa da USP.

O candidato comentou que a USP deve ter uma responsabilidade com a SR: “ é claro que a Universidade não tem nenhuma responsabilidade legal, mas tem uma  responsabilidade social e moral”. Assim, explicou que a USP pode fazer diversas atividades baseadas na área da educação, esporte e saúde.

Além disso, ele destacou que seria necessária uma parceria com o município de São Paulo. “É através dela que podem se originar ações muito importantes e que combinadas com a nossa podem servir para mudar o panorama da São Remo”, completou. E detalhou que uma proposta concreta seria feita “por meio de docentes, servidores e  estudantes que se encarregassem de elaborar um projeto”. Zago concluiu que essa oportunidade seria uma maneira de mostrar o seu compromisso com a São Remo.

Wanderley Messias da Costa formou-se em geografia em 1976. Atualmente, o candidato é professor de geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
(FFLCH-USP).

Lembrou de um projeto coordenado pelo professor Paul Singer, em que as crianças de São Remo praticavam atividades de lazer e esporte no Centro de Práticas Esportivas
da USP e também participavam de atividades culturais. Atualmente, esse projeto está paralisado mas o professor acredita que ele deveria continuar.

Segundo ele, um assunto que envolve a Universidade é a discussão sobre o projeto de revitalização da São Remo. E isso deve ser retomado. Lembrou ainda de um projeto em andamento do professor e arquiteto Marcelo Romero, que pretende mudar urbanisticamente a São Remo. Porém houve um desentendimento entre USP, CDHU e  prefeitura que impossibilitou o desenvolvimento do projeto. O professor avalia que o projeto é bom e que não há o risco dos moradores perderem sua casa ou terreno. E promete: “Se eu for eleito, vou retomar.”

André Meirelles
Luís Viviani