Desapropriação não assusta Cipotânea

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Apesar de receberem duas notificações, os moradores desta rua continuam tranquilos

 

Os moradores das ruas que ficam localizadas na região atrás do Hospital Universitário (HU), na Rua Cipotânea, estão felizes. A área é uma das mais tranquilas da comunidade e os são remanos não  têm do que reclamar. No entanto, calmaria nenhuma sobrevive ao fantasma da desapropriação.

Benedita da Silva já foi moradora da São Remo e hoje trabalha em um bar na Rua Cipotânea. Para ela, ter o HU por perto melhora tudo: “Para o comércio, para as pessoas. E qualquer dorzinha é só subir lá, rapidinho”. Outro morador do bairro, Daniel Torres, comentou que a área é muito mais tranquila do que o resto da comunidade. “Não tem muitos carros, não tem bagunça”, disse ele.

A única questão que sempre acaba virando polêmica é a possível desapropriação por conta do projeto de reurbanização proposto pela Universidade de São Paulo. A maioria dos habitantes da comunidade está ciente do fato. “Estou aqui desde 1954. Eu fui intimado duas vezes para ficar atento. A hora que precisar, eu to pronto pra sair”, disse Deusdete Saraiva Bonfim, um dos moradores mais antigos da SR.

Apesar de cientes de que a desapropriação pode acontecer, os moradores não acreditam que isso ocorra tão cedo. Daniel mora na São Remo desde que nasceu e soube sobre a possibilidade de tirarem as pessoas da região pela Associação dos Moradores. No entanto, não está preocupado: “Já falaram isso antes”.

Na rua Cipotânea, a maioria das pessoas possui a escritura de suas propriedades e está bastante segura. Apesar de saberem que podem ser tirados de suas casas a qualquer momento, os são remanos esperam receber algum tipo de indenização. Giovanni Pereira da Silva mora há quinze anos na São Remo e espera ser compensado com algum tipo de moradia caso a desapropriação ocorra, principalmente em função do tempo que vive na comunidade.

 

Victória Pimentel

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