Medicamentos vendidos sem receita também não devem ser ingeridos sem orientação 

Na edição passada do NJSR, moradores da São Remo relataram as dificuldades para conseguir atendimento médico nos hospitais públicos. Frente a isto, muitos tentam resolver problemas como mal estar e dor com medicamentos por recomendações de amigos ou de comerciais da televisão.
Essa prática é perigosa e pode causar muitos problemas, tanto imediatamente após a ingestão, quanto a longo prazo. Uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde em novembro de 2008 relata que só 30% dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) conseguiam absorver adequadamente os medicamentos de que necessitavam. Isso ocorre porque a comum prática de tomar remédios sem orientação médica ou em doses acima das indicadas leva à desordem da proteção do próprio corpo – chamada sistema imunológico –, facilitando infecções e tornando o organismo resistente aos medicamentos, que serão pouco eficazes quando realmente forem necessários, especialmente no caso de antibióticos. Outra questão é a da interação medicamentosa: a livre escolha dos remédios pode causar uma combinação perigosa.
Além disso, no rol dos perigos há o aparecimento de alergias, intoxicações, agravamento de doenças, dependência e até mesmo morte. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os analgésicos, antitérmicos e antiinflamatórios representam as classes de medicamentos que mais intoxicam.
É importante lembrar também que fármacos que podem ser comprados sem receita médica não podem ser livremente administrados. Ainda assim, se faz necessária a orientação de um profissional da saúde para garantir que ele seja ideal a cada organismo e doença. Aquilo que é ideal para uma pessoa, pode não ser para a outra. Nesse caso, busque orientação de um farmacêutico de confiança – desde o último mês de setembro, a resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) autoriza que o profissional faça esse tipo de prescrição.

Marcela Campos