Reconhecimento e combate

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Após insistentes lutas dos negros pelos seus direitos, a escravidão no Brasil teve fim no dia 13 de abril de 1888, com a Lei Áurea. Mais de 125 anos já se passaram desde então, porém ainda sobrevivem no país rastros desse passado maldito, na forma de preconceito. O racismo impõe, cotidianamente, limitações a afrodescendentes, apesar de estar na maioria das vezes escondido em ações aparentemente banais, ligadas ao dia-a-dia.
Essa discriminação oculta é o maior desafio ao combate ao preconceito no país. Criou-se a ideia de que a mistura de raças no Brasil deu origem a uma nação repleta de etnias distintas, incapaz de promover a segregação de indivíduos por essas características. Por isso, não se admite o racismo que existe de fato, não se fala sobre suas consequências reais e nem se discute o problema, que permanece.
O primeiro passo para se combater o preconceito é afirmar sua existência. Assumir que o Brasil não é tolerante, e que deve evoluir muito no que diz respeito aos direitos humanos. Desse modo, haverá reconhecimento da necessidade de uma educação que debata esse tema, de medidas que valorizem o negro e as contribuições de seus antepassados para o país, de projetos inclusivos como as cotas universitárias. Apenas assim o Brasil afirmará a igualdade racial, tornando-se mais justo, para todos os seus cidadãos, negros ou não.

Fernanda Magalhães

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