Programa Mais Médicos gera polêmica

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Importação de profissionais estrangeiros é alvo de crítica pela classe médica brasileira

No dia 8 de julho de 2013, o governo instituiu a MP dos médicos. Ela busca melhorar a saúde brasileira, principalmente ampliando o atendimento oferecido pelo SUS. Para isso, estabelece mudanças no curso de medicina e cria o programa Mais Médicos. Este foi o causador de polêmicas, protagonizadas pelo Ministério da Saúde e pela classe médica brasileira.

As críticas ao programa
O programa Mais Médicos incentiva a atuação de médicos nas regiões do Brasil que têm o serviço comprometido pela falta desses profissionais. É oferecida aos participantes bolsas de R$ 10 mil para que ele atue na medicina básica e familiar.
O candidato deve escolher uma cidade pelo prazo de três anos, que podem ser estendidos por mais três. As vagas não preenchidas por médicos formados no Brasil poderão ser ocupadas por brasileiros formados no exterior e por estrangeiros graduados no curso fora do país, respectivamente.
Após a primeira etapa do programa, o número de profissionais interessados foi inferior ao número de vagas oferecidas. Então, o governo brasileiro estabeleceu um acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde para a vinda de 4 mil médicos cubanos para o país até o fim de 2013.
As críticas ao programa são feitas pelos médicos. “O caos na saúde pública, que o governo tenta atribuir à falta de médicos, é falta de gestão qualificada, corrupção e falta de financiamento. É necessário dar condições para o atendimento da saúde e manter os custos das unidades básicas de saúde, clínicas e hospitais”, afirma Floriano Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira.
Os médicos que se opõem à medida ainda reclamam que os participantes do exterior não passarão pelo exame de revalidação do diploma. A prova, chamada Revalida, é obrigatória a estrangeiros que vêm atuar no país, exceto aos inscritos no programa. Para os médicos, isso pode comprometer a saúde, devido ao despreparo.

O que diz o governo
O Ministério da Saúde diz que há investimentos em infraestrutura.
O órgão afirma que são investidos R$ 15 bilhões na melhoria da saúde brasileira, R$ 5,5 bilhões na construção, desses estabelecimentos de saúde e R$ 2 bilhões divididos para 14 hospitais universitários. Também garante que os médicos cubanos que atuarão no Brasil possuem ampla experiência. Segundo a OPAS, dos 400 médicos cubanos que participarão da primeira etapa do Mais Médicos, 84% têm mais de 16 anos de experiência em medicina e todos já cumpriram missões em outros países. Explica, por fim, que embora regiões como São Paulo apresentem uma taxa de 2,4 médicos para cada mil habitantes, estados como o Pará e o Maranhão têm esse índice menor. São 0,75 e 0,62 médicos para cada mil habitantes, respectivamente, segundo dados do IBGE e da OMS.

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Fernanda Magalhães

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