Antes expectadoras, irmãs criaram o próprio sarau

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Janete e Janeide idealizaram um projeto que exprime a identidade dos moradores

A trajetória das irmãs Janete e Janeide sempre esteve ligada a cultura e educação. Apreciadoras de MPB e música Black, saíram da Zona Sul de São Paulo e traçaram um caminho regado de crianças e engajamento social.

“Nós vamos mostrar que o mundo é maior” é a definição de Janeide para o trabalho que elas vêm realizando com as crianças da comunidade. Esse trabalho, porém, vai muito além da organização dos saraus e começou bem antes da ideia desse projeto cultural.

Assim que se estabeleceram na São Remo, passaram a criar um vínculo muito forte com os moradores, principalmente com os mais novos. Levavam as crianças aos parques da cidade, organizavam lanches e festas de carnaval, e ainda ajudavam com a alfabetização. Esse espírito acolhedor é reflexo de como as irmãs cresceram. “Nossa família é muito grande e os nossos vizinhos se juntavam e iam viajar, brincar. Acabamos trazendo esse nosso jeito para a São Remo, porque aqui as pessoas são muito receptivas”, diz Janeide.

Esse é o contexto em que surgiu o Sarau da Remo. Sentadas na calçada e com vontade de ir a um sarau da cidade, alimentaram o desejo de criar um projeto próprio da comunidade, que fosse de fácil acesso e que abrangesse um público variado. Conhecidas pelo comprometimento social, tiraram a ideia do papel e o primeiro Sarau da Remo surgiu com a colaboração dos amigos, dos irmãos e também com o palpite dos moradores.

O retorno que recebem dos moradores, querendo auxiliar, é um dos maiores incentivos para darem continuidade ao projeto. “A comunidade ajuda bastante a realizar e organizar o sarau”, conta Janete. Cheias de perspectivas, batalham para mostrar o que o mundo pode oferecer à São Remo e o que a comunidade pode exportar para o mundo.

Por Carolina Shimoda

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