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Moradores debatem casamento homossexual e religião

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O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado pelo senado francês no dia 12 de abril. Esse é um debate antigo e polêmico tanto na França quanto no Brasil e remeteu novamente às questões dos direitos civis dos homossexuais.

No Brasil, a questão tomou fôlego quando o deputado Marco Feliciano, conhecido por declarações consideradas homofóbicas e racistas, assumiu a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

A eleição tem gerado, desde então, inúmeras manifestações a favor e também protestos contrários por parte da população, assim como a própria questão dos direitos dos homossexuais, evidenciando o caráter contraditório e ainda não resolvido da questão.

No Jardim São Remo as opiniões também foram divididas. Para alguns o casamento entre homossexuais deve ser aprovado, uma vez que “é uma questão de gosto, as pessoas deveriam ter o direito de se casar com quem quiserem”, como disse o morador Wilson Pereira Brito e que “a religião não deve intervir na política”. Outros afirmaram que “o homem foi feito para a mulher” e que “uma família composta pelo pai e pela mãe é melhor para a criança”, como argumentou a moradora F.M.

A questão se torna ainda mais problemática quando é levado em conta o preconceito que os homossexuais sofrem no cotidiano. Apesar de todas as políticas e campanhas contra essa prática, ela ainda é bastante recorrente. “O preconceito é velado, mas existe” afirmou Wilson.

No entanto, em um ponto todos concordaram: políticos não devem usar de argumentos religiosos para aprovar ou barrar projetos de leis para toda a sociedade. Além disso, o Brasil possui grande multiplicidade de religiões e seria impossível acatar a todas as doutrinas e dogmas religiosos. Para Ibson, “muitos desses deputados usam a religião como trampolim para se eleger” e buscam impor suas crenças à população. Ele acrescenta: “os políticos não são dignos de recriminar ou impor coisa alguma”.

Enquanto algumas pessoas ainda não têm opiniões definidas e outras carecem de maior explicação do assunto, o essencial é reconhecer a plena cidadania dos homossexuais, pois um regime verdadeiramente democrático exige direitos iguais a todos.

Por Isabelle Almeida e Thaís Matos

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