Condição dos estádios afeta segurança

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Chefe de policiamento fala sobre esquema de proteção no Pacaembu e lamenta estrutura

 

Sala de segurança do Estádio do Pacaembu

Sala de segurança do Estádio do Pacaembu

Elias Rodrigues da Silva é inspetor de segurança do Pacaembu há 15 anos. Seu trabalho é comandar uma equipe de 16 homens que é responsável pela abertura e fechamento dos portões, recepção dos times e pela organização da segurança durante os jogos. Segundo ele, grande parte da insegurança vem da estrutura precária dos estádios, que não têm bons sistemas de acesso e tampouco de saída. Não possuem serviços eficientes para dar conforto ao torcedor. (banheiros, lanchonetes, assentos, etc.). O comandante conta que o pior caso de violência que já presenciou foi no jogo entre Corinthians e River Plate, em 2006, quando houve uma grande invasão no gramado. “Minha filha estava aqui [no Pacaembu] (…) Tive muito medo”, comentou.

Questionado sobre o que mudou na segurança após o a morte do garoto boliviano Kevin Espada no jogo San José e Corinthians, o chefe de segurança afirmou que as revistas de torcedores tornaram-se mais rígidas: não entram mais fogos de artifícios, garrafas PET, guardas-chuvas pontiagudos, rádios de pilhas e outros itens. Além disso, os funcionários agora recebem treinamento de profissionais da Inglaterra e orientadores estão sendo preparados para a Copa do Mundo.

Apesar das diversas falhas na estrutura do estádio, Elias avaliou os padrões de segurança do Pacaembu como sendo muito bons. A equipe tem o apoio da PM e não trabalha com armas de nenhum tipo. O local conta com até 80 catracas, 115 câmeras e 550 homens nos dias de jogo. Ao final da conversa, o inspetor disse sentir saudades do futebol do passado, quando torcedores rivais podiam assistir aos jogos juntos. “Hoje o futebol se tornou uma arma, uma guerra”.

Por Otávio Nadaleto

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